Thelma Krug

matemática brasileira

Thelma Krug (São Paulo, 20 de março de 1951) é uma matemática, professora e pesquisadora brasileira com relevante atuação na área das ciências da Terra e mudanças climáticas. É vice-presidente do IPCC.

Thelma Krug
Conhecido(a) por vice-presidente do IPCC
Nascimento 20 de março de 1951 (73 anos)
São Paulo, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileira
Alma mater
Prêmios Ordem de Rio Branco - Grande Oficial (2023)[1]
Orientador(es)(as) Richard J. Martin
Instituições
Campo(s) Matemática
Tese Statistical Approaches to the Estimation of Missing Values Arising in Remotely Sensed Data 1992

Biografia editar

Thelma nasceu em 1951, em São Paulo. Neta de alemães e portugueses, ingressou em matemática na Universidade Roosevelt, em Chicago, em 1975, onde defendeu mestrado em Probabilidade e Estatística em 1977. Tem doutorado em Estatística Espacial pela Universidade de Sheffield (1992). Foi pesquisadora visitante do American Institute for Global Change Research, coordenadora da seção brasileira da Sociedade Latino-Americana de Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informação Geográfica, uma dos coordenadoras do Large Scale Biosphere–Atmosphere Experiment in Amazonia, membro do Comitê Científico do projeto Land Use/Cover Change do Programa Internacional Geosfera–Biosfera, membro do Conselho Editorial do Journal of Photogrammetry and Remote Sensing, membro do Conselho Consultivo do Grupo para REDD+ no México, membro do Comitê Científico do Emissions Gap Report 2015 do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, coordenadora do Sub-Programa de Dados das Florestas Tropicais da International Union of Forestry Research Organizations, e diretora da Escola de Engenharia da Universidade do Vale do Paraíba. Tem grande bibliografia publicada.[2][3]

Em 1982 passou a fazer parte do quadro de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, onde foi chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e coordenadora-geral de Observação da Terra, e atualmente é assessora de Cooperação Internacional. Há muitos anos é uma colaboradora de alto nível do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), participando da elaboração de vários relatórios, sendo co-presidente da Força-Tarefa em Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa de 2002 até 2015.[2] É coordenadora da Força-Tarefa e membro do Comitê Científico do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas,[4] membro do Conselho de Curadores do Center for International Forestry Research e especialista credenciada da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, assessorando o Ministério das Relações Exteriores nas negociações internacionais.[3]

Ocupou importantes posições no governo. Foi secretária nacional adjunta da Secretaria de Programas e Políticas de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e secretária nacional da Secretaria de Mudança Climática e Qualidade Ambiental.[3] Foi diretora do Departamento de Florestas e de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, sendo uma das responsáveis pela implementação do sistema de monitoramento via satélite do desmatamento da Amazônia (Prodes) e pelo primeiro inventário nacional de emissões de gases estufa.[5] Foi afastada deste cargo em 2017 em virtude de longas divergências com a Secretaria-Executiva, alegando que a pasta não estava informando o público de maneira transparente sobre o desmatamento.[6]

É considerada uma das maiores autoridades mundiais em mudança do clima e florestas.[7][8][9] Em 2015 foi eleita para ocupar uma das três vice-presidências do IPCC por representantes dos 195 países membros.[10] Em reconhecimento do seu trabalho recebeu medalha de Honra ao Mérito da Franklin Honor Society, a Ordem do Mérito Cartográfico no grau de cavaleiro da Sociedade Brasileira de Cartografia, o Prêmio Austrich Mission do Diretório do Serviço Geográfico, a Medalha de Alta Distinção da Academia Brasileira de Engenharia Militar,[2] e o Prêmio Globo Faz a Diferença na categoria Sustentabilidade.[3] Foi uma das finalistas do Prêmio Cláudia na categoria Ciência.[11][12]

Referências

  1. «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Nº 220, terça-feira, 21 de novembro de 2023». Imprensa Nacional. 21 de novembro de 2023. p. 12. Consultado em 26 de janeiro de 2024 
  2. a b c «Thelma Krug» (PDF). IPCC. Consultado em 8 de fevereiro de 2020 
  3. a b c d Seminário Internacional sobre Sustentabilidade 2017. Thelma Krug.
  4. Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Comitê Científico.
  5. Girardi, Giovana. "Pesquisadora brasileira Thelma Krug é eleita vice-presidente do IPCC". O Estado de São Paulo, 07/10/2015
  6. "Diretora de combate a desmatamento no MMA cai por criticar falta de transparência". Direto da Ciência, 19/04/2017
  7. Mike Gaworecki (ed.). «Brazil's deforestation sheriff has been fired». Mongabay. Consultado em 9 de fevereiro de 2020 
  8. «Brasileira é vice-presidente do Painel de Mudança Climática». Revista Exame. Consultado em 9 de fevereiro de 2020 
  9. «Eleição da Dra. Thelma Krug para Vice-Presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC)». Ministério das Relações Exteriores. Consultado em 9 de fevereiro de 2020 
  10. Sanson, Cesar. "Quanto mais demorarmos para lidar com as mudanças climáticas, mais caro vai ficar". Revista do Instituto Humanitas — Unisinos, 15/10/2015
  11. Carlos Fioravanti (ed.). «Thelma Krug: A negociadora do clima». Revista Pesquisa FAPESP. Consultado em 8 de fevereiro de 2020 
  12. Aline Takashima (ed.). «Essas 6 mulheres brasileiras estão mudando o mundo com seus trabalhos». Revista Cláudia. Consultado em 9 de fevereiro de 2020 

Ver também editar