Dana Edita Fischerova de Teffé, nascida Dana Edita Fischerova (Checoslováquia, 4 de maio de 1921Brasil, c.29 de junho de 1961)[1], foi uma socialite e milionária,[2] supostamente vítima de assassinato, cujo corpo, porém, nunca foi encontrado. O caso Dana de Teffé movimentou a opinião pública brasileira e o imaginário popular nos anos 1960.

Dana de Teffé
Nome completo Dana Edita Fischerova
Nascimento 4 de maio de 1921
 Tchecoslováquia
Morte c.29 de junho de 1961 (40 anos)
 Brasil

História editar

Nascida na antiga Tchecoslováquia, numa rica família judaica de Praga,[3][4][5] Dana de Teffé teria passado por vários países antes de aportar no Brasil, no dia 30 de outubro de 1951. Na Itália, foi casada com o famoso militar e político fascista Ettore Muti; na Espanha, com Alberto Díaz de Lope Díaz, dentista, dono de uma das mais conceituadas clínicas de Madrid;[6] e no México, com o jornalista mexicano Carlos Denegri. Segundo Carlos Heitor Cony - colunista do jornal Folha de S.Paulo -, além de bailarina clássica, ela teria sido "espiã de alemães, russos, ingleses e mexicanos" (sic).[7] Ela falava seis idiomas.[6]

Casou-se com o piloto automobilístico e diplomata brasileiro Manuel de Teffé, neto do barão de Teffé e bisneto do conde von Hoonholtz. Manuel de Teffé vinha de uma família muito rica.[8]

Após a separação do casal, Dana, que continuou a usar o nome de casada, contratou o advogado Leopoldo Heitor de Andrade Mendes para cuidar de seus interesses.[9] Supostamente, ambos mantinham uma relação amorosa.

Em 29 de junho de 1961, durante uma viagem pela Via Dutra, em direção a São Paulo, em companhia de Leopoldo Heitor, Dana de Teffé desapareceu.[10] O advogado foi preso, julgado e condenado por assassinato. Ele contou três versões completamente diferentes para o desaparecimento de Dana. Leopoldo Heitor, munido de uma procuração, se apossou dos bens de Dana logo após o seu desaparecimento.

Leopoldo Heitor conseguiu fugir da prisão e, somente anos mais tarde, foi recapturado. A condenação do primeiro julgamento foi anulada e, num segundo julgamento, ele obteve a absolvição. O motivo foi a falta do corpo. De fato, o corpo de Dana nunca foi encontrado.

O cronista Carlos Heitor Cony volta e meia relembrava o caso em suas colunas. Em alusão aos vários mistérios insolúveis do Brasil, repetia o bordão: "Onde estão os ossos de Dana de Teffé?".

Referências

  1. «Revista J.P: a morte da milionária Dana de Teffé na década de 1960». Glamurama. 22 de setembro de 2016. Consultado em 5 de março de 2022 
  2. «"Socialite Dana de Teffé desaparece", no Acervo do jornal O Globo.» 
  3. «Aos 90, Carlos Heitor Cony rejeita festejos e trabalha em 2 novos livros». ANJ. 14 de março de 2016 
  4. Tércio, Jason (2002). A espada e a balança: crime e política no banco dos réus. [S.l.]: Jorge Zahar Editor. ISBN 9788571106567 
  5. «Curta Botafogo Guia». Curta Botafogo Guia (em inglês). Consultado em 18 de abril de 2018 
  6. a b Moura, George; Araújo, Flávio; Barros, Marcelo Faria de (1 de janeiro de 2007). Crimes que abalaram o Brasil. [S.l.]: Editora Globo. ISBN 9788525043108 
  7. Folha de S. Paulo, 3 de junho de 2006. "O mistério das ossadas," por Carlos Heitor Cony
  8. «Revista J.P: a morte da milionária Dana de Teffé na década de 1960 – Glamurama». Revista J.P: a morte da milionária Dana de Teffé na década de 1960 – Glamurama. 22 de setembro de 2016 
  9. Ações na Justiça do Rio contra novo programa de TV[ligação inativa]
  10. Socialite Dana de Teffé desaparece