Centelha
A Centelha foi uma editora livreira de Coimbra [1] que nos anos 70 editou obras relevantes, ligadas sobretudo a textos políticos de carácter marxista [2]. Durante os anos 80 transformou-se numa cooperativa, mudando de nome para Fora do Texto, mas terminando por se extinguir um pouco mais tarde.
História
editarA Centelha foi criada por um grupo de intelectuais de esquerda, alguns dos quais ligados à Universidade, que se juntou após a crise estudantil de 1969, reunindo nomes conhecidos como Rui Namorado, Orlando de Carvalho e Soveral Martins, tendo este último sido o principal animador da editora. A editora publicou, ainda antes do 25 de Abril de 1974, obras marxistas e de carácter político em colecções como «Criar Poder Popular», «Movimentos de Libertação» «Textos» e «Temas do Nosso Tempo» o que lhe valeu problemas com a polícia política PIDE/DGS. Manteve também colecções de ficção e poesia onde editou poetas como Manuel Alegre, José Manuel Mendes, Assis Pacheco, Rui Namorado, António Manuel Lopes Dias, Manuel Rui, Vergílio Alberto Vieira e Fátima Maldonado. Na sua colecção de poesia de «Autores universais» foram editados Goethe, Nietzsche, Konstantínos Kaváfis, Louys, Ritsos e Rimbaud. Na sua colecção de teatro saíram obras de Helder Costa, Augusto Boal e António Cabral. A partir do final dos anos 70 passou a editar obras jurídicas de Soveral Martins e Orlando de Carvalho no sentido de ajudar a sustentar as actividades da editora e criou novas colecções «Rock On» e «Anátema» de ensaio político onde saíram textos de Cornelius Castoriadis e Toni Negri. A sua decadência e fecho está ligada à morte dos fundadores Soveral Martins e Orlando de Carvalho.
Referências
- ↑ «Livraria Utopia». Guia do Lazer. Consultado em 1 de outubro de 2011
- ↑ «Editora Centelha». PorBase. Consultado em 1 de outubro de 2011