Caso Rubem e Marlene Heger

O caso Rubem e Marlene Heger refere-se ao desaparecimento e possível morte do casal Rubem e Marlene Heger em Cachoerinha, no Rio Grande do Sul, em 27 de fevereiro de 2022. A filha Cláudia de Almeida Heger e neto de Andrew Heger Ribas estão presos e aguardam julgamento pelos crimes de duplo homicídio qualificado (dissimulação, motivo torpe e traição), ocultação de cadáver e outros crimes menores, como desacato. [1] [2]

Caso Rubem e Marlene Heger
Local do crime Cachoerinha, RS
Data 27 de fevereiro de 2022
Tipo de crime homicídio qualificado, ocultação de cadáver, entre outros
Vítimas Rubem Affonso Heger

Marlene dos Passos Stafford Heger

Réu(s) Claudia de Almeida Heger

Andrew Heger Ribas

Advogado de defesa Jean Severo (Cláudia)

André Von Berg (Andrew)

Promotor Thomaz de La Rosa
Juiz Marco Luciano Wächter
Situação Réus estão presos e aguardam julgamento

O casal foi morto, segundo a polícia, porque a filha queria ter acesso ao dinheiro em posse do idoso, uma quantia de mais de 70 mil reais. [3]

Os corpos das vítimas continuam desaparecidos.

Crime editar

Rubem, de 85 anos, e Marlene, 53, moravam em Cachoerinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Claudia, que é formada em Direito, era enteada de Marlene e tem um único filho [necessário verificar], Andrew Heger Ribas, que, segundo o juiz, teria "prestado apoio moral, físico e logístico à mãe". [1] [4]

No domingo de 27 de fevereiro de 2022 imagens de câmeras gravaram a chegada dos réus à casa das vítimas num carro de vidros escuros pouco antes do meio dia. Logo depois eles colocaram colchões na entrada da garagem para, segundo as investigações, impedir a visualização do local. Ele deixaram a residêndica com o carro à tarde e fecharam o portão, apesar de não ser possível ver se as vítimas estavam no veículo. [5] [4]

Motivação editar

As autoridades acreditam que as vítimas foram mortas para que a filha pudesse ter acesso ao dinheiro em posse do idoso, uma quantia de mais de 70 mil reais. “É fácil perceber a probabilidade de ser reconhecido o dolo dos agentes que, em razão de conflitos familiares e interesse financeiro, se deslocaram até a residências das vítimas com o intento de matá-las”, justificou o juiz na decisão, em setembro de 2023, de enviar os réus a júri popular. [3] [1]

Em 2016 Cláudia havia forjado um falso sequestro para extorquir o pai, o que havia piorado a relação familiar. O Diário Gaúcho reportou em junho de 2022 que familiares enfatizaram que pai e filha não tinham uma "relação próxima", que ela sequer "costumava visitá-lo", que "estranharam que ela tivesse ido até a moradia naquela data" e que dificilmente o idoso teria saído de casa "já que necessitava de medicação diária e oxigênio".

Investigações editar

Foi outro neto [necessário verificar] de Rubem que estranhou o sumiço do avô, que sofria de problemas pulmonares e que dificilmente ficaria longe de casa devido a seus problemas de saúde, mas Claudia alegou que o pai e a madrasta haviam saído voluntariamente de sua casa para ir com ela a Canoas, onde morava. Foi apenas em maio de 2022 que a policia começou as investigações com a apreensão dos celulares da filha e do neto, sendo encontradas nos aparelhos fotos de lugares ermos diversos. Os policiais também analisaram imagens de câmeras de vídeo e descobriram a dinâmica do que aconteceu no local àquele dia. [6] [7]

Apesar dos corpos nunca terem aparecido, investigadores encontraram outros indícios incriminatórios, como notas fiscais que mostram que Cláudia comprou utensílios numa ferragem, como uma lona de caminhão, braçadeiras plásticas e fita crepe em 9 de fevereiro, além de braçadeiras de nylon, tinta spray e fita tape em 16 de fevereiro. Em 11 de fevereiro Andrew também tinha levado o carro até uma oficina para colocação de película escura nos vidros. Sangue e DNA de Rubem também foram encontrados na casa do casal em Cachoerinha.[5] [8]

Na denúncia feita pelo Ministério Público, as autoridades concluíram "que Cláudia e Andrew foram de automóvel à residência do casal supostamente para realizar uma faxina. Ao estacionaram no pátio, usaram colchões para bloquear a vista para a garagem. Depois de matarem as vítimas, usaram o veículo, do qual foi retirada a forração para evitar resquícios das vítimas (fraude processual), para transporte dos corpos - que foram ocultados".

Prisão editar

Cláudia, 51 anos, e Andrew, 29, foram presos em 06 de maio de 2022. Ele está preso no IPF (Instituto Psiquiátrico Forense) por ter sido considerado "incapaz de compreender os atos criminosos" e ela voltou a ser presa em maio de 2023 após ficar um tempo em prisão domiciliar. [9] [8][1]

Julgamento e pena editar

Cláudia e Andrew foram denunciados pelo Ministério Público em 26 de maio de 2022. [2]

Os réus respondem pelos crimes de duplo homicídio qualificado (com as qualificadoras de dissimulação, motivo torpe e traição) ocultação de cadáver, maus-tratos a animal doméstico, por terem matado a cachorra das vítimas, e fraude processual. Cláudia ainda é acusada de desacato e Andrew, de resistência à abordagem policial. [1]

Linha do tempo editar

  • 27 de fevereiro de 2022: Cláudia e Andrew chegam à casa do casal antes do meio-dia; foi última vez que o casal foi visto
  • 6 de maio de 2022: Cláudia e Andrew são presos preventivamente
  • 13 de maio de 2022: Cláudia e Andrew são indiciados pela polícia
  • 16 de maio de 2022: polícia inicia as buscas pelo casal desaparecido
  • 27 de maio de 2022: Cláudia e Andrew viram réus
  • 24 de janeiro de 2023: primeira audiência do processo é realizada
  • 15 de setembro de 2023: juiz decide que réus irão a júri popular

Leia também editar

Referências

  1. a b c d e «Mãe e filho vão a júri por morte de casal de idosos em Cachoeirinha». TJRS. 15 de setembro de 2023 
  2. a b «Cachoeirinha: MPRS denuncia filha e neto de idoso por homicídios e ocultação de cadáveres». Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. 2 de junho de 2022. Consultado em 7 de abril de 2024 
  3. a b «Um ano depois, como está o caso de desaparecimento de casal em Cachoeirinha». GZH. 27 de fevereiro de 2023. Consultado em 26 de maio de 2023 
  4. a b Mendes, Leticia (11 de junho de 2022). «"Se alguém fez alguma coisa para o meu pai, não fui eu", diz filha que é ré por sumiço e morte de idoso em Cachoeirinha | DG». Diário Gaúcho. Consultado em 7 de abril de 2024 
  5. a b «Desaparecimento de casal em Cachoeirinha completa um ano; relembre a história». G1. 28 de fevereiro de 2023. Consultado em 26 de maio de 2023 
  6. Povo, Correio do. «Polícia Civil indicia filha e neto no caso do casal desaparecido em Cachoeirinha». Correio do Povo. Consultado em 28 de fevereiro de 2023 
  7. Mendes, Leticia (11 de junho de 2022). «"Se alguém fez alguma coisa para o meu pai, não fui eu", diz filha que é ré por sumiço e morte de idoso em Cachoeirinha | DG». Diário Gaúcho. Consultado em 7 de abril de 2024 
  8. a b NH, Jornal (18 de maio de 2023). «Justiça tem nova decisão sobre prisão de filha acusada pelo desaparecimento e morte do pai e da madrasta». Jornal NH. Consultado em 26 de maio de 2023 
  9. Povo, Correio do. «Polícia Civil indicia filha e neto no caso do casal desaparecido em Cachoeirinha». Correio do Povo. Consultado em 28 de fevereiro de 2023