Os daemons-Chatiu, ou “daemons dos cadáveres”, representam os sete Baktiu invisíveis na mitologia e astronomia egípcia. Uma vez por ano, cada uma das 36 constelações decanas entra no Tuat, o que muda seu estado de Baktiu para Chatiu. O capítulo sobre os decanos, no Livro de Nut, descreve a influência negativa desses daemons protetores quando os “nomes ocultos dos deuses” foram pronunciados.

O papel dos daemons-Chatiu também é tema dos rituais de mumificação, nos quais era prometido ao falecido a metamorfose de seu Ba em qualquer uma das 36 constelações decanas.[1] No papiro Louvre 2420c, a proprietária de um sarcófago pede por escrito sua admissão entre os daemons-Chatiu. Esse pedido foi cerimonializado no capítulo 158 do Livro dos Mortos, no “Feitiço para obter um colar dourado”:

“Examine-me e remita-me. Eu sou um daqueles (decanos-Chatiu) que, ao verem Gebe, pertencem à dissolução.”[2]

Toda pessoa que tivesse o pedido atendido obteria vida nova, de modo semelhante ao renascimento das estrelas decanas.

Notas editar

Este artigo é uma tradução do artigo correspondente em língua alemã.

Bibliografia editar

  • Edda Bresciani u. a.: La tomba di Ciennehebu, capo del flotta del Re. Giardini, Pisa 1977.
  • Serge Sauneron: Rituel de l'Embaumement - pBoulaq III, pLouvre 5.158. Imprimerie Nationale, Kairo 1952.
  • Alexandra von Lieven: Grundriss des Laufes der Sterne – Das sogenannte Nutbuch. The Carsten Niebuhr Institute of Ancient Eastern Studies (u. a.), Kopenhagen 2007, ISBN 978-87-635-0406-5.

Referências

  1. «EMBAUMEMENT». Encyclopédie de l’Islam. Consultado em 10 de fevereiro de 2020 
  2. Lieven, Alexandra von. (2007). Grundriss des Laufes der Sterne: das sogenannte Nutbuch. Copenhagen: Carsten Niebuhr Institute of Near Eastern Studies, University of Copenhagen. ISBN 978-87-635-0406-5. OCLC 213444606