Crónica de um desaparecimento

Crónica de um desaparecimento (em árabe: سجل اختفاء) é um filme dramático de 1996 dirigido e escrito pelo director palestiniano Elia Suleiman.[1] Suleiman protagonizou o filme com um elenco formado por membros de sua família e amigos.[2] A companhia Dhat Productions encarregou-se de produzir o filme, que não tem um arco argumental definido.[3] Suleiman interpreta-se a si mesmo regressando a Israel após uma longa ausência, à qual se segue uma série de vinhetas e esquemas mal ligados entre eles, que pretendem transmitir os sentimentos de inquietude e incerteza provocados pelo problema palestiniano.[4]

Crónica de um desaparecimento
Palestina e Israel
1996 •  88 minutos min 
Direção Elia Suleiman
Produção Elia Suleiman
Roteiro Elia Suleiman
História Elia Suleiman
Elenco Elia Suleiman
Ola Tabari
Nazira Suleiman
Fuad Suleiman
Jamel Daher

Crónica de um desaparecimento foi a primeira longa-metragem de Suleiman. Recebeu aclamação internacional e foi exibida na edição número 53 do Festival Internacional de Cinema de Veneza em 1996, onde ganhou o prémio de melhor filme.[5]

Sinopsis editar

O filme desenvolve-se no tenso período do processo de paz entre Israel e a Palestiniana pouco depois do assassinato de Yitzhak Rabin e a eleição de Benjamin Netanyahu, com as relações tensas implicadas mas não explicitamente representadas. Divide-se em duas secções principais, todas unidas de maneira conjunta como a história do regresso de Suleiman à Cisjordânia e a Israel. A personagem de Suleiman no filme descreve-se só como regressa de um exílio de doze anos na cidade de Nova York e agora se encontra em território praticamente desconhecido. Dentro do filme, não surge um trama real ou o desenvolvimento da personagem. Uma série de cenas, em sua maioria sem conexão, têm lugar uma depois de outra. A acumulação gradual de imagens e diálogos começa sem conclusão, apresentando um tipo de sentimento inquietante, destinado a transmitir a qualidade de vida que levam os palestinianos devido a serem apátridas.

Elenco editar

  • Elia Suleiman é E.S.
  • Onda Tabari é Adan
  • Nazira Suleiman é Mãe
  • Fuad Suleiman é Pai
  • Jamel Daher é Jamal
  • Juliet Mazzawi é a tia
  • Fawaz Eilemi é Abu Adnan
  • Leonid Alexeenko é o monge
  • Iaha Mouhamad é o escritor

Recepção editar

O filme tem recebido aclamação universal. Foi exibido no Festival de Cinema de Sundance e no Museu de Arte Moderna numa secção sobre novos directores.[2] Também fez parte da selecção do Festival de Cinema de Veneza, onde obteve o prémio de melhor filme.[5] Em outubro de 1999, um grupo de críticos de Israel citados por The New York Times escolheram a Crónica como o melhor filme do ano.[6] É notável por ser uma dos poucos filmes palestinianos a ser lançadas oficialmente nos Estados Unidos, que foi no outono de 1997.[7]

Referências editar

  1. "Segell Ikhtifa (credit)". British Filme Institute. 12 de outubro de 2009.
  2. a b Baumgarten, Marjorie. "Chronicle of a Disappearance". Austin Chronicle. 1997. Consultado o 22 de agosto de 2009.
  3. Thomas, Kevin. "Chronicle of a Disappearance". The Los Angeles Times. 31 de outubro de 1997.
  4. Dönmez-Colin, Gönül. The Cinema of North Africa and the Middle East. [S.l.: s.n.] pp. 169–179. ISBN 978-1-905674-10-7 
  5. a b Gabriel, Judith. "Chronicles of Dark Humor: Palestinian Filmmaker Snubbed by Oscar" 12 de outubro de 2009.
  6. Sontag, Deborah. "Free to Bê Pessoal, Not Political". The New York Times. 24 de outubro de 1999. Consultado o 12 de outubro de 2009.
  7. Indiana, Gary. "Chronicle of a Disappearance". ArtForum. 22 de agosto de 2009.

Ligações externas editar