Sigmar Polke (Oels, Baixa Silésia, 13 de Fevereiro de 1941 — Colónia, 10 de Junho de 2010) foi um pintor e fotógrafo alemão. Polke experimentou com uma ampla variedade de estilos, assuntos e materiais durante a sua carreira. Na década de 1970, concentrou-se na fotografia, regressando à pintura na década de 1980, quando produziu obras abstractas criadas ao acaso por meio de reacções químicas entre tintas e outros produtos. Nos últimos 20 anos da sua vida, produziu pinturas focadas em acontecimentos históricos e na sua percepção deles.[1]

Sigmar Polke
Sigmar Polke
Nascimento 13 de fevereiro de 1941 (83 anos)
Oels, Baixa Silésia, Alemanha (actual Polónia)
Morte 19 de junho de 2010 (69 anos)
Colónia, Alemanha
Sepultamento Cemitério Melaten
Cidadania Alemanha
Etnia Silesianos
Filho(a)(s) Anna Polke
Irmão(ã)(s) Wilfrid Polke, Johannes Polke
Alma mater
  • Academia de Belas Artes de Düsseldorf
Ocupação fotógrafo, pintor, escultor, designer, artista de instalações, artista gráfico, gravurista, desenhista, artista visual
Prêmios
Movimento estético pop art
Causa da morte câncer

Biografia editar

Polke nasceu em Oels, na Baixa Silésia. Depois da Segunda Guerra Mundial, a sua família passou a viver na República Democrática Alemã, criada em 1949. Emigrou com a família para a Alemanha Ocidental em 1953, viajando primeiro para Berlim Ocidental e depois para Düsseldorf.[2]

Trabalhou como aprendiz de pintura em vidro numa oficina em Kaiserswerth (Düsseldorf). De 1961 a 1967 estudou na Academia de Arte de Düsseldorf, tendo como professores Karl Otto Götz, Gerhard Hoehme e Joseph Beuys.

Em 1963, Polke fundou, com Gerhard Richter e Konrad Lueg, o chamado realismo capitalista, uma tendência pictórica dentro da arte pop. Foi um antiestilo de arte que se apropriou da linguagem da publicidade, e que está relacionado com o realismo socialista, então a doutrina artística oficial da União Soviética e dos regimes comunistas da Europa de Leste. Trata de forma irónica a doutrina artística do capitalismo ocidental, ligada à sociedade de consumo.

As suas obras reflectem ironicamente a manipulação dos média, utilizam elementos da pintura contemporânea, mas também da cultura de massas, como o kitsch ou a publicidade. Realizou pinturas que, com tratamento especial, mudam de cor ao reagir à poluição ambiental. A partir de 1965 fez variações de obras clássicas ou contemporâneas de autores como Albrecht Dürer ou Wassily Kandinsky, imitações de arte povera e de obras conceptuais. A partir de 1991 é lançada a sua série Neue Bilder (Novas Imagens).

O elemento anarquista do trabalho de Polke é em grande parte gerado pela sua abordagem inconstante. A sua irreverência para com as técnicas e materiais tradicionais da pintura e a sua falta de fidelidade a qualquer forma de representação estabeleceram a sua reputação, agora respeitada, como um revolucionário visual. A sua obra Paganini, uma expressão da “dificuldade de exorcizar os demônios do nazismo” – completa com suásticas escondidas – é típica da tendência de Polke de acumular uma série de médias diferentes dentro da mesma tela. Não é incomum que Polke combine tintas e materiais domésticos, com lacas, pigmentos, serigrafias e revestimentos com transparências numa só peça. Uma “narrativa complicada” está frequentemente implícita na pintura em múltiplas camadas, dando o efeito de testemunhar a projecção de uma alucinação ou sonho com uma série de véus.[3]

Polke foi também fotógrafo, embarcando numa série de viagens à volta do mundo durante a década de 1970, fotografando no Paquistão, Paris, Nova Iorque, Afeganistão e Brasil.

Foi professor na Escola de Belas Artes de Hamburgo em 1970-1971 e de 1977 a 1991). Participou nas exposições da da documenta V-VII de Kassel (1972-1982).

Em 1978 estabeleceu-se em Colónia, onde continuou a viver e trabalhar até à sua morte em 2010, aos 69 anos, devido a complicações do cancro.

Referências editar

  1. Los maestros de la pintura occidental, Taschen, 2005 (Espanhol)
  2. Sigmar Polke, Encyclopaedia Britannica
  3. Gloria Moure, Sigmar Polke, Barcelona, Ediciones Polígrafa, 2005 (Inglês)