Valdir Cruz

fotógrafo brasileiro

Valdir Cruz (nascido em 1952) é um fotógrafo brasileiro-americano. Nascido em Guarapuava, no estado do Paraná, Cruz mora nos Estados Unidos desde 1984. Atualmente, ele divide seu tempo entre seus estúdios em Nova York e em São Paulo. Muito de seu trabalho fotográfico focou nas pessoas, na arquitetura e na paisagem brasileiras.

Valdir Cruz
Valdir Cruz
Nascimento 1954 (70 anos)
Guarapuava
Cidadania Brasil
Ocupação fotógrafo
Prêmios
Página oficial
http://www.valdircruz.com/

Em 1996, Cruz recebeu a bolsa Guggenheim para Faces of the Rainforest, um projeto que documentou a vida dos povos indígenas na floresta tropical brasileira. A Fundação Guggenheim apoiou ainda mais o projeto com um prêmio de subvenção de publicação em 2000.[1]

Seu trabalho faz parte das coleções do Museu de Arte Moderna (MoMA),[2] da Biblioteca Pública de Nova York[3] e do Museu do Brooklyn[4], entre outros.

Carreira editar

Cruz se interessou por fotografia no final dos anos 1970, por meio do trabalho de George Stone para a National Geographic. Em 1983, começou a estudar fotografia na Escola Germain e recebeu treinamento técnico e estético de George Tice na New School for Social Research, em Manhattan.[5] Colaborou com Tice na produção autorizada de dois portfólios Steichen, Juxtapositions (1986) e Blue Skies (1987), período após o qual dedicou todas as suas energias exclusivamente ao seu próprio trabalho.[6]

Exposições editar

 
Valdir Cruz durante a inauguração da sua exposição Água-Epifania da Criação, no Palácio dos Bandeirantes

Desde 1982, suas fotografias foram o tema de mais de cinquenta exposições individuais em locais como o National Arts Club, em Nova York; o Houston Center for Photography, em Houston; o FotoFest International, em Houston; o Museu de Arte de São Paulo; a Pinacoteca do Estado de São Paulo; o Museu Nacional de Belas Artes; e o Museu Oscar Niemeyer.[7]

Coleções editar

Críticas e comentários editar

Sua composição é elegante e imaginativa. Nada escapa ao seu olhar atento que elabora um universo visual a partir de um mapa de procedimentos que revela formas puras e abstrações impertinentes, com luzes estranhas e pulsantes. Sua matriz de grande formato registra uma natureza abundante, quase intocada. Percebe-se que Valdir esperou pacientemente pelo momento em que toda a improvável ordem natural das cenas cotidianas se revoltasse e explodisse na beleza de sua fotografia. Ele descobre certas estruturas visíveis e cria uma conexão entre elas; ele concentra um poder desconcertante na imagem que excita nossos sentidos.—Rubens Fernandes Junior[6]

Promovendo a ecologia por meio da arte, o compêndio de Cruz faz referência a múltiplas inspirações. Audubon, John Muir, Edward Curtis e Walker Evans são alguns. Os ecos das imagens devocionais tradicionais adicionam uma dimensão extra de possibilidade interpretativa. Árvores raras, murchas e retorcidas, continuam alcançando... Temas de singularidade e luta combinam-se com um manejo dinâmico de forma e escala. A paleta contida concentra o impacto, aumentando o soco e a força conforme Cruz imbui seus assuntos mudos com infinita compaixão. Emoção e vida clamam nessas imagens escultóricas, evocativamente antiquadas e rarificadas por serem representadas em preto e branco. Cruz captura monumentalmente a “coisa sem olhos” que olha para nós.—Jeffrey Cyphers Wright[14]

Para quem olha as belas fotos prateadas de Valdir Cruz dos indígenas remotos da floresta amazônica, é difícil se livrar da ideia de que são imagens de fantasmas povoando cidades fantasmas… Para o brasileiro Cruz, cujos primeiros sucessos como retratista se centraram nos famosos - como Henry Kissinger e Spike Lee - foi essa sensação de algo desconhecido para o mundo e rapidamente se esvaindo que o atraiu de sua casa e estúdio na West 14th Street para a floresta tropical. Mas, no processo, o que começou como um simples projeto para fotografar líderes da floresta tropical tornou-se uma notável obsessão artística e agora humanitária para Cruz.—Randy Kennedy[15]

Para o fotógrafo nova-iorquino Valdir Cruz, a lente da camera é um instrumento de divulgação e interpretação, não simplesmente um meio de exposição e registro. Através de uma série cada vez mais complexa de estudos fotográficos, Cruz demonstra o compromisso de um antropólogo cultural e a paciência de um artista. O trabalho de Cruz se distingue por seu pictorialismo observador e não afetado, clareza de visão e o alto desempenho da própria imagem impressa.—Edward Leffingwell[16]

Publicações editar

  • Catedral Basílica de Nossa Senhora de Luz dos Pinhais (Nova York: Brave Wolf, 1996)
  • Faces of the Rainforest (Nova York: Catálogo da Exposição de Belas Artes Throckmorton, 1997)
  • Faces of the Rainforest: the Yanomami (New York: powerHouse, 2002)
  • Faces da Floresta: Os Yanomami (São Paulo: Cosac & Naify, 2004)
  • Carnaval, Salvador, Bahia 1995–2005 (Nova York: Throckmorton Fine Art, 2005)
  • O Caminho das Águas (São Paulo: Cosac & Naify, 2007)
  • Raízes: Árvores na paisagem do Estado de São Paulo (São Paulo: Imprensa Oficial de São Paulo, 2010)
  • Bonito: Confins do Novo Mundo, (Rio de Janeiro: Capivara, 2010)
  • Guarapuava (São Paulo: Terra Virgem, 2013)
  • Retratos de Afeto (São Paulo: Terra Virgem, 2017)
  • Presences (Nova York: Throckmorton Fine Art, 2017)

Prêmios editar

Ligações externas editar

Referências

  1. a b «Throckmorton Fine Art». Cópia arquivada em 26 de outubro de 2007 
  2. a b Staff. «Gypsy Woman #1». MOMA. MOMA. Consultado em 23 de junho de 2020 
  3. a b «Yanomamo: photographs by Valdir Cruz - NYPL Digital Collections». nypl.org. Consultado em 17 de novembro de 2019 
  4. a b «Brooklyn Museum». www.brooklynmuseum.org. Consultado em 17 de novembro de 2019 
  5. Rexer, Lyle (20 de outubro de 2002). «Finding Art, and a Cause, in the Forest». The New York Times 
  6. a b Cruz, Valdir (1996). Catedral Basilica de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, Introduction by Edward Leffingwell, Afterword by Rubens Fernandes Junior. Brave Wolf Publishing. New York: [s.n.] 120 páginas. ISBN 978-0965231107 
  7. Writer, Staff. «Museo Oscar Neimeyer Exposições Realizadas - 2016». Museo Oscar Neimeyer 
  8. Staff. «Valdir Cruz». clevelandart.org. Cleveland Museum of Art. Consultado em 12 de junho de 2020 
  9. Staff. «Valdir Cruz». emuseum.mfah.org. Museum of Fine Arts Houston. Consultado em 12 de junho de 2020 
  10. Staff. «Valdir Cruz». acervo.sp.gov.br. Acervo Artístico-Cultural dos Palácios. Consultado em 12 de junho de 2020 
  11. Staff. «Valdir Cruz». enciclopedia.itaucultural.org.br. Instituto Cultural Itaú. Consultado em 12 de junho de 2020 
  12. Staff. «Valdir Cruz». faap.br. Museu de Arte Brasileira. Consultado em 12 de junho de 2020 
  13. Staff. «Valdir Cruz, Guarapuava, PR, 1954». Museo de Arte de São Paulo MASP. Museo de Arte de São Paulo MASP. Consultado em 26 de junho de 2020 
  14. Wright, Jeffrey Cyphers (setembro de 2011). «Review of Bonito (a solo show at Throckmorton Fine Art, New York)». ArtNexus 
  15. Kennedy, Randy (8 de janeiro de 1998). «At Home With: Valdir Cruz—A Fragile World Through a Lens». The New York Times 
  16. Leffingwell, Edward (março de 1994). «The Exposure of Light and Line». Americas. 46 
  17. «Valdir Cruz». John Simon Guggenheim Memorial Foundation. Consultado em 26 de junho de 2020