Bandeira de sangue

Uma bandeira de sangue (em neerlandês: bloedvlag) ou bandeira de ataque era originalmente uma bandeira vermelha hasteada como um sinal para certas ações táticas em navios holandeses.[1] Não se tem certeza se a cor vermelha foi usada por causa de sua visibilidade, ou porque a cor está relacionada à cor do sangue como um sinal de luta feroz.

Uma bloedvlag do século XVII.

História editar

 
Bandeira de sangue em um navio holandês durante a batalha próxima ao estreito de Elseneur entre as frotas holandesa e sueca em 8 de novembro de 1658, retratado por Peter van de Velde (Antuérpia, 1670-1679)

Originalmente, a bandeira de sangue era uma bandeira vermelha representando um braço armado com a espada. Esta bandeira foi hasteada em navios holandeses desde o início do século XVII durante a Guerra dos Oitenta Anos como um sinal para certas ações táticas. Os corsários também usavam essas bandeiras. A bandeira de Vlissingen foi usada como uma bandeira de corsários durante o corsário legalizado.

Pierre Moreau, em seu relato sobre a insurreição luso-brasileira contra o domínio neerlandês, menciona o uso da bloedvlag:

“Lichthart, Tenente-Almirante dos holandeses, só dispunha de cinco navios, bem próximo do porto; imediatamente mandou içar as velas, desfraldou a bandeira vermelha, em cujo centro estava representado um braço nu tendo na mão um alfanje, sinal comum de provocação ao combate, avançou pelo mar e mandou dizer ao almirante português que ele tinha de orçar visto que estava a sotavento.”
— Pierre Moreau, Relação verdadeira do que se passou na guerra travada no país do Brasil entre os portugueses e os holandeses desde 1644 até 1648.[2]

Antes da Segunda Guerra Mundial, a bandeira de sangue era usada pela Marinha Real Neerlandesa como um sinal para abrir fogo. A bandeira vermelha ainda significa perigo: o código internacional de sinais prescreve que a bandeira vermelha seja usada ao carregar e descarregar substâncias explosivas. A maioria das bandeiras de sangue da Marinha Real datada da Segunda Guerra Mundial são em sua maioria pretas, com uma caveira e/ou vários símbolos nelas. Pelo que se sabe, bandeiras de sangue desse tipo eram carregadas apenas pelo Serviço de Submarino Neerlandês.

Referências

  1. Ferreira, Victor Bertocchi (2019). O pincel de Marte: as representações pictóricas da guerra entre neerlandeses e ibéricos no Atlântico (1621-1669) (Tese de Mestrado em História Social). São Paulo: Universidade de São Paulo. doi:10.11606/D.8.2020.tde-03032020-171934 
  2. Moreau, Pierre (1979). História das últimas lutas no Brasil entre holandeses e portugueses e relação da viagem ao país dos tapuias. Traduzido por Lêda Boechat Rodrigues. Belo Horizonte: Editora Itatiaia. p. 45 

Ver também editar

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