Crucifixo (Michelangelo)

O Crucifixo do Espírito Santo é uma obra de Michelangelo Buonarroti, à exposição na sacristia da Basílica do Espírito Santo, em Florença.

Crucifixo, na Basílica do Espírito Santo, em Florença

História editar

Michelangelo ficou hospedado no convento do Santo Espírito em 1492, aos 17 anos de idade, depois da morte do seu protetor Lorenzo de Médici, que o tinha como hóspede e de seus estudos artísticos no grande palácio da família em Via Larga (hoje Palácio Medici Riccardi). Neste convento com a autorização do diretor, pode analisar os cadáveres provenientes do hospital do convento para estudar anatomia, e é também graças a esta experiência que Michelangelo desenvolveu uma capacidade insuperável em representar o corpo humano em seus mínimos detalhes.

Como agradecimento da hospitalidade, o jovem artista esculpiu um crucifixo, que hoje está à exposição em seu local original, na sacristia do Espírito Santo, após 36 anos de exposição (de 1964 a 2000) [1]no museu Casa Buonarroti.

A obra só foi reconhecida como tal a partir da década de 1960, durante uma catalogação dos crucifixos toscanos, na obra de Margrit Lisner, que atribuiu a paternidade da obra a Michelangelo, iniciando em 1964, sua primeira restauração.

Obras similares editar

Um outro pequeno crucifixo, que fazia parte de uma coleção privada e exposto temporariamente em 2004 no pequeno Museu Horne, também foi atribuído como obra de Michelangelo, através do confronto com o Crucifixo do Espírito Santo, graças aos detalhes, difíceis de serem esculpidos como os tendões dos pés e a articulação do joelho. Michelangelo era um dos poucos a reproduzir estas partes anatômicas com perfeição, graças a seus estudos em anatomia.

Em 2006 o monge Anscari Mundó atribuiu a um jovem Michelangelo o crucifixo do altar da basílica de Montserrat, através do confronto de outras obras, especialmente a Pietá do Vaticano, onde foi usado o mesmo modelo de Jesus Cristo. Este crucifixo chegou à Montserrat em 1920, depois de ser catalogada em Roma, como obra de Lorenzo Ghiberti.

Existe um outro Jesus com a cruz de Michelangelo, obra muito mais tardia, na basílica de Santa Maria de Minerva, em Roma.

Outras imagens editar

Bibliografia editar

  • Marta Buonadonna, I segreti del crocifisso di Michelangelo, em Revista Quark n. 11.
  • Kathleen Weil-Garris Brandt, Cristina Acidini Luchinat, James David Draper, Nicholas Penny, Giovinezza di Michelangelo, catalogo della mostra, Firenze, Palazzo Vecchio - Casa Buonarroti, 6 outubro 1999 - 9 janeiro 2000, Florença - Milão, Artificio Skira, 1999, pp. 288 - 292.
  • Giancarlo Gentilini, Proposta per Michelangelo Giovane. Un Crocifisso in legno di tiglio, catalogo della mostra, Firenze, Museo Horne, 8 maio - 4 setembro 2004, Torino, 2004.

Referências

Ligações externas editar