Álvaro XIII do Congo

foi manikongo do reino do Kongo de 1857 a 1859.

Álvaro XIII (Falecido em 1875) foi o manicongo (rei) do Reino do Congo entre 1857 até 1859.

Álvaro XIII
Marquês de Dongo
Manicongo
Reinado 1857 - 1859
Antecessor(a) Henrique III
Sucessor(a) Pedro VI
Morte 1875

Biografia editar

Dom Álvaro Macadolo, marquês do Dongo foi filho da irmã mais velha de Henrique III, cujo nome se desconhece. Com a morte de seu tio em 23 de janeiro de 1859, Álvaro XIII assume o trono, utilizando como reivindicação a antiga tradição matrilinear. [1]

Enquanto se aguardava o funeral do falecido rei, a regência foi dada a Dona Isabel, irmã mais nova do moribundo rei. Ela se aproveita da situação para promover os direitos á seus filhos; Dom Afonso, duque de Umbamba, Dom Pedro Lefula, marquês de Catende e Dom Henrique Nuzanga. Estes dois últimos assinam em junho de 1857 um tratado que garantia a lealdade do Congo ao rei de Portugal em troca de apoio a Dom Pedro Lefula. O marquês de Catende pede aos portugueses que enviem um padre a São Salvador para coroa-lo.

Em outubro de 1858, dois padres são escoltados até São Salvador por uma guarda que garantisse que Álvaro não os atacasse. Entretanto a escolta para em Quinilasa, se recusando a acompanha-los até São Salvador. Na época, a rainha viúva Dona Ana e Dom Álvaro convocam padres de Luanda para realizar o funeral de Henrique III. Eles realizam a cerimônia entre 1 e 22 de outubro, ainda promovem numerosos batismos para no final se recusarem a coroar Dom Álvaro, que tinha o apoio da cidade.

Em Luanda, o governo português decide impor Pedro Lefula a força. Em meados de 1859, o capitão de artilharia, Joaquin Gusmán Militão e o capitão Zacarias da Silva Cruz, contando com o apoio de padres de Ambriz e Bembe, investem na capital com Pedro Lefula, mas sem ferir a Álvaro XIII.

Lefula é finalmente coroado em São Salvador, como Pedro VI em 7 de agosto de 1859. [2] Na ocasião, o rei assina um compromisso de homenagem à coroa portuguesa, confirmado através de um juramento. Este documento foi publicado no Diário Oficial de Angola em 17 de setembro de 1859. O ato é assinado por Pedro VI, dois comandantes militares e dois padres, além de membros da realeza; Afonso, duque de Umbamba, Álvaro de Água Rosada, governante de Mabanza Puto e Dom António, irmão da rainha viúva e três oficiais do rei. Mesmo com todo o processo e documentação assinada, Pedro ainda não entra na capital.

Em 16 de setembro de 1860, auxiliado por uma força portuguesa comandada pelo tenente Baptista de Andrade a frente de uma força expedicionária de 750 homens. Álvaro XIII se refugia com seus irmãos e sobrinhos. Três semanas depois, em 9 de setembro, com mais de 2 mil guerreiros, Álvaro lançou um contra-ataque a resistência de Pedro VI. O ataque é repelido pelas forças portuguesas, que em represália, incendeiam treze aldeias de seus partidários. Álvaro, mesmo assim se recusa a submeter-se. Álvaro viria a falecer em 1875.

Em 1898, seu sucessor se autoproclama como Dom Rafael II e retorna ao Congo como pretendente ao trono. É reconhecido apenas em Incunga (Nkunga).

Referências

  1. Bontinck, F. (1969). «Notes Complement Aires sur dom Nicolau Agua Rosada e Sardonia». African Historical Studies (1). 101 páginas. ISSN 0001-9992. doi:10.2307/216329. Consultado em 11 de junho de 2021 
  2. «Africa – Rivista Trimestriale di Studi e Documentazione dell'Istituto Italiano per l'Africa e l'Oriente». African Studies Companion Online. Consultado em 11 de junho de 2021