BR-210

rodovia federal brasileira projetada para atender aos estados de Amazonas, Pará, Amapá e Roraima

A BR-210, também conhecida como Perimetral Norte,[2] é uma rodovia federal transversal brasileira projetada para atender aos Estados de Amazonas, Pará, Amapá e Roraima. Até hoje, somente foram implantados trechos nos dois últimos estados citados.

BR-210
BR-210
BR-210
Nome popular Perimetral Norte
Identificador  BR-210 
Tipo Federal transversal
Extensão 411,7 (em Roraima) km
Extremos
 • Oeste:
 • Leste:

Em Roraima: Missão Catrimani, RR-344
Em Roraima: Rio Jatapu, vila Entre Rios
Cruzamentos Em Roraima: BR-432, RR-460[1]
Concessionária Não tem.
Rodovias de Roraima
Rodovias do Amapá
Projeto Calha Norte
Estrada parcialmente asfaltada, alguns trechos com má conservação. Boa parte do trecho projetado jamais foi aberto.

Em Roraima, a BR-210 possui hoje 411,7 quilômetros abertos, saindo do rio Jatapu à Missão Catrimani. Todo este trecho encontra-se asfaltado, embora muitos segmentos em estado crítico de conservação. Conecta as cidades de Caroebe, São João da Baliza, São Luiz e Caracaraí, além de diversas vilas.[3] No seu trajeto roraimense intercepta as federais BR-174 e BR-432, as estaduais RR-460 e RR-344, além de diversas estradas vicinais de administração municipal.[1]

História[4]

editar

A Perimetral Norte foi planejada no auge do desenvolvimentismo econômico do regime militar para cortar a Amazônia brasileira desde o Amapá até a fronteira colombiana no Estado do Amazonas, fazendo parte do Plano de Integração Nacional - PIN.

Em Roraima foram implantados inicialmente os trechos de São João da Baliza até Caracaraí e de lá até o rio Repartimento, seguindo até a Missão Catrimani. Esta última porção foi desativada no ano de 2004 devido a falta de manutenção de pontes e deslizamento de barrancos. Da Missão Catrimani a estrada foi construída até o Posto Indígena Demini, já no Estado do Amazonas.

No estado do Amazonas, foi aberto os trechos de São Gabriel da Cachoeira, interligado com a BR-307, dentro da Terra indígena Balaio, e depois de Missão Catrimani até próximo ao Parque Estadual Serra do Aracá. no total no Amazonas, foram construídos 49,97 km de rodovia, trechos abertos e incompletos que, hoje foram levados pela vegetação.

No Amapá, foi iniciada em 1973 aproveitando os 102 quilômetros já construídos pela ICOMI para exploração da Serra do Navio, saindo de Macapá, o projeto foi suspenso em 1977 depois de 170 km construídos que hoje terminam dentro da Terra Indígena Waiãpi.

O traçado planejado para a rodovia BR-210 cruzava diversos territórios indígenas ainda não contatados pela FUNAI, inclusive grande extensão da porção sudoeste da atual Terra Indígena Yanomami. A construção da Perimetral Norte entre o município de Caracaraí na primeira metade da década de 1970 levou a morte de dezenas de Yawarip, subgrupo Yanomami, levando os sobreviventes a mendigarem na beira da estrada. Em conseqüência, a população Yanomami dos vales dos rios Ajarani e Catrimani é devastada, sendo que quatro aldeias do Ajarani perdem 22% de sua população, entre 1973 a 1975, e quatro outras do Alto Catrimani perdem metade de sua gente em epidemias de sarampo em 1978. (BRASIL. Fundação Nacional de Saúde, 1991). Concomitantemente, instalam-se projetos de colonização no Ajarani e Apiaú tendo como consequência a pauperização e estabelecimento de portas de entrada de doenças com alta letalidade nas aldeias.

Ver também

editar

Referências

  1. a b Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Mapa multimodal de Roraima. Acesso em 6 fev 2012.
  2. Fonte Brasil. Justiça decide que Ajarani pertence aos Yanomami. Acesso em 8 fev 2012.
  3. Secretaria de Infraestrutura. Rodovias on-line. Acesso em 8 fev 2012.
  4. Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Distrito Sanitário Yanomami. “Primeiro Relatório do Distrito Sanitário Yanomami – 1991”. Boa Vista, FUNASA, 1991, mimeo.

Ligações externas

editar