Claudio Fonseca

arquiteto e artista plástico brasileir
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José Claudio Cavalcanti da Fonseca, conhecido como Claudio Fonseca (Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 1949Rio de Janeiro, 1993) foi um arquiteto e artista plástico brasileiro, que representou o país na Bienal da França de 1984 e em inúmeras exposições ao redor do Brasil e do mundo.

Claudio Fonseca durante a exposição de artes Bienal na França em 1985

Participou da 18ª Bienal de São Paulo e da antológica exposição "Como vai você, geração 80?",[1] que efervesceu um movimento pluricultural formado na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ) por 123 artistas plásticos de diversas tendências e estilos, entre eles: Paulo Roberto Leal (idealizador da mostra) Daniel Senise, Beatriz Milhazes, Jorge Guinle Filho, Leonilson, Leda Catunda e Victor Arruda.

Suas obras passaram por diversas fases, com destaque para as frondosas montanhas escarpadas multicoloridas e os enigmáticos portais que encerraram sua carreira, numa consagrada e bem sucedida exposição na galeria 110 Arte Contemporânea, em novembro de 1990, onde vendeu todas as suas obras. "O arco pode ser a entrada da casa, quando o homem encontra seu espaço. Os arcos vão continuar como ícones", declarou o artista para Carla Lencastre do jornal O Globo.[2]

Biografia editar

 
Claudio e algumas de suas obras em exposição

A primeira exposição individual de Claudio Fonseca aconteceu em 1981, onde apresentou diversas pinturas abstratas, com formas vegetais antropomórficas. Em 1982 foi morar na Europa e se dedicou a pintar montanhas, que foram expostas com destaque na Bienal francesa de 1985. Quando voltou para o Brasil passou a ilustrar suas telas com algumas feras, que remetem a épocas remotas da humanidade.

Com a obra "Fera Adormecida" recebeu o prêmio especial Gustavo Capanema. Em 1989 Claudio Fonseca montou o Atelier Centro Rio, em parceria com os artistas Fernando Lopes, João Atanásio, Luiz Norões e Vera Lins. Neste espaço iniciou um profundo processo de pesquisa, concepção e produção de dezenas de obras de arte, todas elas emblemadas com os intrigantes arcos ou portais, que marcaram sua carreira de artista plástico.

O trabalho era iniciado pela distribuição de diversos pigmentos, com a tela no chão, em seguida a tela era colocada de pé, onde recebia inúmeras camadas de tintas e colagens e eram utilizados pincéis, espátulas, estacas, muita energia e concentração para a criação e a concepção dos ícones.

"Primeiro surge o fundo, onde há uma necessidade de abstração total, e que me dá o insight para o restante do trabalho. Depois vem o ícone. A terceira etapa é distribuir os carimbos pela tela."

Destaque para uma das telas, com um expressivo vaso de lírios brancos, por baixo dos arcos, que Claudio batizou de "Giotto", uma homenagem póstuma ao consagrado pintor florentino.

"Busquei inspiração no período anterior ao Renascimento, quando o homem ainda não tinha noção de perspectiva. E Giotto humanizou a arte, dando feição humana aos santos, por exemplo."

Formação editar

  • 1975/1979 - Forma-se em arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
  • 1982/1984 - Estuda com Umberto França (1950) e Anna Bella Geiger (1933)
  • 1986/1988 - Rio de Janeiro RJ - Professor do Núcleo Básico da Escola de Artes Visuais do Parque Lage

Exposições editar

Individuais editar

  • 1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Macunaíma
  • 1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha
  • 1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Pequena Galeria do Centro Cultural Cândido Mendes
  • 1990 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria 110 Arte Contemporânea

Coletivas editar

  • 1974 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Verão, no MAM/RJ
  • 1979 - São Paulo SP - Cláudio Fonseca, José Tarantino, Silvio Dworeck, Rui Siqueira (Galeria SESC SP)
  • 1980 - Curitiba PR - 37º Salão Paranaense - prêmio aquisição
  • 1980 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Artes Plásticas
  • 1981 - Curitiba PR - 38º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
  • 1982 - Belo Horizonte MG - 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP
  • 1984 - Madri (Espanha) - Arco/84
  • 1984 - Rio de Janeiro RJ - Como Vai Você, Geração 80?, na EAV/Parque Lage
  • 1984 - São Paulo SP - Arte na Rua 2, no MAC/USP
  • 1985 - Londres (Inglaterra) - Arte Brasileira, no Brazilian Center
  • 1985 - Paris (França) - Dois Artistas da Bienal de Paris, na Galeria Debret
  • 1985 - Paris (França) - Mostra conjunta com Jorge Duarte
  • 1985 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Artes Plásticas - Prêmio Gustavo Capanema
  • 1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
  • 1986 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Artes Plásticas
  • 1986 - Rio de Janeiro RJ - Território Ocupado, na EAV/Parque Lage
  • 1986 - Vitória ES - O Atelier 78, na UFES. Galeria de Arte e Pesquisa
  • 1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
  • 1988 - Belo Horizonte MG - Subindo a Serra, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
  • 1989 - Curitiba PR - Coletiva, no Museu Municipal de Arte
  • 1989 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Funarte
  • 1989 - São Paulo SP - Coletiva, no MAC/USP

Póstumas editar

  • 1993 - Niterói RJ - 2ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói
  • 1993 - Washington (Estados Unidos) - Brasil: imagens dos anos 1980 e 90, no Art Museum of the Americas
  • 1994 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: imagens dos anos 1980 e 90, no MAM/RJ
  • 1995 - São Paulo SP - anos 1980: o palco da diversidade, na Galeria de Arte do Sesi
  • 1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira Contemporânea: doações recentes/96, no MAM/SP
  • 1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói
  • 1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
  • 2003 - Niterói RJ - Apropriações, no MAC/Niterói
  • 2003 - Niterói RJ - Apropriações: Curto-Circuito de Experiências Participativas, no MAC/Niterói
  • 2003 - São Paulo SP - 2080, no MAM/SP
  • 2004 - Rio de Janeiro RJ - Onde Está Você, Geração 80?, no CCBB

Bibliografia editar

Algumas obras encontra-se em poder de particulares, pois Claudio as presenteava aos amigos. ACERVO Banco Chase Manhattan. Pietro Maria Bardi; Fabio Magalhães; Peter John Anderson. FERRÃO, Cristina; SOARES, José Paulo. s.l., Index, 1989.

BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 18., 1985. Catálogo geral. Apresentação de Roberto Muylaert. Introdução de Sheila Leirner. São Paulo: Fundação Bienal, 1985.

CLÁUDIO Fonseca, José Tarantino, Silvio Dworeck, Rui Siqueira. Apresentação de Rozélia Medeiros, Idéo Bava e Nelson Nóbrega. São Paulo: Galeria SESC Paulista, 1979.

CRISTINA Canale, Cláudio Fonseca, Beatriz Milhazes, Luiz Pizarro, Luiz Zerbini. Apresentação de Lúcio Autran. Texto de Fernando Cocchiarale. São Paulo: MAC/USP, 1989.

DESCENDO a serra: dez artistas de Minas Gerais no Rio de Janeiro. Subindo a serra: dez artistas do Rio de Janeiro em Minas Gerais. Apresentação de Marcus de Lontra Costa. Rio de Janeiro: Centro Cultural Cândido Mendes, 1988.

LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.

PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Prefácio de Gilberto Allard Chateaubriand e Antônio Houaiss. Apresentação de M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1987.

SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS SUL, 9., Rio Grande do Sul, 1986. Catálogo. Apresentação de Luciano Figueirêdo. Porto Alegre: Museu de Arte do Rio Grande do Sul, 1986.

SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS, 3., Rio de Janeiro, 1980. Catálogo. Rio de Janeiro: s. ed., 1980.

TERRITÓRIO ocupado. Apresentação de Marcus de Lontra Costa e Reynaldo Roels Junior. Rio de Janeiro: Escola de Artes Visuais do Parque Lage, 1986.

Referências

  1. «Como Vai Você, Geração 80?». Itaú Cultural. 3 de janeiro de 2006. Consultado em 2 de dezembro de 2008 
  2. O GLOBO, Segundo Caderno, Novembro de 1990.
Acervo Claudio Fonseca

Ligações externas editar