O Dia de Angam é um feriado reconhecido na República de Nauru.[1] É celebrado anualmente em 26 de outubro.[2][3]

Nauruanos e casas tradicionais em Arenibek, em Nauru, em 1896.

Etimologia

editar

A palavra angam tem origem na língua nauruana e significa "jubilação", "celebração", "triunfar sobre todas as dificuldades", "alcançar uma meta definida" ou "voltando para casa".[1]

O Dia de Angam é um dia de celebração e um tempo de reflexão para os nauruanos.[2][3] Duas vezes em sua história, a população nauruana caiu para abaixo de 1.500 habitantes e houve riscos de extinção considerado para esse grupo étnico. Nas duas ocasiões, a meta de 1.500 habitantes foi atingida. Quando a população chegou a esse marco, o número considerado mínimo para a sobrevivência de um povo, o Dia de Angam foi declarado. O primeiro Angam ocorreu em 1932 e a segunda ocasião em 1949.

História

editar

Antes de Angam

editar

A primeira meta chegou em torno de 1919, quando a ocupação de Nauru e outras ilhas do Pacífico durante a Primeira Guerra Mundial pela Alemanha Imperial acabou, e Nauru se tornou um território mandatário ocupado pela Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido. O brigadeiro-geral Thomas Griffiths, administrador australiano, realizou um censo no país. Mais tarde, em um encontro com os chefes locais, ele declarou que a população de nauruanos estava extremamente baixa e que para que os nauruanos sobrevivessem como uma etnia, a população deveria ser maior que 1.500.[3] Foi declarado que, quando esse número fosse alcançado, aquele dia seria denominado Dia de Angam, sendo um feriado que seria comemorado todos os anos. Mais tarde, o bebê que completasse a meta seria o Bebê de Angam e iria receber presentes e honrarias.

O Primeiro Angam

editar
 
Bombardeio dos Estados Unidos em Nauru durante a Segunda Guerra Mundial, em 1943. O Império Japonês evacuou os nauruanos para Chuuk, fazendo necessário um segundo Angam.

Após treze anos, a população nauruana chegou a 1.500 pessoas, com muita jubilação e celebrações. A primeira bebê de Angam, Eidegenegen Eidagaruwo, nasceu em 26 de outubro de 1932. Sua mãe, Dorcas Demuro, a chamou de "Eidagaruwo", que significa o sentimento de "voltar pra casa" ou "alcançar uma meta";[3] porém, seria necessário mais um Angam. Durante a ocupação japonesa de Nauru e outros territórios do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, 1.201 nauruanos foram evacuados para Truk (hoje conhecida como Chuuk)[3] em consequência de um bombardeio realizado pelos Estados Unidos da América. Dos 1.201 nauruanos evacuados, somente 737 voltaram depois da guerra,[4] e das 600 pessoas que ficaram em Nauru, em torno de 400 sobreviveram.

A bebê de Angam, Eidegenegen Eidagaruwo, morreu em Truk de desnutrição e bouba, como a maioria dos nauruanos que morreram no local.

O Segundo Angam

editar

As consequências da Segunda Guerra Mundial mostraram que os nauruanos, para sobreviverem como uma etnia, deveriam se esforçar para aumentar sua população em uma segunda ocasião. A corrida para um novo bebê de Angam estava aberta.

Em 31 de março de 1949, a população de Boe celebrou quando Bethel Enproe Adam nasceu de Kenye e Clarence Adam. Desde aquela ocasião, os nauruanos tiveram a oportunidade de celebrar novamente o Dia de Angam. Mesmo que Bethel Enproe tenha nascido em uma data diferente, 26 de outubro ainda é, oficialmente, o Dia de Angam.[2] 

Ver também

editar

Referências

  1. a b «Wilson's Blogmanac». wilsonsalmanac.blogspot.be. Consultado em 21 de janeiro de 2016 
  2. a b c «Wikiwix's cache». archive.wikiwix.com. Consultado em 21 de janeiro de 2016 
  3. a b c d e «Angam Day - The Government of the Republic of Nauru». www.naurugov.nr. Consultado em 21 de janeiro de 2016 
  4. «History - Nauru - tax, issues, area, future, power, policy». www.nationsencyclopedia.com. Consultado em 21 de janeiro de 2016