Castro do Vieito

castro localizado na freguesia de Perre, Viana do Castelo

O Castro do Vieito localiza-se na margem direita do estuário do rio Lima, na freguesia de Perre, no concelho, e distrito de Viana do Castelo, em Portugal.

História editar

Trata-se de um povoado habitado entre o fim do século I a.C. e os inícios do século I, contemporâneo do início da ocupação romana da região.

A construção do IC1/A28,[1] veio perturbar o local em cerca de 2/3 da sua área (aproximadamente 15 000m²), tendo sido objecto de uma escavação arqueológica em 2004/2005, dirigida pelo arqueólogo António José Marques da Silva[2].

No local foram identificados restos de muros de prováveis habitações. Durante a intervenção, não se veio a confirmar a existência de três ordens de muralhas sugerida anteriormente por Alberto Brochado de Almeida com base na análise dos vestígios de superfície. Apenas se verificou a existência de um único recinto, que seria aberto no limite poente do povoado. No seu interior, encontrava-se uma gruta artificial, de pequenas dimensões, que era conhecida como "Cova dos Mouros".[3]

Centro interpretativo editar

O centro interpretativo do Castro do Vieito abriu ao público no dia 16 de Setembro de 2017. Foi instalado na antiga escola primária de Perre, cerca de três quilómetros de distância do sítio arqueológico, como foi prometido à população da freguesia de Perre em 2005. É constituído por duas salas onde se podem ver conteúdos relativos ao Castro e a sua história, os habitantes, o quotidiano doméstico, o trabalho da pedra, a decoração da cerâmica castreja e o trabalho dos metais[4]. Porém, esse projecto museológico não contempla a reconstituição da área do castro, desmontada durante os trabalhos arqueológicos de 2004/2005, conforme acordado no protocolo assinado pelas Estradas de Portugal, o Ex-IGESPAR e a Câmara Municipal de Viana do Castelo [5].

Referências

  1. «Câmara de Viana Quer Desviar IC1 do Castro Milenar de Vieito / Verdes Insurgem-se Contra a Destruição do Castro de Vieito» 
  2. IPA. «Castro de Vieito (Trabalhos do Sitio)» 
  3. IPA. «Castro de Vieito (Pesquisa de Sítios Arqueológicos)» 
  4. Câmara Municipal de Viana do Castelo. «/inaugurado centro de interpretacao do Castro do Vieito em Perre)» 
  5. "De qualquer modo, a obra não importava inexoravelmente a destruição do sítio arqueológico: nos termos de um protocolo firmado entre o ex-IGESPAR, o município de Viana do Castelo e a Estradas de Portugal S.A., foi acordada a criação do Núcleo Museológico e Centro de Interpretação do Castro do Vieito, prevendo-se a reconstrução de algumas estruturas arquitetónicas do povoado, a musealização do espólio exumado e a sua divulgação por meios audiovisuais", in O Provedor de Justiça: Património e direitos culturais, 2013, p. 86 . [1]

Bibliografia editar

  • Silva, A. J. M. (julho 2015), «Culinary clash in northwestern Iberia at the height of the Roman Empire: the Castro do Vieito case study», in M. Spataro and A. Villing (Eds), Ceramics, Cuisine and Culture (em inglês), Oxford, United Kingdom: Oxbow Books, consultado em 2 de agosto de 2015 
  • Silva, A. J. M. (May 2015), "Ceramics, foodways and local ‘sub-cultures’ in north-western Iberia at the height of the Roman Empire. The Castro do Vieito case study.", HEROM – Journal on Hellenistic and Roman Material Culture (in English) 4.1, Leuven, Belgium: Leuven University Press, retrieved 20 May 2015
  • Silva, A. J. M. (2015), Vieito 1 , Corpus Virtual de Arte Rupestre do Noroeste Português (CVARN), Projecto ENARDAS, Universidade do Minho, Braga.
  • Silva, A. J. M. (2015), Vieito 2 , Corpus Virtual de Arte Rupestre do Noroeste Português (CVARN), Projecto ENARDAS, Universidade do Minho, Braga.
  • Silva, A. J. M. (2015), Vieito 3, Corpus Virtual de Arte Rupestre do Noroeste Português (CVARN)], Projecto ENARDAS, Universidade do Minho, Braga.
  • Silva, A. J. M. (2012), Vivre au-delá du fleuve de l'Oubli. Portrait de la communauté villageoise du Castro do Vieito au moment de l'intégration du NO de la péninsule ibérique dans l'orbis Romanum (estuaire du Rio Lima, NO du Portugal) (in French), Oxford, United Kingdom: Archaeopress [2]
  • SILVA, A. J. M. (2009), Vivre au delá du fleuve de l'Oubli. Portrait de la communauté villageoise du Castro do Vieito, au moment de l'intégration du NO de la péninsule ibérique dans l'orbis romanum (estuaire du Rio Lima, NO du Portugal), tese de doutoramento apresentada na FLUC em Março 2009, 188p.versão PDF.
  • Costa, B. F. O., Pereira, G.; Silva, A. J. M.; Ramos Silva, M.; Carmo, S. J. C. (2010), Mössbauer study of haltern 70 amphora sherds from Castro do Vieito, North of Portugal, Journal of Physics: Conference Series 217 (2010) 012060. doi: 10.1088/1742-6596/217/1/012060.
  • Costa, B. F. O.; Silva, A. J. M.; Wagner, F. E. and Wagner, U. (2011), Mössbauer studies of Haltern 70 amphorae from Castro do Vieito, North of Portugal, and of amphora sherds from kilns in the Roman provinces Hispania Baetica and Lusitania, Hyperfine Interact, Doi; 10.1007/s10751-011-0341-5
  • Costa, B. F. O., Silva, A. J. M., Ramalho, A., Pereira, G. and Ramos Silva, M. (2011), X-ray compositional microanalysis and diffraction studies of Haltern 70 amphorae sherds. X-Ray Spectrometry. doi: 10.1002/xrs.1379
  • Wagner, F. E.; Wagner, U.; Hausler, W; Costa, B. F. O.; Blot, J.-Y. ; Silva, A. J. M.; Bombico, S. (2016), 'Mössbauer and XRD studies of Roman amphorae buried in the sea for two millennia', Hyperfine Interactions, 237:57/December, Doi=10.1007/s10751-016-1282-9.
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