Alaíde Foppa (Barcelona, 3 de dezembro de 1914 - Cidade da Guatemala, 19 de dezembro de 1980[nota 1]) foi uma poetisa, escritora, tradutora, crítica de arte e feminista guatemalteca.

Alaíde Foppa
Nome completo Alaíde Foppa Falla de Solórzano
Nascimento 3 de dezembro de 1914
Barcelona
Morte 19 de dezembro de 1980 (66 anos)
Cidade da Guatemala
Residência México
Nacionalidade guatemalteca
Progenitores Mãe: Julia Falla
Pai: Tito Livio Foppa
Cônjuge Alfonso Solórzano Fernández
Filho(a)(s) Mario, Juan Pablo, Laura, Silvia e Julio
Ocupação Professora, poetisa, feminista

Vivia exilada no México quando voltou à Guatemala em dezembro de 1980 e, no dia 19, desapareceu levada pela G-2, polícia política daquele país, então sob ditadura militar; em 1976 foi uma das fundadoras da primeira revista feminista da América Latina, a Fem.[1][2]

Biografia editar

Alaíde era filha de mãe guatemalteca ( a rica pianista Julia, filha de fazendeiros) e pai argentino (o jornalista Tito Livio Foppa); passou sua infância na Argentina e parte da juventude na Itália, onde cursou história da arte e literatura; na década de 1940 foi para a Guatemala, onde naturalizou-se, rompendo assim o relacionamento já quase inexistente com o pai.[2]

Na Guatemala conhece o então presidente do país, Juan José Arévalo, com quem tem seu primeiro filho, Julio; no país ela se dedicou ao magistério de literatura e italiano na Faculdade de Humanidades da Universidade de San Carlos.[2]

Em 1954 parte para o exílio no México, onde se casa com Alfonso Solórzano, que também tivera que fugir do país pois era chefe de gabinete do presidente Jacobo Arbenz Guzmán, derrubado em junho daquele ano; com ele teve mais quatro filhos: Mario, Laura, Silvia e Juan Pablo.[2][1]

Com o incremento das lutas civis na Guatemala na década de 1970 três de seus filhos (Mario, Silvia e Juan Pablo) tomam parte nas lutas armadas contra o regime de exceção.[2]

Leciona na Universidad Nacional Autónoma de México,[2] onde cria o primeiro curso de Sociologia da Mulher; participa de diversos movimentos feministas.[1]

Com visitas esporádicas à Guatemala, em dezembro de 1980 ela retorna para ver a mãe que estava doente; desapareceu em meio às lutas que se desenvolviam na capital, junto ao motorista Actúm Shiroy; foi então criado no México (com representações em vários outras nações) o "Comitê Internacional Pela Vida de Alaíde Foppa", que obteve informações do envolvimento direto da organização G-2 no seu desaparecimento, embora oficialmente o governo negasse; seu marido havia falecido no ano anterior, em acidente automobilístico.[1]

Em 2014, celebrando o centenário de seu nascimento, um festival teve lugar na capital guatemalteca.[2]

Bibliografia da autora editar

Poesia editar

  • El ave Fénix: Las palabras y el tiempo. Espanha (1945).
  • Poesías. México (1945).
  • La sin ventura. México (1955).
  • Los dedos de mi mano. México (1958).
  • Aunque es de noche. México (1959).
  • Guirnalda de primavera. México (1970).
  • Elogio de mi cuerpo. México (1970).
  • Poesía. Guatemala: serviprensa centroamericana (1982).

Ensaios editar

  • La poesía de Miguel Ángel. México (1966).
  • Confesiones de José Luis Cuevas. México (1975).

Antologiaa editar

  • British and world literature for life and work. EUA (1997)
  • Para conjurar el sueño: poetas guatemaltecas del siglo XX. Guatemala (1945)
  • A secret weavers anthology: sel from the secret weavers series: Writing by latin. EUA (1998)
  • Rosa palpitante: sexualidad y erotismo en la escritura de poetas guatemaltecas nacidas en el siglo XX. Guatemala (2005)

Notas

  1. Esta foi a data de seu desaparecimento.

Referências

  1. a b c d Catherine Tinker (1981). «Alaíde Foppa: Desaparecida». São Paulo. Mulherio (1): 7. Consultado em 26 de dezembro de 2018. Disponível no acervo digital da Biblioteca Nacional (Brasil) 
  2. a b c d e f g «100 años de Alaidé Foppa» (em espanhol). El Periódico Guatemala. 2 de dezembro de 2014. Consultado em 6 de abril de 2017. Cópia arquivada em 26 de abril de 2015