A Casa do Infante, ou Casa da Rua da Alfândega Velha é um museu e um dos edifícios mais antigos da cidade do Porto, em Portugal.

Casa do Infante
Casa do Infante
Nomes alternativos Casa da Rua da Alfândega Velha
Tipo Museu pluridisciplinar

Arquivo Municipal

Estilo dominante Medieval e Seiscentista
Arquiteto(a) João Eanes Melacho
Início da construção século XIV
Fim da construção século XVII
Função inicial Alfândega
Função atual Arquivo Histórico Municipal
Página oficial [1]
Património de Portugal
Classificação  Monumento Nacional
Ano 1924
DGPC 70201
SIPA 5451
Geografia
País Portugal Portugal
Cidade Porto
Coordenadas 41° 08′ 27″ N, 8° 36′ 52″ O
Mapa
Localização em mapa dinâmico

A Casa do Infante é tradicionalmente tida como o local de nascimento do Infante D. Henrique, patrono dos descobrimentos portugueses. Trata-se de um conjunto edificado que ocupa uma extensa área da zona ribeirinha do Porto e que foi sofrendo sucessivas alterações ao longo dos tempos. Está sediado neste complexo de edifícios, desde os anos oitenta do século XX, o Arquivo Histórico Municipal do Porto.

Alfândega medieval

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Em 1325 o rei D. Afonso IV mandou construir neste local o "almazém" régio, contra a vontade do bispo, então senhor do burgo. Assim nasceu a Alfândega do Porto, para onde eram encaminhadas todas as mercadorias que aportavam à cidade, a fim de ser cobrado o respectivo imposto.

O edifício primitivo era constituído por duas altas torres e um pátio central, cuja localização ainda se pode identificar. Os pisos mais elevados da torre norte funcionavam como local de habitação. O desenvolvimento comercial reflectiu-se na progressiva monumentalização do edifício alfandegário. Logo no século XV, D. João I mandou construir um corpo avançado, cujo pórtico rematava por um lintel com uma inscrição e um nicho onde estava a imagem da Virgem, protectora das alfândegas.

A oriente do edifício principal havia um amplo recinto, onde funcionava a Casa da Moeda, cujas origens remontam também ao século XIV. Nas imediações foram-se concentrando outros importantes serviços da Coroa, como a Contadoria da Fazenda e o Paço dos Tabeliães.

A construção do cais de desembarque e a abertura da então Rua Nova — hoje Rua do Infante D. Henrique — são consequência deste desenvolvimento e desempenharam um papel fundamental no ordenamento urbanístico da zona ribeirinha. Aí se localizavam também a Bolsa dos Comerciantes e numerosas casas de oficiais régios e de gente abastada da cidade.

Berço do Infante

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O edifício da velha Alfândega está intimamente ligado à figura do Infante D. Henrique que, segundo a tradição, teria nascido neste local, em 1394. A origem portuense do Infante D. Henrique é conhecida através do cronista Fernão Lopes. No Arquivo Histórico Municipal do Porto existe o documento com as despesas efectuadas durante as festas do seu baptizado, em 1394. A ligação do nascimento do Infante a este edifício entronca numa tradição popular. Sabemos que a torre norte foi habitação do almoxarife do rei, podendo ter sido este o local de estadia da corte. Aliás, o herdeiro do trono, D. Duarte, nascera em Viseu três anos antes e precisamente nas mesmas circunstâncias, em casa do almoxarife. A credibilidade da versão popular assenta ainda no facto de se tratar do maior edifício civil do burgo e de ser propriedade da coroa.

Remodelações

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No século XVII, todo o conjunto da Alfândega e Casa da Moeda sofreu profundas alterações. A fachada avançou sobre a rua, até ao limite actual. Foi demolida a parte superior das torres, as quais deram lugar a dois amplos cobertos. Uma inscrição de 1677 assinala esta obra. A Casa da Moeda medieval foi parcialmente demolida durante um interregno de laboração (1607-1688), passando a funcionar mais tarde em metade do seu espaço inicial. Os serviços alfandegários continuaram a funcionar neste local até ao século XIX, sendo então transferidos para a Alfândega Nova, em Miragaia. Depois disso, a Casa do Infante foi utilizada por particulares, como armazém de mercadorias.

Classificado como Monumento Nacional em 1924, o edifício veio a ser alvo de um grande restauro pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, no fim da década de 1950. Foi então entregue à Câmara Municipal do Porto e ocupado pelo Gabinete de História da Cidade. Em 1980, este deu origem ao Arquivo Histórico Municipal do Porto, com catálogo disponível on-line, que conserva a documentação camarária desde o período medieval, para além de uma excelente colecção de plantas da cidade e ainda uma boa biblioteca com vasta e variada bibliografia dedicada à história do burgo, e seu catálogo disponível on-line.

Edifício actual

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Na década de 1990 foram feitas profundas escavações arqueológicas, cujos resultados, juntamente com o estudo documental e arquitectónico, permitiram conhecer com pormenor o local. As escavações proporcionaram uma visão mais rica dos edifícios e dos homens que os utilizaram. Para além dos objectos do quotidiano, as cerâmicas, os vidros, os selos da alfandegagem, entre outros objectos, constituem importantes indicadores dos fluxos comerciais que a cidade do Porto foi mantendo ao longo dos séculos.

A pesquisa arqueológica permitiu também a descoberta de vestígios de ocupações anteriores, nesta zona ribeirinha. Foram encontrados importantes testemunhos da ocupação romana, destacando-se os primeiros mosaicos do Baixo Império encontrados no Porto. A musealização destes vestígios, no local onde foram descobertos, foi um elemento essencial do projecto de transformação das instalações. Um circuito de visita museológico ilustra a história do local, desde a ocupação romana, com recurso a aplicações multimédia e a uma maqueta interactiva representando o Porto Medieval. Este núcleo museológico está integrado no Museu da Cidade.

Galeria

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Referências

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Ligações externas

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