Cordeiro Pascal (Josefa de Óbidos)
Cordeiro Pascal (também conhecido como Cordeiro Místico ou Agnus Dei), é um óleo sobre tela, da autoria da pintora Josefa de Óbidos. Foi pintado entre 1660 e 1670 e mede 88 cm de altura e 116 cm de largura[1]. Fez parte da coleção de Frei Manuel do Cenáculo que está na origem do atual Museu de Évora.[2]
Cordeiro Pascal Agnus Dei | |
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Autor | Josefa de Óbidos |
Data | 1660 a 1670 |
Técnica | óleo sobre tela |
Dimensões | 88 × 116 |
Localização | Museu de Évora |
Outras versões editar
Josefa de Óbidos terá pintado também outras versões do mesmo tema, uma, sem a moldura floral, existe no Museu de Arte Walters, na cidade de Baltimore nos Estados Unidos da América[3] e outra faz parte da coleção do Paço dos Duques de Bragança em Guimarães[4]:
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O Cordeiro Sacrificial (1670-84) no Museu de Arte Walters
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Cordeiro Místico (1660-70) no Paço dos Duques
Interpretação editar
Representa iconograficamente o Cordeiro de Deus, uma representação de Jesus Cristo como cordeiro sacrificado para remissão dos pecados da Humanidade. Este surge num altar, com os pés atados e calmamente aceitando o seu destino. Encontra-se rodeado por uma moldura floral onde flores e uvas em referência da transubstanciação.[2] Numa legenda (que partilha com a versão do Museu de Arte Walters) lê-se a frase em latim: "occīsus ab orīgine mundī". Trata-se de uma citação bíblica do livro do Apocalipse[5]:
Et adorabunt eum omnes qui inhabitant terram quorum non sunt scripta nomina in libro vitae agni qui occisus est ab origine mundi.Original (em latim): E todos os que habitam sobre a terra a adoraram, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro, que foi morto desde a fundação do mundo.(em latim)
A influência de Zurbarán editar
A figura do Cordeiro de Deus reflete uma série de pinturas do pintor espanhol Francisco de Zurbarán chamada Agnus Dei[3] que este realizou entre 1635 e 1640. A pintora teve, de facto, contacto com este artista através do seu pai, o também pintor Baltazar Gomes Figueira, que conviveu com o mesmo em Sevilha[6] e que também utilizou o mesmo carneiro na sua obra Natureza Morta com Cordeiro e Peças de Caça que pintou entre 1645 e 1655 exposto no mesmo museu elvense.[7]
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Natureza Morta com Cordeiro e Peças de Caça (1645-55) de Baltazar Gomes Figueira no Museu de Évora
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Agnus Dei (1635-40) de Francisco de Zurbarán no Museu de Arte de San Diego
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Agnus Dei (1639) de Francisco de Zurbarán no Real Academia de Belas-Artes de São Fernando
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Carneiro, detalhe de A Adoração dos Pastores (1638) de Francisco de Zurbarán no Museu de Grenobla
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Agnus Dei (1635-40) de Francisco de Zurbarán no Museu do Prado. Note-se a presença de chifres.
Ver também editar
Referências
- ↑ [1]
- ↑ a b «Agnus Dei». MatrizNet. Consultado em 30 de janeiro de 2016
- ↑ a b «The Sacrificial Lamb» (em inglês). Museu de Arte Walters. Consultado em 30 de janeiro de 2016
- ↑ «Cordeiro Místico». MatrizNet. Consultado em 30 de janeiro de 2016
- ↑ «Cordeiro Místico (Agnus Dei)». Museu de Évora. Consultado em 30 de janeiro de 2016[ligação inativa]
- ↑ «Baltazar Gomes Figueira - bio». mosteiroalcobaca.pt. Consultado em 30 de janeiro de 2016
- ↑ «Natureza Morta com Cordeiro e Peças de Caça». MatrizNet. Consultado em 31 de janeiro de 2016