Checkpoint imunológico

Os pontos de restrição imunológico, ou checkpoints imunológicos, são reguladores da resposta imunológica que desempenham um papel fundamental na manutenção da homeostase imunológica e na prevenção da autoimunidade. As respostas imunitárias descontroladas contra patógenos, auto-antígenos mutados/hiper-expressos, infecções crônicas ou antígenos tumorais podem causar danos inflamatórios nos tecidos e doenças auto-imunes. Para evitar isso, a amplitude e a magnitude da resposta imune são reguladas por um equilíbrio entre sinais co-estimulatórios e inibitórios de resposta imunológica mediada por linfócitos T.

Moléculas co-estimulatórias editar

  • CD27: Membro da superfamília dos receptores do TNF. Este receptor é necessário para a geração e manutenção da imunidade dos linfócitos T. Liga-se ao ligante CD70 e desempenha um papel fundamental na regulação da ativação dos linfócitos B e da síntese de imunoglobulinas. Este receptor transmite sinais que levam à ativação de NF-kappaB e MAPK8 / JNK.[1]
  • CD28: Essencial para a proliferação e sobrevivência de linfócitos T, produção de citocinas e desenvolvimento de T-helper tipo 2.[2]

Moléculas inibitórias editar

  • PD-1: Interação com ligantes PD-L1 e PD-L2 reduz a resposta mediada por linfócitos T, levando à diminuição da produção de citocinas e diminuição da expressão de proteínas de sobrevivência. Também é importante na função dos linfócitos T em contribuir para a prevenção de doenças autoimunes.[3]
  • CTLA-4: Membro da superfamília das imunoglobulinas que transmite um sinal inibitório para os linfócitos T. Negativamente regula a ativação de linfócitos T neutralizando a função de CD28 através da competição para ligação a CD80.[4]

Inibidores de checkpoint imunológico editar

Tumores envolvem certos checkpoints imunológicos como um importante mecanismo de resistência imune, particularmente contra as células T que são específicos para antígenos tumoráis. Portanto, a estratégia de utilizar checkpoints imunológicos na terapia do câncer é para a inibir moléculas inibitórias do sistema imunológico, dessa maneira, estimulando o sistema imunológico. A capacidade de interferir com a função inibitória dos receptores de checkpoint CD152 e CD279 (morte programada-1) em oncologia tem sido bem-sucedida. No melanoma metastático a FDA (Food and Drug Administration) aprovou um aCD152 anticorpo monoclonal Ipilimumab, que foi descoberto que prolongava a sobrevivência. Nos cânceres de melanoma, câncer de pulmão não pequeno de células e carcinoma de células renais há esperança com CD279 bloqueando Ab, que promove respostas antitumorais. Em Neoplasias hematológicas o aCD279 IgG1 precisa de mais pesquisas. Em tumores sólidos, o uso de CD279 IgG4 Ab é promissor, e mais CD273/PD-L2 no estágio IV.

Em doenças reumáticas auto-imunes, A tolerância prejudicada leva ao desenvolvimento de doenças, tais como: artrite reumatóide, esclerose sistêmica, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjogren, etc. Portanto, em doenças auto-imunes, a estratégia inversa de ativar pontos de verificação imunológicos pode ser benéfica: estimula moléculas inibitórias do sistema imunológico, inibindo assim o sistema imunológico (portanto, aumenta a auto-tolerância).O que se sabe que funciona é Abatacept, um CD152-Ig usado no tratamento da artrite reumatoide e artrite idiopática juvenil.

Ainda não suficientemente estudado, são as possibilidades terapêuticas utilizando a morte programada-1 via.[5][6][7]

Referências

  1. Borst, Jannie; Hendriks, Jenny; Xiao, Yanling (junho de 2005). «CD27 and CD70 in T cell and B cell activation». Current Opinion in Immunology (em inglês). 17 (3): 275–281. doi:10.1016/j.coi.2005.04.004 
  2. Linsley, P S; Ledbetter, J A (abril de 1993). «The Role of the CD28 Receptor During T Cell Responses to Antigen». Annual Review of Immunology (em inglês). 11 (1): 191–212. ISSN 0732-0582. doi:10.1146/annurev.iy.11.040193.001203 
  3. Salmaninejad, Arash; Valilou, Saeed Farajzadeh; Shabgah, Arezoo Gowhari; Aslani, Saeed; Alimardani, Malihe; Pasdar, Alireza; Sahebkar, Amirhossein (19 de fevereiro de 2019). «PD-1/PD-L1 pathway: Basic biology and role in cancer immunotherapy: SALMANINEJAD et al.». Journal of Cellular Physiology (em inglês). doi:10.1002/jcp.28358 
  4. Sansom, David M.; Halliday, Neil; Rowshanravan, Behzad (4 de janeiro de 2018). «CTLA-4: a moving target in immunotherapy». Blood (em inglês). 131 (1): 58–67. ISSN 0006-4971. PMID 29118008. doi:10.1182/blood-2017-06-741033 
  5. Immune checkpoint receptors in regulating immune reactivity in rheumatic disease Sabrina Ceeraz, Elizabeth C Nowak, Christopher M Burns and Randolph J Noelle
  6. B7 family checkpoint regulators in immune regulation and disease Sabrina Ceeraz, Elizabeth C. Nowak, and Randolph J. Noelle
  7. The blockade of immune checkpoints in cancer immunotherapy, Drew M. Pardoll