Clã MacThomas
Mote Deo juvante invidiam superabo
("Com a ajuda de Deus, superarei o mal")
Origens Glen Shee, Perthshire
Nomes gaélicos MacThomaidh
Armas
Tartan
Crachá
Chefe Andrew Patrick MacThomas of Finegand
Residência(s) The Cockstane (Clach na Coileach)
Página Oficial http://www.clanmacthomas.org/

O clã MacThomas é um clã escocês membro da Confederação Chattan[1].

História editar

Origens editar

O progenitor do clã MacThomas foi Thomas, que era um highlander gaélico[1], conhecido como "Tomaidh Mor" e do qual deriva o nome do clã. Ele era neto de William Mackintosh, sétimo chefe do clã Mackintosh e oitavo chefe da Confederação Chattan[1][2]. Thomas viveu no século XV, quando o clã Chattan tornou-se tão grande que inviabilizou sua administração. Thomas juntou a porção do clã oriunda de Badenoch e atravessou as montanhas Grampian até o Glen Shee, onde se estabeleceram[1]. Ali, aquela porção do Clã Chattan reunida por Thomas prosperou e tornou-se conhecida por "Mccomie", "Mccolm" e "Mccomas", que são formas fonéticas do gaélico[1]. O clã MacThomas foi descrito em uma lista de clãs nos atos do parlamento de 1587 e de 1595, sendo conhecidos pelo governo de Edimburgo como "MacThomas"[1].

Séculos XVI e XVII editar

Os primeiros chefes do clã MacThomas governaram do Thom, um assentamento oposto ao Spittal de Glenshee, na margem oriental do Rio Shee[1]. Acredita-se também que ali esteja a tumba de Diarmid, das sagas fingalianas[1]. Em torno de 1600, Robert Mccomie de Thom, o quarto chefe, foi assassinado e a chefia do clã foi transmitida a seu irmão John Mccomie de Finegand. O assentamento de Finegand ficava em torno de cinco quilômetros além de Glenshee e tornou-se a nova sede dos chefes dos MacThomas[1]. O nome "Finegand" é uma corruptela do gaélico feith nan ceann, que significa "córrego das cabeças" – possível referência a um evento supostamente ocorrido no século XV, no qual habitantes da região, irritados com os abusivos impostos, deceparam os coletores e atiraram suas cabeças em um córrego[1].

O sétimo chefe foi John Mccomie (Iain Mor), que se tornou figura folclórica de Perthshire[1]. Coletores de impostos, particularmente aqueles do Earl de Atholl, parece terem-no ofendido[1]. O Earl contratou um espadachim renomado da Itália para matar Mccomie mas este conseguiu derrotá-lo[1].

Durante a Guerra Civil Escocesa do século XVII, o Clã MacThomas apoiou Carlos I da Inglaterra[1]. Iain Mor MacThomas juntou-se a James Graham, 1º marquês de Montrose em 1644 em Dundee[1]. Quando os roialistas capturaram Aberdeen, Iain Moi capturou Sir William Forbes, sherife de Aberdeen e comandante da cavalaria de Covenanter[1].

Depois de ter sido derrotado na Batalha de Philiphaugh, Iain Mor MacThomas retirou seu apoio a Montrose, passando a se concentrar na ampliação de suas terras, o que incluiu a compra do baronato de Forter do Earl de Airlie[1]. Após a Restauração de 1660, MacThomas foi pesadamente multado pelo Parlamento e o Earl de Airlie tentou recuperar algumas de suas terras[1]. A ação legal de Airlie foi exitosa mas o chefe dos MacThomas recusou-se a reconhecê-la e manteve seu gado pastando nas terras em disputa[1]. Como resposta, Airlie usou seu direito legal para arrendar as terras aos membros do Clã Farquharson, levando à luta entre os dois clãs[1]. Em 28 de janeiro de 1673, Farquharson de Broughdearg foi morto junto a dois filhos de Iain Mor MacThomas[1]. As disputas legais que se seguiram enfraqueceram o chefe dos MacThomas, falecendo em 1676. Seus filhos remanescentes foram obrigados a vender as terras[1].

O chefe dos MacThomas é novamente mencionado em 1678 e em 1681 nas proclamações do governo, mas o clã começou a se desfazer[1]. Alguns se mudaram para o sul, em direção ao vale do Rio Tay, onde passaram a ser conhecidos como "Thomson", enquanto outros dirigiram-se para Angus, em Fife, onde se tornaram conhecidos como "Thomas", "Thom" ou "Thoms". O décimo chefe adotou o nome "Thomas" e, mais tarde, "Thoms"[1]. Ele fundou um assentamento ao norte de Fife, onde desenvolveu produção rural exitosa[1].

Século XVIII aos dias atuais editar

A principal família fugiu para Fife, onde se tornaram agricultores exitosos antes de retornar a Dundee. Nessa cidade, envolvendo-se com propriedades e seguros, a família prosperou juntamente com a população de Dundee, que dobrou no século XVIII. Outros membros do clã mudaram-se para Aberdeenshire, onde William McCombie tornou-se famoso por criar o gado Aberdeen-Angus. Patrick, o 16.º chefe, tornou-se Provost de Dunde – espécie de prefeito –, em 1847, comprando a propriedade Aberlemno. Seu filho, George, tornou-se um dos mais jovens sherifes da Escócia em 1870. Quando morreu, George doou sua fortuna (4,3 milhões de libras esterlinas, corrigidas) à Catedral de São Magnus, em Orkney, junto com a propriedade Aberlemno. Seu herdeiro, Alfred, 17.º chefe, contestou o testamento de George em famoso caso em Edimburgo em 1905, mas perdeu. Em 1954, a Sociedade do Clã MacThomas foi fundada por Patrick, 18.º chefe, que se casou com uma prima de terceiro grau de Isabel II do Reino Unido. Seu filho, Andrew, o 19.º e atual chefe, tem-se dedicado à preservação da história do clã MacThomas em Glenshee[2].

Características editar

 
Clach Na Coileach ou Cockstane, local de encontro do clã MacThomas.

Mote e atual chefe editar

  • Mote: Deo juvante invidiam superabo (Latim "Com a ajuda de Deus, superarei o mal")[2].
  • Chefe do clã: Andrew MacThomas de Finegand, 19.º chefe do clã MacThomas[2].

Ramos editar

Ramos do clã MacThomas reconhecidos pela Sociedade do Clã MacThomas:

Note: prefixes Mac e Mc são equivalentes.

Lista de chefes editar

Chief Name Dates Notes
1.º Thomas (Tomaidh Mor) século XV Assentado em Thom, margem oriental do Rio Shee.
2.º John MacThomaidh de Thom Inícios do século XVI Filho ou neto de Tomaidh Mor.
3.º Adam MacThomaidh de Thom Meados do século XVI Filho de John.
4.º Robert MacThomaidh de Thom Assassinado em 1600 O assentamento Thom foi perdido quando sua única filha casou-se com um Farquharson.
5.º John McComie de Finegand 1600–1610 Irmão de Robert; transferiu a sede da chefia para Finegand.
6.º Alexander McComie de Finegand[3] 1610–1637 Casou-se com uma Farquaharson e recebeu mais terras em Benzian Mor, em Glenshee.
7.º John McComie (Iain Mor) 1637–1676 Filho de Alexander; conhecido como "McComie Mor", expandiu o território e o prestígio do clã; adquiriu terras e o baronato de Forter, em Glenisla (1651)[4][5]; apoiou James Graham, 1.º marquês de Montrose em 1644[6][7]
8.º James McComie 1674–1676 Terceiro filho de Iain Mor.
9.º Thomas McComie 1676–1684 Quinto filho de Iain Mor.
10.º Angus Thomas 1684–1708 Sexto filho de Ian Mor, conhecido como "Mr. Angus", foi educado na Universidade de Santo André, Fife.
11.º Robert Thomas 1708–1740 Filho de Angus, adquiriu propriedade em Cullarnie, mudando-se posteriormente para Belhelvie.
12.º David Thomas de Belhelvie 1740–1751 Filho mais velho de Robert. Morreu jovem.
13.º Henry Thomas de Belhelvie 1751–1797 Segundo filho de Robert. Continuou a lavoura em Belhelvie.
14.º William Thoms 1797–1843 Filho mais velho de Henry, tornou-se mercador em St. Andrews, morreu sem filhos.
15.º Patrick Hunter MacThomas Thoms 1843–1870 Filho de George Thoms (um filho de Henry e meio-irmão de William). Provost de Dundee. Comprou a propriedade de Aberlemno, em Angus.
16.º George MacThomas Thoms 1870–1903 Filho de Patrick; sherife de Caithness, Orkney e Shetland. Doou sua vasta fortuna e terras à Catedral de São Magnus, em Kirkwall.
17.º Alfred MacThomas Thoms 1903–1958
18.º Patrick MacThomas of Finegand 1958–1970 Bisneto de Patrick, o primeiro chefe a ser oficialmente reconhecido pela Corte de Lorde Lyon desde Thomas McComie, em 1676. Oficial do Exército. Casou-se com uma prima de terceiro grau de Isabel II.
19.º Andrew MacThomas de Finegand (MacThomaidh Mhor) 1970- Atual chefe, banqueiro aposentado.

Ver também editar

Notes editar

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y WAY, George, SQUIRE, Romily. Collins Scottish Clan & Family Encyclopedia. 1994. Pgs 258 - 259.
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r Andrew MacThomas of Finegand, The History of the Clan MacThomas, 2009.
  3. Latta MS. (viz., The Scottish Genealogist, Vol. XII N. 4, p. 91, n5)
  4. A. M. Mackintosh; Mackintosh Families in Glenshee and Glenisla, 1916; pp. 48-51
  5. W. M'Combie Smith; Memoir of the Families of M'Combie and Thoms, 1889; pp. 30-36
  6. W. M'Combie Smith; op. cit., p.165; supõe que Montrose e Iain Mor tornaram-se amigos pessoais.
  7. A. M. Mackintosh; op. cit.; p. 52

Ligações externas editar