Cordia superba

Espécie de planta

Cordia superba é uma árvore nativa do Brasil. Também é conhecida vulgarmente como babosa-branca, entre outros nomes. Ela produz flores brancas grandes em forma de cálice e pequenos frutos esbranquiçados. Possui valor paisagístico, pelas flores vistosas e pelo porte e densidade da copa, e ambiental, pois os frutos são consumidos por animais, permitindo a recomposição da fauna de áreas degradadas. O fruto de polpa gelatinosa e pegajosa também pode ser consumido por humanos.[1]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaCordia superba
C.superba
C.superba
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Boraginaceae
Género: Cordia
Nome binomial
Cordia superba
Cham. 1829
Sinónimos
Cordia superba var. cuneata (Cham.)

Cordia blanchetii (DC) Cordia atrofusca (Taub.) Cordia ipomoeaeflora (Hook)

Descrição editar

É arbórea de comportamento sempre-verde, podendo os maiores indivíduos ter altura próxima de 11m e DAP (diâmetro à altura do peito, tida como 1,30m do solo) de 30 cm. O tronco é reto, levemente tortuoso, com fuste atingindo no máximo 5m de altura, considerado curto, apresentando ramificação dicotômica. Sua casca tem até 5mm de espessura, cor marrom escura e levemente fissurada. A copa é globosa e de porte pequeno. Ela se desenvolve melhor em local sombreado, mas tolera o pleno sol.

As folhas são simples, ásperas na página inferior e lisas na superior, medindo de 18 a 24 cm. Porém, seu tamanho e forma variam muito, podendo ser obovadas, oblongo-lanceoladas ou elípticas. As flores são brancas, grandes e profundas, em forma de taça.

O fruto é uma drupa simples e indeiscente, contendo uma ou duas sementes envoltas por endocarpo endurecido. A casca é esbranquiçada. Tem forma globosa levemente achata na base e no ápice. O mesocarpo é gelatinoso, escorregadio e pegajoso. A sua espessura é apenas 1,5 a 2,5mm, já que a semente ocupa a maior parte do volume do fruto. Essa polpa é totalmente translúcida, podendo ter tonalidade rósea. O gosto é levemente adocicado, com notas lembrando água de coco, assim como consistência e textura semelhantes à carne de coco quando muito mole, pode também ser levemente azedo.[1] Por ser pegajoso, a polpa forma um fino filme na boca, que cria uma sensação tátil similar à dormência, mas que desaparece quando o filme é dissolvido. O fruto é não-climatérico [2], isto é, não continua a amadurecer depois de colhido, assim como o morango, uva, ou frutas cítricas, e diferente da banana, maçã, ou tomate.

Nomes vulgares editar

No brasil, em vários estados, encontrou-se outros possíveis nomes populares para a árvore:[1]

  • Bahia: baba-de-boi-preta e crista-de-galo;
  • Minas Gerais: babosa-branca, grão-de-galo, grão-de-porco, jangada, louro, olho-de-moça e pau-jangada;
  • Rio Grande do Norte: grão-de-galo;
  • Rio de Janeiro: ramela-de-cachorro;
  • São Paulo: árvore-de-ranho, baba-de-boi, babosa-branca, carapiá, grão-de-galo e jangada-do-campo.

Etimologia editar

O nome do gênero Cordia foi criado em homenagem ao botânico e médico alemão Euricius Cordus (1486-1535) e a seu filho Valerius Cordus (1515-1544). E o epíteto específico superba é uma palavra em latim feminina de "superbus" que significa "soberbo, nobre, orgulhoso, magnífico, excelente", dado por causa das flores magníficas da espécie.[1]

Ocorrência natural editar

Foi identificada a ocorrência natural de Cordia superba nos estados de Alagoas, Bahia, espírito santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e são Paulo. Foi encontrada em latitudes de 5°45'S (no Rio Grande do Norte) a 24°20'S (no Paraná), e em altidudes de 25m (no Rio Grande do Norte) a 1000m (na Bahia).[1]

Ela distribui-se predominantemente no bioma da Mata Atlântica, mas foi também foi encontrada no bioma da Caatinga no Sertão Árido da Bahia.[1]

Usos editar

Como alimento editar

O fruto é comestível, com polpa mucilaginosa e pegajosa, e sabor doce-adstringente.

Para gerar energia editar

Produz lenha é de boa qualidade.

Para trabalhos em madeira editar

A madeira é apropriada para marcenaria, carpintaria, obras internas, e carroçaria (cubos de roda e mancais).

Paisagístico editar

Pode ser usada na arborização urbana, inclusive em ruas estreitas e sob rede elétrica, devido ao porte e densidade da copa.

Ambiental editar

Benéfica para plantios protetivos, pois fornece alimento para fauna silvestre.[1]

Imagens editar

 
Indivíduo jovem de Cordia superba com aproximadamente 2,5m de altura, plantado para arborização urbana de uma cidade no sudeste brasileiro. Note a bifurcação do caule, descrita neste artigo, que fez necessária uma poda de condução.
 
Um dos ramos, mostrando as folhas, flores e botões.
 
Outro indivíduo jovem com aproximadamente 2,5m de altura na mesma rua.
 
Ramo com frutos não maduros.

Referências

  1. a b c d e f g Carvalho, Paulo Ernani Ramalho (2010). Espécies Arbóreas Brasileiras. 4. Brasília, Distrito Federal: Embrapa Informação tecnológica. pp. 79–85. ISBN 978-85-7383-487-1 
  2. Oliveira, Cassia Duarte; Gomes, Bianca Almada Ferreira; Furtado, Maria Luiza Bianchetti; Barbosa, Daiane Pereira; Boas, Eduardo Valério de Barros Vilas (17 de agosto de 2021). «Alterações nas características físicas e bioquímicas de frutos de Cordia superba durante a maturação». Research, Society and Development (10): e503101019203. ISSN 2525-3409. doi:10.33448/rsd-v10i10.19203. Consultado em 6 de fevereiro de 2023