Autotise ou autótise (do grego αὐτός "auto" e θυσία "sacrifício") é o processo em que um animal se destrói por uma ruptura interna ou pela explosão de um órgão interno que venha a romper a pele. O termo foi proposto por Eleonor e Ulrich Maschwitzów, em 1974, para descrever o mecanismo de defesa da formiga-carpinteira (Camponotus saundersi).[1][2] A autotise é causada pela contração de músculos ao redor de uma larga glândula que pressiona as paredes glandulares ao ponto da explosão. É uma forma de suicídio altruísta.[3]

Cupins editar

Alguns cupins (como os soldados da espécie Globitermes sulphureus) expelem uma pegajosa secreção ao romper a glândula perto da pele dos seus pescoços, criando uma defesa contra as formigas. Além dessa espécie, já foram registrados casos em colônias da espécie Serritermes serrifer e dos gêneros Dentispicotermes, Genuotermes e Orthognathotermes. Algumas espécies da sub-família Apicotermitinae (isenta de soldados), como as do gênero Grigiotermes e Ruptitermes, possuem trabalhadores que podem realizar autotise. Essa forma de autotise é uma das formas mais efetivas de defesa dentre os cupins, já que os trabalhadores sacrificados bloqueiam o túnel que dá passagem ao ninho e também permite uma troca entre atacantes e defensores um-por-um, fazendo com que os ataques dos cupins gastem uma grande quantidade de energia dos predadores.[2][3]

Os soldados da família Serritermitidae têm uma estratégia de defesa que envolve a autotise da glande frontal: o corpo rompe entre a cabeça e o abdômen. Não usam a autotise fora do ninho, somente quando dentro do ninho, para bloquear os túneis e prevenir a entrada dos predadores.[4]

Trabalhadores velhos da espécie Neocapritermes taracua desenvolvem manchas azuis nos seus abdômens que são preenchidos por proteínas contendo cobre. Essas proteínas reagem com uma secreção da glândula labial superior, causando a autotise tóxica para outros cupins.[5][6]

Referências