Um café reparador (em língua inglesa: repair café) é uma reunião em que as pessoas reparam electrodomésticos e aparelhos mecânicos, computadores, bicicletas, roupas, etc. Eles são organizados por e para os residentes locais. Os cafés reparadores estão situados numa localização fixa onde as ferramentas estão disponíveis e onde pode reparar os seus bens avariados com a ajuda dos voluntários.[1] Os seus objetivos são reduzir o desperdício, promover as competências de reparação e reforçar a coesão social.[2][3][4][5][6]

Café reparador em Amsterdão-Oeste, Países Baixos.

História editar

O conceito foi desenvolvido por Martine Postma em 2009.[7] Em 18 de outubro de 2009, o primeiro Café Reparador foi inaugurado no Teatro Fijnhout, Amsterdão-Oeste. Em 2 de março de 2010, a Fundação do Café Reparador foi criada. A fundação foi formada para apoiar grupos locais em todo o mundo na criação dos seus próprios Cafés Reparadores.[8] Desde então, o número de Cafés Reparadores tem crescido rapidamente. Em março de 2016 Postma registou mais de 1.000 Cafés Reparadores em todo o mundo, 327 nos Países Baixos, 309 na Alemanha, 22 no Reino Unido, 21 nos EUA, 15 no Canadá, quatro na Austrália e um na Índia.[9] Em janeiro de 2017 o número de Cafés Reparadores subiu mais de 1.200, e em março de 2018 o número chegou a 1.500 em 33 países.[10]

Em 2017, o primeiro Dia Internacional da Reparação foi anunciado. Destina-se a ser um evento anual, a ter lugar no terceiro sábado de outubro de cada ano.[11]

Recolha de dados de reparação editar

Em 2017, a Fundação do Café Reparador desenvolveu uma ferramenta on-line - o RepairMonitor - habilitando os voluntários a recolher e compartilhar dados de reparação através de um base de dados central. Em março de 2018, informações sobre quase 4.000 reparações haviam sido inseridas neste sistema, com o objetivo de promover a reparabilidade e a durabilidade dos produtos.

Impressão 3D de partes partidas editar

Alguns cafés reparadores começaram a usar impressoras 3D para a replicação de partes partidas.[12] Peças partidas de aparelhos domésticos podem ser capazes de ser montadas ou coladas novamente, após o que elas podem ser digitalizadas com um scanner 3D. Exemplos de scanners 3D incluem David Starter-Kit, 3D Systems Sense, MakerBot Digitalizer, Fuel 3D, Microsoft Kinect, e Asus Xtion.[n 1] Assim que o objeto físico é digitalizado, o modelo 3D é renderizado. Ele pode ser convertido para os formatos .stl ou .obj e revisto usando um software de processamento geométrico, tais como makeprintable, netfabb, MeshLab, Meshmixer, Cura, ou Slic3r.[n 2] Ele é impresso usando uma impressora 3D para cliente, criando uma parte física usando a impressora 3D. O processo completo leva algum tempo para se concluir.

Para reduzir o tempo necessário no café reparador, as pessoas podem optar por usar uma peça pré-fabricada de um sítio web com modelos 3D (ignorando a etapa da digitalização),[n 3] ou criando o modelo 3D elas próprias tirando muitas fotos da peça e usando algo como o 123D Catch e/ou escolher (no caso de o café reparador não possuir a sua própria impressora 3D) ter o modelo 3D feito no café reparador, mas impresso usando uma impressora 3D noutro lugar. Alternativamente um serviço de impressão 3D, como Ponoko, Shapeways, e outros pode ser usado, e uma pessoa então regressar ao café reparador para ter a nova peça ajustada ao equipamento avariado.

Ver também editar

Notas editar

  1. Microsoft Kinect e Asus Xtion podem ser usados em conjunto com o software ReconstructMe de digitalização 3D
  2. Cura e Slic3r têm algumas ferramentas de ajuste, apesar de ser principalmente um programa de segmentação de dados
  3. Exemplos de tais sítios web são Thingiverse, CGTrader, GrabCAD, e Google 3D Warehouse

Referências editar

  1. Wackman, John (16 de julho de 2013). «'Repair Café' Gets Stuff Fixed». Rethink Local website. Consultado em 9 de fevereiro de 2017 
  2. "Global Village: Warum eine neue Bewegung aus den Niederlanden Toaster und Bügeleisen repariert " Der Spiegel, 26 de maio de 2012
  3. "Mehr reparieren, weniger konsumieren Westdeutscher Rundfunk, 29 de julho de 2012
  4. "Dutch group mends broken items for free" Al Jazeera, 16 de julho de 2012
  5. "Repareren is weer in" VTM, 1 de dezembro de 2012
  6. "Repair Café naar Elzenhof" Brusselnieuws, 3 de janeiro de 2013
  7. Sally McGrane, "An Effort to Bury a Throwaway Culture One Repair at a Time" The New York Times, 8 de maio de 2012
  8. Purvis, Katherine; Card, Nell; Palmer, Lucy (17 de setembro de 2014). «How to set up your own repair café». The Guardian. London. Consultado em 14 de novembro de 2016 
  9. Visit a Repair Café, repaircafe.org captured archive.org on 19 de março de 2016
  10. Visit a Repair Café, repaircafe.org captured archive.org on 30 de janeiro de 2017
  11. «Dialogues and Debates: Ugo Vallauri». Voice Magazine. Consultado em 12 de setembro de 2018 
  12. "Repair café maakt onvindbare wisselstukken met 3D-printer" Het Belang van Limburg

Ligações externas editar