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Complexo do antigo Gasômetro
Marianazalez/Testes
Construção 1890
Estado de conservação SP
Património nacional
Classificação Condephaat
Data 2006
Geografia
Cidade São Paulo

O Complexo do antigo Gasômetro de São Paulo foi inaugurado em 1890 pela empresa londrina The São Paulo Gás Company.

O Gasômetro funcionou foi aberto em 1890 e desativado em 1972, período em que foi responsável por produzir gás hidrogênio carbonado para ser utilizado na iluminação pública e doméstica da cidade. Hoje, o edifício é tombado pelo Condephaat e pertence à Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), que o utiliza como Centro Operacional da Região Metropolitana.

O conjunto está localizado entre as ruas da Figueira e Maria Domitila e está na área delimitada como subprefeitura da Mooca, na zona leste da capital paulista.

História editar

As primeiras tentativas de instalar iluminação pública na cidade de São Paulo tinham como base lampiões feitos com azeite de peixe ou de mamona. Gás hidrogênio líquido e azeite resinoso fotogênico também foram algumas das matérias-primas testadas até que, em 1842, a iluminação pública a gás fosse regulamentada na cidade. [1]

A história do Gasômetro começa em 1870, quando o engenheiro inglês William Ramsay desembarcou no Brasil em busca do local perfeito para as instalações da empresa conterrânea São Paolo Gás Company. O imóvel escolhido foi a Chácara do Ferrão, que estava situado entre as ruas da Figueira e Maria Domitila, no bairro do Brás, já havia sido propriedade da Marquesa de Santos.[2]

O gasômetro, também conhecido como Casa da Figueira, abriu as portas de forma experimental em janeiro de 1872 e, de forma definitiva, dois meses mais tarde. A inauguração aconteceu para celebrar a volta de uma das viagens de Dom Pedro II e iluminou, a gás, arcos construídos em frente à antiga Catedral do antigo Palácio do Governo[3].

Durante o século XIX, então, o gasômetro armazenava e distribuía o gás hidrogênio carbonado produzido a partir da queima da hulha (que vinha do Reino Unido por navio), na Casa das Retortas, próxima do gasômetro. Na ocasião, São Paulo e suas freguesias contavam com apenas 31 mil habitantes e o gasômetro abastecia apenas 700 lampiões da iluminação pública da época e 174 residências (alimentando fogões e aquecedores).[3]

Com a chegada do século XX, uma série de fatores contribuíram para uma grande expansão na cidade de São Paulo, dentre eles contingente populacional, situação geográfica estratégica e um sistema eficiente de transportes. Com isso, os serviços de iluminação disponíveis de tornaram insuficientes. O surto de urbanização e a ampliação dos horários para a realização de atividades fez com que surgisse a necessidade de novas formas de iluminação pública. Por isso, em 1901[4], a São Paolo Gás Company passou a ser responsável apenas pela iluminação residencial, já prevendo a substituição do gás pela eletricidade no serviço de iluminação pública.[3]

A partir da virada do século XIX para os anos 20, os combustores a gás já haviam substituído as antigas lamparinas a azeite nos postes da cidade e 20 anos depois, seriam mais de 1.950 postes públicos, diversos com mais de um lampião. O crescimento dinâmico da cidade a partir dos anos 30 fez com que em 1935 o lampião a gás fosse definitivamente substituído pela iluminação elétrica e em 1937 já não havia mais nenhum lampião a gás funcionando na cidade.[3]

Foi nesse ano que a São Paolo Gás Company encerrou suas atividades no Brasil, depois que o imóvel foi desapropriado e incorporado aos domínios da prefeitura de São Paulo.Já no ano seguinte, 1968, instituiu-se uma empresa pública de fornecimento de gás, a Companhia Municipal de Gás (Comgás), que funcionou na usina da Rua da Figueira até 1972, quando se mudou para uma nova usina de gás nafta, no bairro da Mooca, encerrando as atividades no Complexo do Gasômetro. [5]

Atualmente, o Edifício segue sendo propriedade da Comgás, que utiliza o espaço como um centro operacional até que se concretize a restauração e os planos de transformar o edifício na sede do Museu de História do Estado de São Paulo, com previsão de inauguração para 2017.[5]

O Edifício editar

 

Complexo editar

A área tem aproximadamente 350 metros quadrados e é composta, atualmente, por dois reservatórios (gasômetros), casa de medição, casa de compressores, oficina de transportes, clube, ambulatório médico, treinamento, refeitório e edifício de administração, esses últimos construídos apenas em 1933.[3]

Assim como os dois gasômetros, parte dos equipamentos de apoio do complexo perderam suas funções, como a casa de medições e a casa dos compressores.[3]

Estrutura editar

Os gasômetros foram construídos a partir de estruturas de aço, importadas desmontadas da Inglaterra, cuja montagem era feita a partir de um diagrama de peças numeradas, em um processo similar ao aplicado na construção de ferrovias e considerado, à época, um símbolo da modernidade. O primeiro e menor dos gasômetros foi construído em 1890, enquanto o segundo, foi finalizado em 1926.[3]

Quando os gasômetros deixaram de ser utilizados, a cada de medição também perdeu sua função. Quando os medidores estavam sendo retirados, parte do telhado foi prejudicada. O piso ladrilhado do local também sofreu danos e encontra-se em estado de conservação irrecuperável.[3]

Restauros

O edifício esteve à beira da ruína e foi restaurado pela Comgás, que iniciou sua reforma em 2006, mesmo ano em que foi tombado pelo Condephaat. O projeto de restauração manteve e as características arquitetônicas da época e incluiu soluções sustentáveis, tais como: reuso de água, geração de energia elétrica por gás natural, tratamento de efluentes e coleta seletiva de lixo. O edifício funciona, desde fevereiro de 2008, como Centro Operacional da Região Metropolitana da Comgás.[3]

Em 2009, a Fundação Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento firmou um contrato para dar início a obras de restauração da Casa das Retortas, no Complexo do Gasômetro, com o objetivo de transformar o local na sede do futuro Museu de História de São Paulo. [6]


Referências

  1. «Ficha de Identificação». www.arquicultura.fau.usp.br. Consultado em 23 de novembro de 2016 
  2. «Secretaria de Estado da Cultura». www.cultura.sp.gov.br. Consultado em 23 de novembro de 2016 
  3. a b c d e f g h i «Processo n.46662/03 do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) do Estado de São Paulo» (PDF) 
  4. «http://www.arquicultura.fau.usp.br/images/arquicultura/Processo_46662-03_-_Complexo_Industrial_do_Gasometro_Vol1.Image.Marked.pdf» (PDF)  Ligação externa em |titulo= (ajuda)
  5. a b «Ficha de Identificação». www.arquicultura.fau.usp.br. Consultado em 23 de novembro de 2016 
  6. «IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas». www.ipt.br. Consultado em 23 de novembro de 2016 

Links externos editar