A avidina é uma glicoproteína tetramérica com afinidade pela biotina, produzida nos ovidutos de aves, répteis e anfíbios, que se acumula nas claras dos ovos. Esta união da avidina à biotina (vitamina B7) impede a absorção de dita vitamina no intestino, pelo que comer muita clara de ovo crua não é bom para a nutrição, embora este efeito não se produza nos ovos cozinhados.

Avidina
Avidina
Núcleo de estreptavidina mutante d128a a pH 4,5
Indicadores
Pfam PF01382
InterPro IPR005468
PROSITE PDOC00499
SCOP 1slf
Modelo de dímero de avidina de galinha com biotina unida (a proteína completa é tetramérica)
Biotina - A avidina pode unir-se a 4 moléculas de biotina com alta afinidade, impedindo a absorção desta vitamina pelo nosso organismo.
Um ovo cru com a sua gema rodeada da clara. A avidina foi isolada pela primeira vez a partir da clara de ovo de galinha por Esmond Emerson Snell.

As quatro subunidades ou protómeros que formam esta proteína tetramérica são idênticos (proteína homotetramérica), e cada um deles pode unir-se a uma molécula de biotina com um alto grau de afinidade e especificidade. A constante de dissociação da avidina é KD ≈ 10−15, o que faz com que a sua ligação com a biotina seja uma das ligações não covalentes mais fortes conhecidas.[1]

Na sua forma tetramérica a avidina tem um peso molecular estimado entre 66–69 kDa.[2] 10 % desse peso deve-se ao seu conteúdo em glícidos, constituído por oligossacarídeos compostos por resíduos de manose e N-acetilglicosamina[3][4].

A avidina funcional só se encontra na clara de ovo crua, uma vez que a avidez por unir-se à biotina, característica desta proteína, desaparece com a cozedura. A função natural exercida pela avidina nos ovos não é conhecida, embora se sugira que funciona como um inibidor do crescimento bacteriano no oviduto, ao unir-se à biotina de que as bactérias precisam para crecer. Uma evidência que suporta esta ideia é a de que certas cepas da bactéria Streptomyces produzem estreptavidina, uma proteína com ligeiramente parecida com a avidina e também com afinidade pela biotina e um ponto de união muito similar, que se acredita servir para inibir o crescimento de bactérias competidoras, do género antibiótico.

Também se encontrou uma forma não glicosilada da avidina isolada de um preparado comercial, mas não é conclusivo se esta forma é um produto natural ou é simplesmente o resultado do processo de fabricação.[5]

Ver também

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Referências

  1. Green 1963
  2. Korpela, 1984
  3. Green 1975
  4. Bruch & White 1982
  5. Hiller et al., 1987

Bibliografia

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  • Angerer, L. et al., (1976) An electron microscope study of the relative positions of the 4S and ribosomal RNA genes in HeLa cells mitochondrial DNA. Cell. 9, 81-90.
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  • Kresge, N. et al., (2004). The Discovery of Avidin by Esmond E. Snell. J. Bio. Chem. 279, e5
  • Morag, E. et al., (1996) Reversibility of biotin-binding by selective modification of tyrosine in Avidin. Biochem. J. 316, 193-199.
  • Snell, E. et al., (1940). A quantitative test for biotin and observations regarding its occurrence and properties. J. Am. Chem. Soc., 62, 175-178.
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