Discussão:Análise financeira

Último comentário: 28 de fevereiro de 2009 de Sofia.Quialheiro GFIESF no tópico Análise Financeira com recurso a rácios

Quais são os elementos necessários para se calcular a necessidade do capital de giro - NCG? Sei que a fórula bastante utilizada é NCG = Estoques + duplicatas a vencer - contas a pagar. Empréstimos a curto prazo contam ou não na hora de efetuar o cálculo? Então: devo diminuir o passivo circulante dos estoques e créditos a receber?




Nenhuma alma caridosa de dispõe a explicar para os reles mortais que não são contadores como é que se faz para obter cada um dos índices? Coisa simples, tipo:

LIQUIDEZ IMEDIATA = (ATIVO CIRCULANTE - ESTOQUES) / PASSIVO CIRCULANTE



Análise Financeira com recurso a rácios editar

A técnica mais utilizada pela análise financeira é a que recorre aos rácios, um instrumento de apoio para sintetizar uma enorme quantidade de informação, e comparar o desempenho económico-financeiro das empresas ao longo do tempo. Constituem assim uma base da análise financeira, mas não dão respostas. Essas encontrar-se-ão nos aspectos qualitativos da gestão.

Os rácios financeiros contêm, como qualquer instrumento de medida, vantagens e inconvenientes.

No que concerne às vantagens dos rácios, estas podem sintetizar-se em:

a) A elaboração do diagnóstico financeiro de uma empresa baseia-se no triângulo da liquidez, estrutura financeira e rentabilidade que tem subjacente os rácios

b) Permitem tirar conclusões com base em dados quantificados

c) Possibilitam a utilização de grandes quantidades de informação de modo relativamente sintético, simples e objectivo

d) Permitem tratar uma amostra constituída por dados de várias empresas num só momento de tempo ou usar dados de uma só empresa reportados a vários anos

e) Contribuem para determinar a performance das empresas em termos de rentabilidade, solvabilidade, liquidez e equilíbrio financeiro

Quanto às desvantagens podemos resumi-las em:

a) Se tiver havido incorrecções ao nível dos Balanços, Demonstrações de Resultados e Anexos, os rácios reflectirão essas incorrecções

b) Em relação a determinados fenómenos, os relatórios financeiros podem não ser a base de dados mais adequada para a sua análise

c) As empresas podem realizar actividades em vários segmentos de negócios. Cada empresa tem uma classificação das actividades económicas que corresponde à área de negócio mais importante, se as conclusões disserem respeito a um só segmento e não à actividade global da empresa, os resultados dos rácios podem ser enviesados

d) As políticas de provisões e de amortizações adoptadas pelas empresas podem ser diferentes e conduzir a distorções ao nível dos rácios

e) Um grupo económico pode seguir uma política de transferência de preços entre empresas no seio do grupo, motivada por interesses de optimização fiscal. Esses preços podem não corresponder aos custos obtidos através da Contabilidade Analítica, conduzindo a que numa empresa os resultados sejam superiores e que noutra sejam inferiores aos que de facto se verificariam se o critério fosse somente o dos preços de mercado, sem que houvesse outras motivações.

f) Os rácios financeiros são apenas um instrumento de análise que pode e deve ser complementada por outros; tratam apenas dados quantitativos, não tendo em consideração factores qualitativos como a ética, motivação, etc..

A análise financeira através de rácios só tem sentido se existir uma base de comparação. Para tal, uma fonte de informação são as centrais de balanços (tais como Dun & Bradstreet, Banco Português do Atlântico e Banco de Portugal), bem como a informação publicada pelas associações de indústria e comércio. Outra fonte possível, são os relatórios de contas das empresas concorrentes.

Podem construir-se inúmeros rácios, mas a sua utilização vai depender sobretudo dos objectivos de análise: qual a natureza dos fenómenos que se pretende medir ou revelar, quais as fontes de informação que se vão utilizar, etc...

--Sofia.Quialheiro GFIESF (discussão) 18h45min de 28 de fevereiro de 2009 (UTC)Responder

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