Antologia do Cordel Brasileiro

livro composto por obras da literatura de cordel, abrangendo todas as fases da poesia popular nordestina

Antologia do Cordel Brasileiro é um livro organizado pelo estudioso da literatura de cordel, poeta e cordelista brasileiro Marco Haurélio, composto por 15 obras da literatura de cordel, abrangendo todas as fases da poesia popular nordestina.[1] O primeiro título da coleção é O Soldado Jogador, de Leandro Gomes de Barros, um dos poetas pioneiros do gênero, seguido da História do Caçador que Foi ao Inferno, de José Pachêco da Rocha. A antologia traz ainda um texto inédito de Manoel D’Almeida Filho (1914-1995), A Guerra dos Passarinhos e produções de Severino Borges, Minelvino Francisco Silva, Antônio Teodoro dos Santos, entre outros. Uma das marcas distintivas desta antologia é o fato de mesclar a produção atual com os clássicos consagrados. Entre os poetas contemporâneos foram selecionados aqueles que trabalham a matéria tradicional: o piauiense Pedro Monteiro, os cearenses Klévisson Viana, Rouxinol do Rinaré, Arievaldo Viana, Evaristo Geraldo, além do baiano Marco Haurélio, que assina, também, a apresentação e a seleção.[2]

Antologia do Cordel Brasileiro
Antologia do Cordel Brasileiro
Antologia do Cordel Brasileiro
Capa do livro Antologia do cordel
Autor(es) Marco Haurélio
Idioma português
País  Brasil
Assunto Literatura de cordel
Gênero cordel
Ilustrador Erivaldo
Editora 1ª edição: Global Editora(São Paulo)
Lançamento 2012
Páginas 356
ISBN 978-85-260-1599-9
Edição brasileira
Editora Global Editora (São Paulo)
Lançamento 2012
ISBN 978-85-260-1599-9
Pedro Monteiro, um dos poetas cuja obra faz parte da composição da antologia.


Folhetos e romances que compõem a Antologia editar

Origem do personagem João Grilo editar

Em nota sobre o folheto João Grilo, um Presepeiro no Palácio, de Pedro Monteiro, Marco Haurélio propõe uma hipótese para a origem de João Grilo, personagem conhecido dos leitores de cordel e protagonista da peça Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna:

  • “A história do adivinhão que se vale mais da sorte do que da astúcia, ao menos na primeira parte da narrativa, vem da mesma seara onde Câmara Cascudo recolheu Adivinha, adivinhão, arrolado entre os Contos tradicionais do Brasil. O motivo central chegou-nos de Portugal, embora seja corrente na tradição oral de vários países, como Itália, França, Noruega e até mesmo a distante Mongólia. Ainda no Brasil, temos O velho e o tesouro do rei, dos Contos populares do Brasil, de Silvio Romero, e O Dr. Grillo, dos ‘’Contos da Carochinha’’ do pioneiro Figueiredo Pimentel. As ocorrências são muitas, incluindo até uma variante alagoana, Estória de João Grilo, recolhida e divulgada por Théo Brandão, em 1954. O adivinhão do título do folheto de Pedro Monteiro é o João Grilo de incontáveis histórias de cordel, a começar pelo clássico Proezas de João Grilo, de João Ferreira de Lima, publicado originalmente como Palhaçadas de João Grilo, em 1932. Personagem encontradiço nos contos populares portugueses, nas coleções de Consiglieri Pedroso (História de João Grilo) e Teófilo Braga (João Ratão ou Grilo), a menção mais antiga que conheço é da introdução do Pentamerone, de Giambattista Basile (1634-36). Basile nos fala de passagem de certo Maestro Grillo, protagonista de uma obra cômica, Opera nuova piacevole da ridere de um villano lauratore nomato Grillo, quale volse douentar medico, in rima istoriata (Veneza, 1519). Grillo, fingindo-se de médico, faz com que uma princesa sisuda ria pela primeira vez. Angelo de Gubernatis, na Mitologia zoológica, segundo Teófilo Braga, afirma: “Na Itália, quando se propõe um enigma para ser adivinhado, ajunta-se ordinariamente como conclusão as palavras – Indovinala, grillo! (adivinha, grilo)”. Orientalista, Gubernatis, fazendo coro aos estudiosos de seu tempo, associa a expressão ao idiota fingido que acaba por revelar-se esperto, interpretando-o como o sol que, mesmo envolvido na nuvem, ou durante a noite, a tudo vê. Um evidente exagero. Mas a expressão popular vem ao encontro do João Grilo adivinhão que figura, além do folheto de Pedro Monteiro, na última parte das Proezas de João Grilo.[3]

Referências

  1. «Antologia do Cordel Brasileiro: Marco Haurélio». Matéria na revista Conexão Literatura. Consultado em 28 de junho de 2023 
  2. «Literatura de Cordel: 7 livros para conhecer e se encantar pelo gênero». Matéria na revista Galileu. Consultado em 28 de junho de 2023 
  3. HAURÉLIO, Marco (2012). «Apresentação». Antologia do Cordel Brasileiro=Global. [S.l.: s.n.] 356 páginas 

Ligações externas editar

Notícia no sítio Vermelho

Reportagem do Correio Braziliense Literatura de Cordel