Cine-Theatro Íris

cinema em Rio de Janeiro, Brasil
Cine-Theatro Íris
Entrada e bilheteria (à direita), em 2015.
Entrada e bilheteria (à direita), em 2015.
Uso atual Sala de cinema
Localização Rua da Carioca, 51, Rio de Janeiro, RJ
Inauguração 31 de outubro de 1909 (114 anos)

O Cine-Theatro Íris ou mais comumente Cine Íris é uma sala de cinema do Rio de Janeiro.

Características e localização editar

Localiza-se na rua da Carioca, área central do Rio, entre o Largo da Carioca (e por conseguinte também da Estação Carioca do metrô) e a Praça Tiradentes.

A estrutura do prédio é em art nouveau e ostenta em seu interior, entre outras coisas, azulejaria importada da Bélgica, da fábrica Gilliot & Cie., e espelhos de cristais da França. Atualmente possui capacidade para 453 pessoas. Foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), em 14/6/1978,[1] e em 30 de outubro de 2009 comemorou-se seu centenário, ocasião em que filmes mudos foram exibidos com entrada franca e um bolo foi cortado no meio da rua.[2],[3]

Embora seja o cinema em funcionamento mais antigo do Rio, não foi o primeiro cinema a ser inaugurado nesta cidade, já que em 1907 já funcionavam cinemas aqui, como o Cinematographo Avenida, Cinematographo Brazil, Cinematographo Ouvidor, Cinematographo Paraiso do Rio, Cinematographo Parisiense, Cinematographo Pathé e Cinematographo Rio Branco.[4]

Fica também próximo dos teatros Carlos Gomes e João Caetano.

História editar

 
A escada de acesso a sala de projeção, em 2022.

A sala foi inaugurada em 30 de outubro de 1909[5] com 200 lugares por João Cruz Júnior, com o nome de Cinematographo Soberano, homenagem do fundador a um de seus cavalos. Em 1914 passou a se chamar Theatro Victoria, transformando-se num teatro de variedades.[6] Foi reformado em 1921, quando ganhou um terceiro andar e ornamentação art nouveau,[7], expandiu sua capacidade para 1 200 lugares e trocou de nome, passando a se chamar Íris, em virtude de um painel dessa deusa que ficava na entrada.[8]

Apresentou, em seu período áureo, espetáculos de teatro de revista, o que para alguns já era sinônimo de decadência. Nos anos 1970 exibia principalmente filmes de artes marciais (kung-fu). Em 1970, passou por outra grande reforma.

Já a partir de 1983, logo após o tombamento, passou a apresentar espetáculos eróticos e de Striptease e seu público frequentador desde então é basicamente masculino. Além, é claro, da projeção de filmes pornográficos (que ficaram conhecidos pelo público como cinemas poeira). A tendência no Rio, era de que com a decadência inúmeros cinemas de bairros tornaram-se exclusivamente exibidores de vídeos pornôs.

Em seu auge, chegou até mesmo a ser frequentado por personalidades, como Ruy Barbosa que tinha cadeira cativa na sala com suas iniciais gravadas. O estabelecimento sempre permaneceu sob controle da mesma família e hoje é administrado pelo bisneto do fundador, Raul Pimenta Neto.

O Íris, mais recentemente viveu sua fase de festas, ali ocorriam as populares festas Loud! (bandas como Los Hermanos e Autoramas se apresentaram no local) aos fins de semana.

Referências

  1. Processo E-03/001.635/78.
  2. Público quer reforma do cinema in Extra
  3. Cine Íris completa 100 anos e programa filmes de Chaplin no lufar de filmes pornográficos in Extra
  4. Ver estudo "CINE ÍRIS: O CINEMA MAIS ANTIGO DO RIO DE JANEIRO" publicado em 18.3.17 no blog Literatura & Rio de Janeiro.
  5. O Globo, 16/10/2009, Segundo Caderno, p.5.
  6. Patrimônio Cultural: Guia dos Bens Tombados pelo Estado do Rio de Janeiro 2012, p.73.
  7. Idem..
  8. Várias são as versões sobre a data da reinauguração do cinema. O site do INEPAC a situa "cinco anos depois" da inauguração do Theatro Victoria, ou seja, em 1919. Raul Pimenta Neto, bisneto do fundador, em reportagem de O Globo de 16/10/2009 (Segundo Caderno, p.5) informa que foi em 1922, e outras fontes repetem esse ano. Mas uma foto de 11/12/1921 de Augusto Malta do Cine Iris, com a fachada enfeitada, disponível no site do Instituto Moreira Sales, sugere que a reinauguração teria ocorrido naquele ano. E de fato, na pág. 10 do Jornal do Brasil de 16/12/1921, lemos: "O Cine Teatro Iris que anteontem franqueou ao público os seus confortáveis salões depois de inaugurados oficialmente terá hoje as continuadas enchentes que ontem se verificou [sic] por ter mudado o seu programa [...]", ou seja, o ano correto é 1921.

Ligações externas editar