Celestino Alves (pintor)
Celestino de Sousa Alves (Setúbal, 1913 — 1974) foi um pintor português. Pertence à segunda geração de pintores modernistas portugueses.
Celestino Alves | |
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Nascimento | 1913 |
Morte | 1974 (61 anos) |
Nacionalidade | portuguesa |
Área | Pintura |
Biografia
editarFormou-se em pintura na Escola de Belas-Artes de Lisboa.[1]
Foi professor do Ensino Técnico Profissional [1] em Setúbal, Faro, Caldas da Rainha e Lisboa.
Foi, durante quatro anos, professor da disciplina de Desenho na Sociedade Nacional de Belas Artes. De 1960 a 1962 fez parte do 1º Conselho Técnico da mesma Sociedade.
O seu nome faz parte da toponímia de Almada, Lisboa e Setúbal.
Características da sua arte
editarCom o seu sóbrio paisagismo inicial, de um modernismo sem alardes que se lembra de um Cézanne mas também de um Boudin, e que recusa permanentemente qualquer compromisso oitocentista, Celestino Alves dá prioridade à afirmação dos valores plásticos da pintura[2].
De paleta sóbria, as suas obras privilegiam os tons quentes com relevo para tonalidades em amarelo e castanho. As suas paisagens são descritas em amplas manchas cromáticas, como se o pintor elaborasse um voo rasante sobre a tela traduzindo força e paixão pela natureza que o fascina.
O seu traço é amplo, livre e linear. A pintura de Celestino Alves reproduz um instintivo sentimento de liberdade de pensar e de criar. As paisagens livres da ação do Homem comovem-no. Esta entrega instintiva à pureza da terra confere um valor superior a essa paixão viva pela liberdade criativa.
Na década de 1960 distancia-se das formas de representação das paisagens iniciais e opta pela abstração, explorando a matéria pictórica, valorizando, embora timidamente, o plano da tela, apresentando cores, baças e pouco contrastantes, em grandes massas homogéneas, e simplificando os relevos. Os seus quadros são cuidadosamente executados, com uma conscienciosa economia de processos[3].
Exposições
editarExpôs individualmente em Lisboa (Galeria UP, 1936; Secretariado Nacional de Informação, 1945, etc.), Setúbal, Faro.
Entre as exposições coletivas em que participou podem destacar-se: Exposições de Arte Moderna do S.P.N./S.N.I. (doze vezes participante); I Bienal de São Paulo, São Paulo (1951); Exposição Hispano-Portuguesa de Sevilha (1952); I e II Exposições de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957, 1961).[1][4][5]
Exposição retrospetiva da sua obra em Leiria (Galeria do Welcome Center de Leiria - Turismo Centro de Portugal, 2020)
Coleções em que se encontra representado
editarEstá representado em coleções públicas e privadas, nomeadamente nas seguintes: Galp, Museu do Chiado, Lisboa; Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa); Museu José Malhoa (Caldas da Rainha); Museu do Abade de Baçal (Bragança).[4]
Prémios e outras homenagens
editar- Prémio Silva Porto, da Sociedade Nacional de Belas Artes, em 1944.[3]
- Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, do Secretariado Nacional de Informação, em 1947.[3]
- Agraciado com o grau de Oficial da Ordem da Instrução Pública, em 31 de agosto de 1957.[6]
Referências
- ↑ a b c A.A.V.V. I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 1957.
- ↑ PORFÍRIO, José Luís. Arte Portuguesa do Património da Petrogal. Lisboa: Direção de Relações Externas da Petrogal, sem data, p. 20.
- ↑ a b c GONÇALVES, Rui Mário.« «Celestino Alves», in A.A.V.V. Grupo Totta: os edifícios, a coleção, os artistas. Lisboa : Grupo Totta, 2002, p.71. ISBN 972-98068-3-7
- ↑ a b A.A.V.V. II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 1961.
- ↑ FRANÇA, José Augusto. A arte em Portugal no século XX. Lisboa : Livraria Bertrand, 1991, pP. 312-313.
- ↑ «Entidades Nacionais Agraciadas com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Celestino de Sousa Alves". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 29 de julho de 2020