Axioma da extensão

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O axioma da extensão, também chamado axioma da extensionalidade ou ainda axioma da unicidade, cumpre, na teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel, o papel de estabelecer como as relações de pertinência () e igualdade de conjuntos () estão relacionadas. O seu enunciado diz:

Se dois conjuntos e são tais que todo elemento de é elemento de e todo elemento de é elemento de , então e são iguais.

Na linguagem da lógica formal podemos enunciá-lo da seguinte forma:

O conteúdo deste axioma é claro: um conjunto é completamente determinado pelos elementos que contêm. Alguns matemáticos dizem isso afirmando que um conjunto é determinado pela sua extensão o que é, talvez, não muito claro. O outro nome pelo qual o axioma é conhecido, axioma da unicidade, é mais sugestivo: não há dois conjuntos com exatamente os mesmos elementos.

Bart e Lisa têm os mesmos ancestrais, contudo Bart Lisa.

Pode parecer uma trivialidade formal exigir que se dois conjuntos têm os mesmos elementos então são iguais, mas não é tanto como parece. Halmos diz, em Teoria ingênua dos conjuntos[1], que é valioso compreender o axioma da extensão não apenas como uma propriedade lógica necessária de igualdade, mas também como uma proposição não-trivial sobre pertinência. Para esclarecer, sugere compararmos pertinência-igualdade de conjuntos com ancestralidade-igualdade de humanos, considerando seres humanos no lugar de conjuntos e colocando sempre que for ancestral de . É claro que neste caso o análogo do axioma da extensão não vale. Realmente, se Bart e Lisa são irmãos, têm então os mesmos ancestrais, contudo não são seres humanos iguais.

Em termos da inclusão de conjuntos () podemos ainda expressar o axioma da extensão como[2]

Em palavras,

A inclusão de conjuntos é anti-simétrica.

A recíproca do axioma da extensão,

é evidentemente verdadeira[3] e alguns autores referem-se a proposição completa

como sendo o axioma da extensão. Historicamente isto não é correto mas, por outro lado, não há qualquer problema lógico em enunciar o axioma nesta forma; exceto que a implicação recíproca acrescentada não é, de fato, um axioma[4].

Ver também editar

Notas editar

  1. Halmos, pp. 4 e 5
  2. Note que
     
     
     
     
  3. Mera substituição de   por   é o suficiente para verificá-la.
  4. É dedutível.

Referências editar

  • Halmos, Paul R (2001). Teoria ingênua dos conjuntos. Tradução de Lázaro Coutinho. Rio de Janeiro: Ciência Moderna. 178 páginas. ISBN 85-7393-141-8 

Ligações externas editar