Descarga

dispositivo acoplado ao vaso sanitário
Se procura uma descarga de electricidade, veja Descarga electrostática.

A descarga (português brasileiro) ou autoclismo (português europeu) é um dispositivo acoplado ao vaso sanitário (sanita). Quando puxamos a descarga, a água contida em um reservatório que fica no referido vaso sanitário é enviada para baixo para limpar os resíduos que ficaram neste.

Vaso sanitário com caixa acoplada e descarga dupla

Eficiência no uso da água editar

A quantidade de água utilizada para a descarga dos vasos sanitários representa uma parcela significativa da água usada nas residências, condomínios e empresas. Os modelos mais antigos onde a válvula de descarga era afixada da parede consumiam em média de 12 a 15 litros de água por descarga. Em 2003 um acordo entre os fabricantes de vasos sanitários brasileiros permitiu que um novo modelo, com caixa acoplada, fosse adotado.[1] O modelo com caixa acoplada possui um gasto fixo de 6 litros por descarga, normatizado pela NBR 15 097/04, permitindo uma economia sensível de água em relação aos modelos mais antigos. Existem modelos de vasos sanitários ainda mais econômicos em relação ao consumo de água, como os vasos sanitários de descarga dupla (3 litros para dejetos líquidos e 6 litros para dejetos sólidos) e sanitários à vácuo (1,2 a 1,5 litros de água por descarga) que utilizam ar (vácuo) para sugar as fezes. Os sanitários a vácuo são utilizados principalmente em aviões onde o custo da água transportada é particularmente elevado e também em instalações experimentais para o uso eficiente da água.[2]

No espaço editar

 
O ISS Universal Waste Management System, um dos desenvolvimentos mais recentes dos sistemas em uso nas estações espaciais internacionais.

Uma sanita espacial ou de gravidade zero é uma sanita que pode ser utilizada num ambiente sem peso. Na ausência de peso, a recolha e retenção de resíduos líquidos e sólidos é dirigida através da utilização de fluxos de ar. Uma vez que o ar utilizado para dirigir os resíduos será devolvido à cabina, é filtrado previamente para controlar o odor e limpar bactérias. Em sistemas mais antigos, a urina era despejada para o espaço, e as fezes eram comprimidas e armazenadas para remoção ao aterrar. Os sistemas mais recentes reciclam a urina e expõem os resíduos sólidos ao vácuo para matar bactérias, o que previne problemas de odor e mata agentes patogénicos.[3][4]

História editar

Em 1596 John Harington publicou A New Discourse of a Stale Subject, Called the Metamorphosis of Ajax, descrevendo uma percursora da descarga moderna instalada em sua casa em Kelston, Somerset.[5] Alexander Cummings aperfeiçoou a invenção para a forma mais utilizada até os dias atuais. Além de melhorar o mecanismo de descarga, ele incluiu um sifão em S (ou curva) para reter a água permanentemente dentro do cano de esgoto, evitando assim que os gases residuais entrassem nos edifícios.[6][7]

Referências

  1. Entrevista com o engenheiro Carlos Lemos da Costa. «Já temos motivos e tecnologia para economizar água, só falta atitude.». casa.com.br. Consultado em 13 de julho de 2011. Arquivado do original em 21 de junho de 2009 
  2. Eliana Cristina de Sousa, Wilson Cabral de Sousa Jr., Elaine Nolasco Ribeiro, Gustavo Bezerra de Paula Pessoa (17 de outubro de 2008). «Uso eficiente da água: o caso do aeroporto internacional de São Paulo» (PDF). Hidroaer/ITA. Consultado em 6 de junho de 2009. Arquivado do original (PDF) em 20 de janeiro de 2012 
  3. Häuplik-Meusburger, Sandra (2011). Architecture for Astronauts: An Activity-based Approach. [S.l.]: Springer Wien NewYork. pp. 144–145, 152–155, 160,161,168, 169, 174 
  4. Elburn, Darcy (2 de agosto de 2019). «Boldly Go! NASA's New Space Toilet». NASA 
  5. Kinghorn, Jonathan (1986). A Privvie in Perfection: Sir John Harrington's Water Closet. Bath History. 1. [S.l.: s.n.] pp. 173–88. ISBN 0-86299-294-X. . Kinghorn supervised a modern reconstruction in 1981, based on the illustrated description by Harington's assistant Thomas Coombe in the New Discourse.
  6. «From Charles Mackintosh's waterproof to Dolly the sheep: 43 innovations Scotland has given the world». The independent. 30 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 30 de dezembro de 2016 
  7. «The Development of the Flushing Toilet – Detailed Chronology 1596 onwards». Stoke-on-Trent, UK: Twyfords Bathrooms. Consultado em 16 de setembro de 2023 
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