Cavalo Campeiro

raça de cavalos originária do Sul brasileiro, advinda dos animais de sangue Andaluz.

O Cavalo Campeiro é uma raça de cavalos originária da região Sul do Brasil. Assim como o cavalo Crioulo, é também uma raça advinda dos animais de sangue Andaluz.[1]

Campeiro
Cavalo Campeiro
Nome em inglês Campeiro Horse
Origem  Brasil
Temperamento Dócil
Pelagem Castanho, baio e tordilho; exceto pampa, pintado e albino.
Uso Passeio, lida e esporte (disputas de laço)
Influências Andaluz e Bérbere
Altura Macho: 1,42m - 1,54m
Fêmea: 1,40m - 1,52m

História editar

O cavalo campeiro tem origem nas expedições espanholas, que por volta do século XVI passaram por terras Catarinenses e seguiram até Assunção no Paraguai, deixando alguns animais para utilização no serviço de abastecimento dos navios no porto em Santa Catarina. A origem do Cavalo Campeiro é atribuída à expedição do espanhol Alvar Nuñes (“Cabeça de Vaca”), que em março de 1541 seguiu por terra, a partir do litoral de Santa Catarina até Assunção, Paraguai. Porém, é muito provável que houve, também, extravios de animais por outras expedições espanholas com a mesma rota, pois a ilha de Santa Catarina (Florianópolis) era o primeiro posto avançado da Espanha na América do Sul.[1]

As primeiras notícias oficiais da presença de cavalos no planalto, hoje catarinense, se deram quando da abertura do Caminho dos Conventos no ano de 1728 por Francisco de Souza e Farias, que partindo de Araranguá/SC transpôs as matas da Serra Geral e já no planalto deparou com um grande número de cavalgaduras e vacas. Três anos depois, Cristovão Pereira de Abreu também registrou a presença de animais, quando de viagem pelo mesmo caminho, onde agregou centenas deles à sua tropa original.

Quase 200 anos após a expedição de Alvar Nuñes é que foi noticiada oficialmente a existência de cavalos selvagens naquela região, que povoavam, além do planalto catarinense, o planalto do Rio Grande do Sul e sudoeste do Paraná, ou seja, a região dos pinheirais do Brasil. Daí a denominação “Marchador das Araucárias” para esta espécie, que foi moldada pela natureza e pela procriação livre (aos ventos), formando ao longo deste tempo um padrão fenotípico homogêneo.

Em Curitibanos, quando surgiram as primeiras fazendas, seus proprietários adquiriram alguns desses animais “extraviados”. Com o tempo foram sendo selecionados os cavalos  marchadores e a tradição da criação desses equinos foi passada por gerações.

O criador Ivadi Coninck de Almeida, possuindo um lote desses animais, e ao perceber que não se enquadravam no perfil das outras raças já existentes, convidou alguns interessados, dentre eles Lauro Costa, Ivens Ortigari, Acir de Almeida Gaudêncio e Osny Coninck Machado,  para organizar uma Associação, com a finalidade de preservar a raça.

Através de recursos próprios e de forma desinteressada, com a única finalidade de defesa e amparo deste patrimônio genético, fez surgir no ano de 1976 a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Campeiro (ABRACCC).

Com o apoio da Secretaria da Agricultura do Estado de Santa Catarina, a raça foi oficialzada pelo Ministério da Agricultura em 1985, após detalhada vistoria, quando foi credenciado seu Livro de Registro “Herd Book” e se instituiu um Serviço de Registro Genealógico Oficial da Raça.

Características editar

  • Andamento: Marcha em quatro tempos, isto é, apoios desencontrados, proporcionando reações suaves e consequente conforto ao cavaleiro. Marcha em todas as suas modalidades, exceto o trote e a andadura.
  • Altura: Nos machos a altura mínima:1,42 cm  e a máxima:1,54 cm e  nas fêmeas a altura mínima:1,40 cm  e a  máxima:1,52 cm.                                                   
  • Pelagens principais: Castanho, baio e tordilho, em todas as suas variações. É permitido qualquer pelagem, exceto a pampa e albino.
  • Cabeça: Fronte retilínea e subconvexa. O chanfro, de retilíneo a subcôncavo. Orelhas medianas e ativas. Olhos vivos.
  • Pescoço: Delicado, mais comprido do que a cabeça, com implantação ao tronco bem definida, o que proporciona facilidade e leveza nos giros.
  • Tronco: Forte, com costelas arqueadas, traduzindo boa estabilidade à montaria e ao cavaleiro.
  • Garupa: Ampla, suavemente inclinada, permitindo fácil arranque e sair imediatamente do alto para galope.
  • Membros: Fortes e delgados, bem aprumados.
  • Aptidões: Pela característica de seu andamento, é indicado para passeio e lazer em longos percursos. É próprio para as lidas do campo, apresenta bom desempenho em esportes rurais, principalmente em disputas de laço. Chama a atenção por sua inteligência, docilidade e destreza.

Ver também editar

 
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Referências