A Expedição Kon-Tiki

A Expedição Kon-Tiki (título original em norueguês Kon-Tiki ekspedisjonen) é o título do livro do pesquisador e navegador norueguês Thor Heyerdahl, publicado originalmente em 1948, e cujo nome remete ao barco Kon-Tiki, no qual realizou a aventura.

Cartão postal com a embarcação, 1947

A obra retrata a expedição realizada por Heyerdahl em 1947, quando a bordo de uma embarcação construída nos moldes daquelas usadas no Império Inca, percorreu cerca de oito mil quilômetros no Pacífico Sul com destino à Polinésia.[1]

A jangada Kon-Tiki foi tripulada por seis aventureiros e, após cento e um dias da partida no porto de Callao, navegou até o atol de Raroia, em Tuamotu.[2]

Conteúdo editar

Os toros de madeira que nos deviam conduzir através do mar eram afilados ligeiramente nas extremidades à moda indígena, para deslizarem com mais facilidade na água. Para proteção contra borrifos, foram ligadas tábuas bem baixas à proa, acima da superfície do mar.[2]
— Thor Heyerdahl

Na obra o autor relata que tivera a gênese da expedição após ouvir um relato de um ancião da ilha de Fatu Hiva em 1937, quando ali passava com sua esposa Liv a lua-de-mel, que narrou-lhe a história de "Tiki", o deus e chefe filho do Sol; mais tarde ele veio a associar aquela história com o mito andino do deus Viracocha, cujo nome primitivo seria Kon-Tiki.[2]

A gênese da expedição passou pela incredulidade ao entusiasmo, com apoio recebido por exploradores como Peter Freuchen, sendo interrompido com o advento da II Guerra Mundial, passando a seguir para a adesão dos participantes, que incluíam o sociólogo sueco Bengt Danielsson.[2]

No Peru a equipe teve que realizar a construção da embarcação bem longe do litoral, nos Andes; uma vez construída a balsa (cujo nome fora dado pela secretária da expedição, Gerd Vold), esta seguiu pelo rio Palenque até o mar e, dali, finalmente para o vasto oceano no dia 28 de abril de 1947.[2]

Impacto cultural e científico editar

A expedição influenciou diretamente outra no qual aventureiros fizeram a travessia do Oceano Índico em antigas canoas, com a finalidade de explicar o povoamento original da ilha de Madagascar, considerado um dos grandes mistérios da história.[1]

O livro teve versão em documentário Kon-Tiki, de 1950; inspirou o filme de 2012, Kon-Tiki.

Tradução brasileira editar

A versão no Brasil foi traduzida por Agenor Soares de Moura, que também realizou a tradução da sua sequência, Aku-Aku.[3]

Referências

  1. a b Gwyn Campbell (2006). «Revisitando as origens malgaxes». Tempo vol.10 no.20 Niterói. Consultado em 25 de agosto de 2020. Cópia arquivada em 25 de agosto de 2020 
  2. a b c d e Equipe Museu Marítimo (29 de agosto de 2017). «A Expedição Kon-Tiki». Museu Marítimo. Consultado em 25 de agosto de 2020. Cópia arquivada em 25 de agosto de 2020 
  3. Luciana Maia Borges; Maria Clara Castellões de Oliveira (2007). «Agenor Soares de Moura e a tradução no Brasil dos anos 40 do século XX» (PDF). PUCRio. TradRev. 1270. Consultado em 25 de agosto de 2020. Cópia arquivada em 25 de agosto de 2020. PDF arquivado em html.