Apiarte
A Associação de Produtores Independentes de Audiovisuais APIARTE[1] foi fundada em 1990 na cidade do Porto por um conjunto de pessoas com formação nas áreas do cinema, teatro, fotografia, arquitetura e artes plásticas com interesse na criação e realização de projetos audiovisuais independentes e de arte eletrónica. Começou por divulgar, com a realização de diversos ciclos, trabalhos dos diversos criadores de vídeo portugueses. Organizou a primeira exposição de vídeo-instalações em Portugal: Imago, fin de siecle dutch contemporary art[2]. Produziu trabalhos de jovens autores e colaborou com diversas instituições culturais e artísticas da cidade. Foi responsável pelo espaço vídeo do Fantasporto entre 1990 e 1993, e pelo sector vídeo das três edições das Jornadas de Arte Contemporânea do Porto[3]. Encerrou a atividade em 2006. Era considerada uma produtora vocacionada para o videoarte e para o vídeo de cena.
História
editarDesde a sua fundação, a Apiarte divulgou através de ciclos e mostras, os trabalhos de vídeo de diversos criadores portugueses. Esse foi, juntamente com a produção de vídeos de jovens autores e a colaboração com artistas plásticos, encenadores e coreógrafos, um dos objetivos da sua fundação.
E se ao nível da colaboração com artistas plásticos a sua intervenção foi visível em trabalhos de Cláudia Ulisses[4], Lívia Flores, Teresa Carrington, Paulo Brusky, Franz West, António Rego, Ana Vieira, Janne e Louise Wilson[5], Ângelo de Sousa, Luís Palma, João Penalva, Cristina Mateus, Eglantina Monteiro - muitos deles para o Museu de Serralves - a colaboração com encenadores teatrais e coreógrafos possibilitou, com algum pioneirismo, o surgimento dos vídeos de cena.
Vídeo-cidades, Vai no Batalha, O Extra-Celeste, Metamorfoses d'O vídeo, foram algumas das mostras organizadas desde 1990, a par de Imago, fin de siecle dutch contemporary art[6]. Em 1999, inicia com o Rivoli Teatro Municipal a organização da mostra periódica de vídeos Ecrãs de Vidro, que só viria a ter duas edições. A primeira, apresentou um conjunto de obras produzidas pela Apiarte desde 1995. Na segunda, realizada em 2002, programou filmes e vídeos de Claude Garnier[7] e Octávio Espírito Santo, retrospetivas de Pedro Sena Nunes e Edgar Pêra[8], incluindo estreias, e ainda a curta-metragem Belo[9], de André Delhaye, também em estreia absoluta e integralmente produzida pela Apiarte.
Em 2006, num período de grandes dificuldades para as atividades artísticas na cidade do Porto, cessou a atividade.
Referências
editar- ↑ «Apiarte - Associação de Produtores Independentes de Audiovisuais». Portugal Film Commission. Consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ IMAGO, fin-de-siècle in Dutch Contemporary Art, consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ «João Fernandes, o olhar transversal». PÚBLICO. Consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ «Claudia Ulisses». iscp-nyc.org (em inglês). Consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ «Home». Jane and Louise Wilson (em inglês). Consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ «Imago, Fin de Siecle in Dutch Contemporary Art. Uitgave van het tijdschrift 'Mediamatic' ism de Rijksdienst Beeldende Kunst, bij de 'Imago'-tentoonstelling op de Amsterdamse KunstRai - Archief - de Appel Amsterdam». www.deappel.nl. Consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ «Claude Garnier». MUBI. Consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ «© EDGAR PÊRA». © EDGAR PÊRA (em inglês). Consultado em 26 de dezembro de 2022
- ↑ Delhaye, André (18 de janeiro de 2002), Belo, Apiarte, consultado em 26 de dezembro de 2022