Charlotte Aïssé

missivista francesa

Charlotte Elizabeth Aicha (conhecida como Mademoiselle Aïssé, uma corruptela de Haïdé), (Circássia, 1693 — Paris, 13 de março de 1733) foi uma missivista francesa mais conhecida por suas cartas: Cartas de mademoiselle Aïssé para a madame C***[1].

Charlotte Aïssé
Charlotte Aïssé
Retrato de Mademoiselle Aïssé. Gravura de F. Wexelberg. Biblioteca Nacional da França
Nascimento 1693
Circássia
Morte 13 de março de 1733 (39–40 anos)
Paris (França)
Cidadania França
Ocupação escritora, ensaísta

Biografia editar

Filha de um chefe circassiano cujo palácio foi atacado e saqueado pelos turcos, aos quatro anos de idade, Aïssé foi vendida a um mercador de escravos, e posteriormente comprada pelo Conde de Ferriol, irmão de Claudine Tencin, e embaixador francês em Constantinopla.

Foi criada em Paris pela cunhada de Ferriol junto com seus próprios filhos, d'Argental e Pont de Veyle. Sua grande beleza e história romântica fizeram dela a personalidade do momento, e atraiu a atenção do regente, Filipe II, Duque d'Orleães, cujas propostas fez questão de recusar. Construiu um vínculo profundo e duradouro com o Chevalier d'Aydie, com quem teve uma filha.

Cartas editar

Suas cartas a sua amiga Madame Calandrini, contêm muitas informações interessantes sobre celebridades contemporâneas, especialmente sobre a marquesa de Deffand e a Madame de Tencin, mas elas são, acima de tudo, de interesse pelo retrato que oferecem da ternura e fidelidade da própria escritora. Suas Lettres de Mlle Aïssé foram editadas por Voltaire (1787), por J. Ravenel, com uma nota de Charles Augustin Sainte-Beuve (1846) e por Eugene Asse (1873).

Legado editar

A história de Aïssé e do Conde de Ferriol inspirou a Histoire d'une Grecque moderne do abbé Prévost. Também foi o tema em três peças teatrais: La Circassienne, por Alexandre de Lavergne (1854), por Louis Bouilhet (1872) e por Dejoux (1898).

Notas e referências

  1. para a madame Calandrini. Trata-se de Julie de Pellissary, filha de George de Pellissary de Chiavenna, senhor de la Bourdaisière, tesoureiro-geral da Marinha, das embarcações e das fortificações dos lugares marítimos da França. Ela se casou em dezembro de 1690, com Jean-Louis Calandrini, que havia se mudado de Genebra para Paris. Aos oito anos de idade foi homenageada pelo poeta Étienne Pavillon

Ligações externas editar