Canoa fantasma no Rio Tietê
Canoa fantasma no Rio Tietê, também conhecida como Canoa fantasma, é uma pintura de Nair Opromolla. Integra a coleção do Museu Paulista (número de inventário é 1-19463-0000-0000). Retrata o imaginário fantástico associado às monções, através de relatos fictícios recolhido e comentado por Ulrico Schmidel (um vajante alemão que percorreu localidades brasileiras, argentinas e paraguaias entre 1534 e 1555, e publicou, em 1567 “Relatos de la conquista del Rio de la Plata y Paraguay”), mas principalmente a partir da obra Diário de Navegação de Teotônio José Juzarte, em que o rio, no caso o Rio Tietê, aparece com o símbolo do desconhecido.[1][2] Como diz neste trecho: “...nos demoramos a esperar que levantasse uma densa neblina a qual quase sempre se encontra de manhã e à noite, e enquanto não levantasse não se pode navegar, porque encobre os perigos que por este sertão se encontram..." (Relato de Juzarte in MAKINO, Miyoko e SOUZA, Jonas Soares de (org.), Diário da Navegação - Teotônio José Juzarte. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2000. p.43)[3]
Canoa fantasma no Rio Tietê | |
---|---|
Autor | Nair Opromolla |
Data | século XX |
Técnica | tinta a óleo |
Dimensões | 34,6 centímetro, 29,2 centímetro x 48,5 centímetro, 43 centímetro |
Localização | Museu do Ipiranga |
A tela alterna cores vibrantes, na canoa e na vegetação, e representações de vulto, como a da canoa fantasma. A obra foi produzida com pintura a óleo. Suas medidas são: 29,2 centímetros de altura e 43 centímetros de largura.[4]
A obra foi uma encomenda de Afonso Taunay, no contexto do Programa Decorativo do Museu Paulista, que aliás orientou a produção. Em carta de 1943, que inclusive foi doada ao Museu Paulista pela família da artista e que é um documento em exposição, Taunay escreveu à artista:[4]
[...] Um outro quadro em que a Sra. Podia passar para um croquis e que seria a réplica deste: num cenário como este representar outra cena das tradições do Tietê das Monções: a do canoão misterioso espécie de nau catarineta do rio. Num estirão do rio enevoado dois canoões a distância no da frente vultos confusos de homens de costas, vestidos de branco, no de traz uma guarnição de remadores, remando todos a força e na proa um homem de pé soprando enorme buzina. Na Sala das Monções do Museu a Snra. Encontrará todos os documentos necessários à composição do croquis. [...]Afonso d.E. Taunay
Rio de Janeiro 27/VIII/1943
Uma influência principal da obra foi Partida da Monção, de Almeida Júnior, em especial pela presença de bruma -- uma sugestão de Taunay a Opromolla.[4]
Ligação externa
editarReferências
- ↑ Hessel, Rodolfo Jacob (10 de novembro de 2006). «Iconografia monçoeira: imagens e ideologia»
- ↑ Juzarte, Teotônio José; Souza, Jonas Soares de; Makino, Miyoko (2000). Diário da navegação. [S.l.]: EdUSP. ISBN 9788531405648
- ↑ Imagens de um rio - Um olhar sobre a iconografia do Rio Tietê. (Sonia Leni Chamon Pardim, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes)
- ↑ a b c Oliveira, Marcela Marrafon de (2007). «Paquequer, São Francisco e Tiete : as imagens dos rios e a construção da nacionalidade». bdtd.ibict.br. Consultado em 28 de janeiro de 2019