Cinema Royal (Niterói)

O Cinema Royal foi um cinema de rua de Niterói, localizado na Avenida Visconde do Rio Branco. Foi inaugurado em 1910 e surgiu após a compra do antigo Cinema Hélios.

Fundação editar

No dia 19 de novembro de 1910 o Cinema Royal foi inaugurado na Avenida Visconde do Rio Branco, n° 211-3 (depois passa a ocupar o número 455-9)[1] sob a administração da Empresa S. Lazzaro & C. após o fechamento do então chamado Cinema Hélios em meados de 1910, sendo noticiado o seu início pelo jornal O Fluminense da seguinte maneira: “A Empresa C. Pereira, Pinto & C., proprietários dos cinemas PARIS e IDEAL da Capital Federal, tendo adquirido o antigo CINEMA HÉLIOS, fê-lo passar por uma reforma radical e reabre agora com um novo título, completamente transformado no mais chic e confortável cinema de Niterói”.[2]

Fama editar

Como fica claro pelos jornais da época, o Royal foi considerado um dos melhores e mais chiques cinemas de Niterói, concentrando as elites da então capital fluminense, recebendo elogios do jornal O Estado. Sua fachada e arte de divulgação era em estilo Art Noveau, provavelmente fruto da francofilia carioca das elites da época, que tentavam replicar a arquitetura francesa.[3]

Mudanças editar

Em março de 1917, o Royal mudaria de endereço, indo agora para a Praça Martim Afonso, n° 3, para uma sala a um quarteirão de distância da antiga.[1] Esse novo endereço era considerado um tanto quanto nobre, com localização movimentada e elegante. Contou também com mudanças estruturais, podendo comportar agora um público de 1200 pessoas.[1] Ainda possuía, como outros atrativos, uma “luz em profusão, orquestra aumentada e muito conforto”,[1] a ventilação também foi aprimorada e a sala foi aumentada, com seu forro sendo elevado em 1,40 metros. Passou também a incorporar cada vez mais em sua programação, que antes era composta majoritariamente de dramas dinamarqueses da Nordisk, produções americanas, principalmente da Fox e da Universal.[1]

Incêndio editar

No dia 30 de Janeiro de 1933, o Bazar Souza Marques, uma casa de ferragens localizada na Rua Visconde do Rio Branco pegou fogo, o incêndio rapidamente se espalhou, consumindo uma drogaria próxima e chegando a atingir Hotel Paris e parte da Casa Bordalo. O Cinema Royal escapou dos danos do fogo mas, segundo diversas fontes, foi junto do Café Londres e da Cooperativa, afetado pelo processo de extinção do fogo, sendo danificado pela água.[4][5][6]

Referências

  1. a b c d e FREIRE, Rafael de Luna. Cinematographo em Nictheroy: história das salas de cinema de Niterói. Niterói, RJ: Niterói Livros; Rio de Janeiro: INEPAC, 2012. p.54-56.
  2. Cinema Royal. O Fluminense, 19 nov. 1910, p.1
  3. LUCCAS, Luís Henrique Haas. Arquitetura moderna e brasileira:. O constructo de Lucio Costa como sustentação. Arquitextos, São Paulo, ano 06, n. 063.07, Vitruvius, set. 2005.
  4. Nichteroy foi alarmada ante-hontem e hontem por dois grandes incêndios.Correio da Manhã, 31 jan. 1933, p. 3.
  5. Uma fogueira no coração da cidade. O Fluminense, 31 jan. 1933, p.1.
  6. Uma fogueira violentissima no centro commercial mais importante de Nichteroy. Diário da Noite, 31 jan. 1933, p.8