A Vinícola Aurora é uma cooperativa de vinicultores, sediada em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul.

Vinícola Aurora

História editar

A história da Aurora inicia em 1875, com a chegada de imigrantes oriundos do norte da Itália. Estabelecidos no Sul do Brasil, na Serra Gaúcha, onde encontraram paisagens e clima similares aos de seu país de origem. Assim, os hábitos e a cultura europeia não foram abandonados, e a antiga arte da vitivinicultura logo foi retomada.

No dia 14 de fevereiro de 1931, dezesseis famílias de produtores de uvas do município de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, reuniram-se para lançar a pedra fundamental do que viria a se transformar no maior empreendimento do gênero no Brasil: A Cooperativa Vinícola Aurora. Um ano mais tarde, já contabilizava a produção coletiva de 317 mil quilos de uvas e fixava a base de um empreendimento destinado a ser não apenas o maior, mas também um dos mais qualificados tecnologicamente.

Hoje, bem no coração de Bento Gonçalves, a Vinícola Aurora é a maior do Brasil. Mais de 1.100 famílias se associaram à cooperativa, sendo a produção orientada por técnicos que, diariamente, estão em contato com o produtor – fornecendo toda a assistência necessária. A equipe técnica se responsabiliza pelo acompanhamento permanente do processo industrial e pela qualidade final dos produtos, sempre com a atenção voltada para o desenvolvimento de uma tecnologia de ponta.

A conquista da posição que ocupa há mais de duas décadas foi possível graças à constante modernização de seu parque industrial, à alta tecnologia de suas unidades e aos rigorosos padrões exigidos nos processos de produção. O cuidado extremo com a rotina produtiva, observado a partir da plantação das mudas ao engarrafamento do produto, faz parte da receita de crescimento constante do empreendimento durante todos esses anos.

Escravidão moderna editar

Em fevereiro de 2023, foram flagradas mais de 200 pessoas em situação de escravidão, mantidas num alojamento em Bento Gonçalves sob ameaça e tortura (espancamento, choques elétricos e spray de pimenta), cujo trabalho era explorado pelas vinícolas Aurora, Garibaldi e Salton, via empresa terceirizada.[1] Após a situação vir a tona, a empresa pediu desculpas pelo ocorrido[2], afirmou que fará mudanças e que os trabalhadores eram fornecidos por empresa terceirizada.[3]

Diante do escândalo, a entidade de classe empresarial local de Bento Gonçalves emitiu nota culpando as políticas de bem-estar social, a que chama de "sistema assistencialista", pela falta de candidatos ao trabalho nas condições oferecidas.[4]

Referências

  1. «Trabalhadores resgatados em situação de escravidão no RS: o que se sabe e o que falta saber». G1 - O portal de notícias da Globo. 27 de fevereiro de 2023. Consultado em 28 de fevereiro de 2023 
  2. «Vinícola Aurora pede desculpa a trabalhadores resgatados no RS e diz estar envergonhada». Folha de S.Paulo. 3 de março de 2023. Consultado em 22 de abril de 2023 
  3. «Vinícola Aurora pede desculpas e diz estar envergonhada por usar mão de obra de trabalhadores em situação semelhante à escravidão». G1. Consultado em 22 de abril de 2023 
  4. «Entidade industrial de Bento Gonçalves diz que trabalho escravo está relacionado à 'falta de mão de obra' e 'sistema assistencialista'». G1 - O portal de notícias da Globo. 28 de fevereiro de 2023. Consultado em 28 de fevereiro de 2023 

Ligações externas editar