Zabé da Loca

música brasileira

Isabel Marques da Silva, mais conhecida como Zabé da LocaOMC (Buíque, 12 de janeiro de 1924 - Monteiro, 5 de agosto de 2017) foi uma pifeira brasileira. Seu apelido se deriva do fato de ter vivido por mais de 25 anos em uma loca (ou gruta), fechada por duas paredes de taipa em um sítio nas proximidades de Monteiro, na Paraíba.

Zabé da Loca
Zabé da Loca
Informação geral
Nome completo Isabel Marques da Silva
Nascimento 12 de janeiro de 1924
Local de nascimento Buíque, PE
Morte 5 de agosto de 2017 (93 anos)
Local de morte Monteiro, PB
Nacionalidade brasileira
Instrumento(s) pife
Outras ocupações dona de casa

Biografia editar

Isabel nasceu em Buíque, agreste de Pernambuco e teve uma infância difícil, pois dos quinze irmãos que teve, viu oito morrer de fome, doença e sede. Migrou do sertão pernambucano para a Paraíba ainda menina. Aprendeu a tocar o pífano com o irmão Aristides (do qual, já adulta nunca mais soube de seu paradeiro). Teve uma vida sofrida marcada por muito trabalho no cabo da enxada, casou se com Delmiro de quem mais tarde ficou viúva e com ele teve dois filhos. Com grande dificuldades financeiras, viu a casa em que vivia se desmoronar, Zabé e a família foram viver sob duas pedras na serra do Tungão, onde permaneceram vinte e cinco anos. Em 2003 passou a morar no Assentamento Santa Catarina no mesmo município de Monteiro.

Em 1997 foi descoberta pela Agência Ensaio, de João Pessoa, gravou o disco Da Idade da Pedra e começou a fazer shows fora do contexto rural. Zabé, em 2003 aos 79 anos de idade, também virou conhecida do programa Biblioteca Rurais Arca das Letras, do Ministério de Desenvolvimento Agrário, que de implantar e incentivar a leitura no campo, também identifica a potencialidade culturais das comunidades rurais. No mesmo ano gravou seu segundo CD, Canto do Semiárido, com composições próprias como "Balão", "Araçá cadê mamãe " e "Fulô de mamoeiro" e uma versão de Asa Branca de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.[carece de fontes?]

Apresentou-se em 2004 no Fórum Cultural Mundial, ao lado de Hermeto Pascoal. Em 2007, gravou o CD Bom Todo, pelo selo Crioula Records, com a direção artística de Carlos Malta, lançado no ano seguinte no Sesc Pompeia, em São Paulo. Ainda em 2008, foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura. Também foi eleita "Revelação da Música Brasileira", no Prêmio da Música Brasileira.[1]

Em Monteiro (Paraíba) existe uma associação cultural que leva o seu nome (Associação Cultural Zabé da Loca).[2]

Morte editar

Zabé da Loca morreu em Monteiro, no estado da Paraíba, vítima de sua saúde fragilizada em decorrência do Alzheimer no dia 5 de agosto de 2017.[3] Zabé foi velada na Associação Cultural Zabé da Loca, em seguida no Centro cultural de Monteiro e sendo sepultada no Cemitério Municipal da mesma cidade.

Discografia editar

  • (2002) Da idade da Pedra . CD
  • (2008) Bom todo • Crioula Record • CD
  • (2003) Zabé da Loca • MDA • CD [4]

Referências

  1. Prêmio da Música Brasileira. «2009 - 20º Prêmio da Música Brasileira - Homenageado: Clara Nunes». Consultado em 28 de novembro de 2020 
  2. Bruna Couto. «Centenário de Zabé da Loca: símbolo de resistência, rainha do pífano tem legado mantido em complexo turístico na PB». G1. Consultado em 10 de março de 2024 
  3. «Zabé da Loca morre aos 93 anos, em Monteiro». G1. Globo. Consultado em 5 de agosto de 2017 
  4. «dicionariompb.com.br/zabe-da-loca». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 30 de outubro de 2017 

Ligações externas editar

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