Barragem de Anagé

A Barragem de Anagé (denominada oficialmente como Barragem Deputado Elquison Soares[1]) é uma represa ao longo do curso do rio Gavião, na região sudoeste do estado brasileiro da Bahia.[2]

Foi planejada e construída entre os anos de 1986 e 1988 pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), tendo por objetivos principais "perenizar um trecho do Rio Gavião com o barramento do rio armazenar água para ao abastecimento das populações de Anagé e Caraíbas, além de possibilitar o desenvolvimento e instalação da fruticultura, a partir da agricultura irrigada e, também, criar as condições para a implantação da piscicultura como mecanismos de melhorar a renda da população". Seu lago, além desses dois municípios, também atinge o território de Belo Campo.[2]

Dados geográficos editar

Fica localizada a cerca de 560 km de Salvador; seu lago possui uma área estimada de 44 km², para uma capacidade máxima de 367.000.000 m³ de água.[2] Sua vazão regularizada é de 3,60 m³/s.[1]

O rio Gavião, que represa, integra a bacia do rio de Contas.[2]

Impacto antrópico editar

A barragem afetou diretamente muitas famílias, cujas propriedades seriam diretamente atingidas pelo lago a ser formado; com isto deu-se a mobilização com o envolvimento de várias entidades que, intermediando o conflito, sob o lema "terra por terra", reivindicaram a realocação dos moradores.[2]

Muitos conseguiram, graças à mobilização, a realocação almejada com a construção de casas em áreas não-inundadas e indenização pelas benfeitorias; apesar disto, dezenas de famílias foram obrigadas a migrarem, por serem meras possuidoras das áreas que tradicionalmente ocupavam, enquanto outras permaneceram como fonte de mão-de-obra para os empreendimentos gerados; acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); de cerca de 800 famílias atingidas estima-se que por volta de 150 não receberam qualquer tipo de indenização ou compensação.[2]

A enorme valorização da área no entorno, com terrenos férteis e clima favorável à plantação de frutas, gerou também a construção de mansões para lazer, algumas valendo milhões de reais, intensificando desta forma o abismo social entre seus habitantes originais; também o turismo, ainda incipiente, tem sido outra grande transformação na economia local.[2]

"A base econômica da região se diversificou com a ampliação do comércio, da pecuária extensiva, da piscicultura e, sobretudo, da fruticultura irrigada (destinada à exportação) principalmente no entorno e a jusante da Barragem de Anagé"[1]

Referências

  1. a b c Manoel Alves de Oliveira. «Formação de bacia hidrográfica antrópica no sistema fluvial do rio Gavião no Sudoeste da Bahia a partir da perenização do seu fluxo de água» (PDF). Observatório Geográfico da América Latina. Consultado em 28 de dezembro de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 4 de maio de 2016 
  2. a b c d e f g Gedeval Paiva Silva; Guiomar Inez Germani. «Política estatal e as transformações territoriais: analisando a construção da Barragem de Anagé – Bahia – Brasil» (PDF). Observatório Geográfico da América Latina. Consultado em 28 de dezembro de 2020. Cópia arquivada (PDF) em 4 de maio de 2016