Tithonia diversifolia

 Nota: Não confundir com Tithonia rotundifolia.

Tithonia diversifolia, denominada popularmente de margaridão ou girassol-mexicano, é uma erva arbustiva da família Asteraceae (tribo Heliantheae) que ocorre da América Central até as índias ocidentais. Tendo sido naturalizada nos trópicos, também foi introduzida no Brasil. É uma planta com uso medicinal, para adubo verde e até mesmo paisagístico. Além dos locais de cultivo, pode ser encontrada ao longo de rodovias e em terrenos baldios, podendo ser considerada planta invasora. Pode chegar até mais de 2 metros de altura, com grandes flores amarelas muito chamativas, que se destacam na paisagem.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaTithonia diversifolia
margaridão
margaridão
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Tribo: Heliantheae
Subtribo: Helianthinae
Gênero: Tithonia
Espécie: T. diversifolia
Nome binomial
Tithonia diversifolia
(Hemsl.) A. Gray

Usos editar

O margaridão tem sido utilizado como planta medicinal em alguns países, incluindo o Brasil, evidenciando-se suas ações anti-inflamatória,[1] antimalárica[2] e para o tratamento do diabetes,[3] algumas delas comprovadas em estudos in vitro ou in vivo utilizando-se animais de laboratório. Embora esta planta possa ser promissora para um possível uso como fitoterápico, recentemente estudos toxicológicos em ratos revelaram que o uso oral e prolongado das folhas provocam lesões nos rins e no fígado.[4]

Dentre os mais de 150 metabólitos secundários isolados de T. diversifolia destacam-se os flavonóides e as lactonas sesquiterpênicas. Estas últimas, em especial as tagitininas A, C e F, da classe dos heliangolidos, apresentam ações biológicas, incluindo anti-inflamatória,[5] e propriedade fagoinibidora frente a larvas do lepidóptero Chlosyne lacinia,[6] dentre outras.

O margaridão tem sido utilizado na agroecologia e em sistemas agroflorestais, principalmente na agricultura sintrópica.[7] Geralmente é plantada por estaquia, com alto índice de sucesso. É uma planta de rápido crescimento e rebrota, fácil manejo e aceita muito bem podas sucessivas - várias vezes ao ano, mesmo porque se espalha com facilidade.[8] Após a poda, a massa morta retirada serve de cobertura vegetal para o solo, contribuindo para o aumento da microbiota do solo[9] e a disponibilização de nitrogênio, potássio, cálcio e magnésio para as plantas cultivadas. Sua concentração de nitrogênio é comparável ao esterco suino.[10]

Por ter abundância de flores, atrai muitas abelhas e polinizadores, insetos que na agricultura são considerados benéficos por fortalecer os enxames e ser um controlador biológico de pragas.[11]

Referências

  1. Owoyele, V.B.; Wuraola, C.O.; Soladoye, A.O.; Olaleye, S.B. Studies on the anti-inflammatory and analgesic properties of Tithonia diversifolia leaf extract. J. Ethnopharmacol. 90: 317-321, 2004.doi:10.1016/j.jep.2003.10.010
  2. Elufioye, T.O.; Agbedahunsi, J.M. Antimalarial activities of Tithonia diversifolia (Asteraceae) and Crossopteryx febrifuga (Rubiaceae) on mice in vivo. J. Ethnopharmacol. 93: 167-171, 2004. doi:10.1016/j.jep.2004.01.009
  3. Miura, T.; Nosaka, K.; Ishii, H.; Ishida T. Antidiabetic effect of nitobegiku, the herb Tithonia diversifolia, in KK-Ay diabetic mice. Biol. Pharm. Bull. 28: 2152-2154, 2005. doi:10.1248/bpb.28.2152
  4. Passoni, F.D.; Oliveira, R.B.; Chagas-Paula, D.A.; Gobbo-Neto, L.; Da Costa, F.B. J. Ethnopharmacol. 147: 389-394, 2013. doi:10.1016/j.jep.2013.03.024 doi:10.1016/j.jep.2013.03.024
  5. Rüngeler, P.; Lyss, G.; Castro, V.; Mora, G.; Pahl, H.L.; Merfort, I. Study of three sesquiterpene lactones from Tithonia diversifolia on their anti-inflammatory activity using the transcription factor NF-kappa B and enzymes of the arachidonic acid pathway as targets. Planta Medica 64: 588-593, 1998. doi: 10.1055/s-2006-957527
  6. Ambrósio, S.R.; Oki, Y.; Heleno, V.C.G.; Chaves, J.S.; Nascimento, P.G.B.D.; Lichston, J.E.; Constantino, M.G.; Varanda, E.M.; Da Costa, F.B. Constituents of glandular trichomes of Tithonia diversifolia: relationships to herbivory and antifeedant activity. Phytochemistry 69: 2052-2060, 2008. doi:10.1016/j.phytochem.2008.03.019
  7. LIMA, A. D. (org.); SEOANE, C.E.S. (org.) (2019). Sistemas Agroflorestais: estocando carbono, regenerando o ambiente e gerando renda às famílias agricultoras. Projeto Agroflorestar: Vale do Ribeira. Paraná.
  8. Pedro Savério Penna (3 de agosto de 2016). «Agroflorestar, Manejo do Capim elefante e margaridão em área de 1 ano- vídeo». quintalflorestal.com.br. Consultado em 26 de maio de 2021 
  9. JAMA, B.; PALM, C.A.; BURESH, R.J. et al (2000). Tithonia diversifolia as a green manure for soil fertility improvement in western Kenya: A review. Agroforestry Systems 49, 201–221.
  10. OLABODE, O. S.; SOLA, O.; AKANBI, W.B.; ADESINA, G. O. (2007). Evaluation of Tithonia diversifolia (Hemsl.) A Gray for Soil Improvement. World Journal of Agricultural Sciences 3 (4): 503-507. ISSN 1817-3047.
  11. Eloi iana da Silva (novembro de 2016). «MARGARIDÃO BRANCO. Montanoa bipinnatifida (Kunth) K. kooch, originária do México, da família compositae.». apacame.org.br. Consultado em 26 de maio de 2021 

Ligações externas editar

 
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