Conquista Ming de Yunnan


A conquista Ming de Yunnan foi a conquista pela dinastia chinesa Ming da província de Yunnan, naquela altura a última na mãos dos mongóis da dinastia Yuan a capitular.[1] Esta conquista desenvolver-se-ia ao longo da década de 1380.[2]

Conquista Ming de Yunnan
Data 1381-1382
Local Yunnan
Desfecho Vitória decisiva Ming
Beligerantes
Dinastia Ming Resistência Yuan
Comandantes
Imperador Hongwu
Fu Youde
Lan Yu
Mu Ying
Basalawarmi
Forças
250.000 soldados Milhares de mongóis Yuan e muçulmanos Hui
Baixas
Desconhecidas Milhares mortos, centenas de castrações

Desenvolvimento

editar

Houve soldados muçulmanos que lutaram tanto no exército chinês Ming como no exército Yuan mongol. Trezentos mil tropas chinesas Han e muçulmanos Hui foram enviados para destruir o que ainda restava da dinastia Yuan em Yunnan em 1381.

O Príncipe de Liang, Basalawarmi, cometeu suicídio a 6 de Janeiro de 1382, vendo que as tropas Ming superavam grandemente de forma numérica às forças mongóis Yuan e muçulmanas.[3] As tropas chinesas muçulmanas leais à dinastia Ming invadiram o Yunnan e colonizaram-no. Mu Ying e as suas tropas receberam estatuto hereditário de guarnições militares na província para a dinastia Ming, permanecendo lá.[4]

O general Hui de Ming Fu Youde liderou a carga contra as forças muçulmanas mongóis e Yuan. Também a lutar pelo lado Ming estavam os generais muçulmanos Mu Ying e Lan Yu, os quais lideraram as tropas islâmicas leais a Ming contra as tropas islâmicas leais a Yuan.[5]

Os generais islâmicos Ming Lan Yu e Fu Youde castraram trezentos e oitenta cativos mongóis e muçulmanos após a guerra.[6] Isto fez com que se tornam-se eunucos, sendo que muitos deles começaram a servir o Imperador Ming.[7] Um deles era o futuro explorador Zheng He.[8]

Consequências

editar

Os soldados chineses Han também derrotaram a rebelião. Os Han casar-se-iam com mulheres Miao e Yao; chamando-se os seus descendentes "Tunbao", em contraste com os posteriores colonos Han que iriam ir morar a Yunnan nos séculos vindouros. Os Tunbao ainda vivem hodiernamente em Yunnan.[9]

A resistência organizada contra a dinastia Ming deixaria de existir após serem tomadas todas as cidades importantes de Yunnan e já só iriam haver focos específicos de rebelião.[10]

Referências

  1. Summers, Tim (15 de maio de 2013). Yunnan-A Chinese Bridgehead to Asia: A Case Study of China’s Political and Economic Relations with its Neighbours (em inglês). [S.l.]: Elsevier. ISBN 9780857094452 
  2. Anderson, James A.; Whitmore, John K. (7 de novembro de 2014). China's Encounters on the South and Southwest: Reforging the Fiery Frontier Over Two Millennia (em inglês). [S.l.]: BRILL. ISBN 9789004282483 
  3. Herman, John E. (2007). Amid the Clouds and Mist: China's Colonization of Guizhou, 1200-1700 (em inglês). [S.l.]: Harvard University Asia Center. ISBN 9780674025912 
  4. Giersch, Charles Patterson (2006). Asian Borderlands: The Transformation of Qing China's Yunnan Frontier (em inglês). [S.l.]: Harvard University Press. ISBN 9780674021716 
  5. Sen, Tan Ta (2009). Cheng Ho and Islam in Southeast Asia (em inglês). [S.l.]: Institute of Southeast Asian Studies. ISBN 9789812308375 
  6. Journal of Asian History (em inglês). [S.l.]: O. Harrassowitz. 1991 
  7. Tsai, Shih-shan Henry (1996). The Eunuchs in the Ming Dynasty (em inglês). [S.l.]: SUNY Press. ISBN 9780791426876 
  8. 米寿江; 尤佳 (2004). 中国伊斯兰教英 (em inglês). [S.l.]: 五洲传播出版社. ISBN 9787508505336 
  9. Olson, James Stuart (1998). An Ethnohistorical Dictionary of China (em inglês). [S.l.]: Greenwood Publishing Group. ISBN 9780313288531 
  10. Brown, Rajeswary Ampalavanar; Pierce, Justin (4 de dezembro de 2013). Charities in the Non-Western World: The Development and Regulation of Indigenous and Islamic Charities (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 9781317938521 

Bibliografia

editar

Dardess, John (2012), Ming China 1368-1644 A Concise History of A Resilient Empire, Roman & Littlefield Publishers, Inc.