A Abadia de Cluny é uma abadia localizada na Borgonha, na França, que começou a ser construída em 11 de setembro de 910 por Guilherme I da Aquitânia, em um terreno doado pelo próprio[2], e exerceu profunda influência na cristandade dos séculos posteriores com as Reformas cluníacas, inclusive além de suas fronteiras. Nela estava estabelecida a sede ou casa-mãe da célebre beneditina Ordem de Cluny.

Abadia de Cluny
Abadia de Cluny
Actual abadia de Cluny
Tipo
  • abadia
  • abadia beneditina
  • comunidade religiosa
Estilo dominante Clássico
Início da construção 11 de setembro de 910 (1 113 anos)
Religião Catolicismo
Diocese Ligada direta à Santa Sé[1]
Website www.cluny-abbaye.fr/en/
Geografia
País  França
Região Borgonha
Coordenadas 46° 26' 05" N 4° 39' 34" E

Hugo I, Duque da Borgonha, um dos irmãos de Henrique de Borgonha, foi um dos seus priores. E foi com Hugo I que a Abadia atingiu seu apogeu ao iniciar a construção da basílica de cinco naves e sete torres tendo seu altar consagrado pelo Papa Urbano II.[1]

Foi na Abadia de Cluny que se originaram as chamadas reformas cluníacas, movimento no qual os monges cluniacenses dedicavam-se à celebração das horas litúrgicas, ao canto dos Salmos, rigidez na observância da Regra de São Bento, procissões devotas e solenes e, sobretudo, à celebração da missa. Promoveram a música sacra (em Cluny havia oito esculturas que retratavam os oito modos do canto gregoriano[3]); quiseram que a arquitetura e a arte contribuíssem para a beleza e a solenidade dos ritos católicos, inseriram típicas atividades culturais do monaquismo medieval como as escolas para as crianças, a preparação de bibliotecas, os scriptoria para a transcrição dos livros; enriqueceram o calendário litúrgico de celebrações especiais e incrementaram o culto da Virgem Maria. Além de, através do trabalho manual, explorar economicamente as amplas propriedades típicas dos mosteiros cluniacenses.[2][4]

Como mencionado acima, a construção da Abadia, bem como as reformas nela originadas, causaram grande influência na época a ponto de muitos príncipes e Papas pedirem aos abades de Cluny para difundirem a sua reforma, de modo que em pouco tempo se propagou uma densa rede de mosteiros ligados a Cluny, ou com verdadeiros vínculos jurídicos ou com uma espécie de afiliação carismática.[2] Muitos homens, tanto leigos como clérigos, inclusive aqueles de elevada condição, deixaram suas dioceses para viverem em Cluny como simples monges. Devido ao grande aumento do número de monges, tornou-se necessário ampliar as instalações de Cluny e edificar uma nova igreja.[5] Estima-se que o número de monges ligados à Abadia chegou a 10 mil espalhados em 1.450 casas clericais.[6]

A abadia foi considerada uma das maravilhas da França Medieval e diz-se ter sido o maior complexo arquitetônico da cristandade ocidental. Em decorrência da revolução francesa a abadia foi completamente destruída, tendo sido posteriormente reconstruída.[7][8]

Em 2007 a Abadia foi consagrada como Patrimônio Europeu pela União Europeia.[9]

Referências

  1. a b Morazzani, Clara Isabel. Cluny: a força suave e irresistível da santidade. In: Revista Arautos do Evangelho, Nov/2006, n.59, p. 17 a 20
  2. a b c Ferreira, Ir. Carmela Werner. Santo Odilon de Cluny: O "Arcanjo dos monges". In: Revista Arautos do Evangelho, Janeiro/2014, n. 146, p. 31 à 35
  3. Los modos del gregoriano en los capiteles de la abadía de Cluny Musicaantigua.com
  4. Papa quer que patrimônio religioso europeu seja apreciado - Estadão
  5. Dominguez, Ir. José Antônio. Santo Odon, abade: O iniciador de Cluny. In: Revista Arautos do Evangelho, Nov/2006, n. 59, p. 22 à 25.
  6. Cluny, a revolução contra a abadia - Parte I - Portal Terra
  7. São Odo de Cluny[ligação inativa] - Portal Franciscanos.org
  8. La abadía de Cluny, un ejemplo de reconstrucción - Diario de León (em espanhol)
  9. Abadia de Cluny consagrada como "Património Europeu" - RTP Notícias
 
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