Discussão:Daimoku

O artigo cita sobre as práticas da religião como sendo "uma verdade absoluta", e não como sendo "o que os praticantes acreditam que seja a verdade absoluta". Phius 20:16, 8 Março 2007 (UTC)


Procurei alterar a linguagem para colocar o artigo dentro dos padrões de imparcialidade. --Aknatom 14:05, 24 Maio 2007 (UTC)


"Então o Buda disse gentilmente: Uma vez que uma pessoa esteja presa à crença em uma doutrina, ela perde toda a sua liberdade. Quando alguém se torna dogmático, acredita que sua doutrina é a única verdade e que todas as demais doutrinas são heresias. disputas e conflitos surgem sempre devido a visões estreitas. (...) Agarrar-se a visões assim é o maior empecilho no caminho espiritual. Ligar-se a visões obtusas deixa a pessoa tão enredada que não é mais possível deixar a porta da verdade aberta. (...) Meu ensinamento não é uma doutrina ou filosofia. Não é o resultado do pensamento discursivo ou de conjecturas mentais, assim como tantas outras filosofias (...) Meu ensinamento não é uma filosofia. É o resultado da experiência direta. As coisas que afirmo vêm da minha própria experiência. Você pode confirmá-las através da sua própria experiência. (...) Minha meta não é explicar o universo, mas ajudar a orientar os outros a terem uma experiência direta da realidade. As palavras podem descrever a realidade. Apenas a experiência direta nos habilita a ver a verdadeira face da realidade. (...) Meu ensinamento não é um dogma ou uma doutrina, mas não resta dúvida de que alguém poderia tomá-lo como tal.Devo mostrar que meu ensinamento é um método para experimentar a realidade, e não a realidade em si mesma, assim como um dedo apontando para a lua. Uma pessoa que somente olhar para o meu dedo, tomando-o como sendo a lua, jamais verá a lua realmente. Meu ensinamento não é algo para se apegar ou adorar. Meu ensinamento é como um barco usado para atravessar o rio. Somente um tolo carregaria o barco depois de já ter alcançado a outra margem, a margem da liberação " - Tich Nhat Hanh.O Velho Caminho, Nuvens Brancas. Seguindo as pegadas do Buda. Porto Alegre, 2007. Editora Bodigaya.

contradição... editar

pelo o que pude entender, o Budismo diz que existe um Deus dentro de cada pessoa, e atingir a iluminação significa buscar, acreditar e fortalecer esse Deus interior. Mas, a partir do momento em que os budistas também vêem o gohonzon como um objeto de adoração, eles não estariam entrando em contradição? Adorar um altar ou um pergaminho não é o mesmo que colocar a "Divindade" externamente a nós mais uma vez? isso me deixa confusa... gostaria de entender melhor...


Não existe um deus dentro de cada pessoa. Imagine deus sendo o oceâno. O oceâno é um elemento uno formado por infinitas gotas d'água. Agora imagine você, todos os seres orgânicos e inorgânicos como sendo partes integrantes do oceâno. Ou seja, cada ser é um pequeno fragmento do que chamam de "deus". É a natureza interdependente que Buda compreendeu através do Caminho do Dharma. Há um texto Zen interessante:

Há uma estória indiana de um homem que era um ateu e agnóstico, um raríssimo tipo de postura na Índia. Ele era uma pessoa que desejava livrar-se de todas as formas de ritos religiosos, deixando apenas a essência da direta experiência da Verdade. Ele atraiu discípulos que costumavam se reunir a seu redor toda semana, quando ele falava a todos sobre seus princípios. Após algum tempo eles começaram a se juntar antes do mestre aparecer, porque eles gostavam de estar em grupo e cantar juntos.

Eventualmente foi construída uma casa para as reuniões, com uma sala especial para o mestre agnóstico. Após sua morte, tornou-se uma prática entre seus seguidores fazer uma reverência respeitosa para a agora sala vazia, antes de se entrar no salão. Em uma mesa especial a imagem do mestre era mostrada em uma moldura de ouro, e as pessoas deixavam flores e incenso lá, em respeito ao mestre.

Em poucos anos uma religião tinha crescido em torno daquele homem, que em vida não praticava nada disso, e que, ao contrário, sempre disse aos seus seguidores que ficar preso a estas práticas levava freqüentemente a pessoa a se iludir no caminho da Verdade.

Tenhais confiança não no mestre, mas no ensinamento. Tenhais confiança não no ensinamento, mas no espírito das palavras. Tenhais confiança não na teoria, mas na experiência. Não creiais em algo simplesmente porque vós ouvistes. Não creiais nas tradições simplesmente porque elas têm sido mantidas de geração para geração. Não creiais em algo simplesmente porque foi falado e comentado por muitos. Não creiais em algo simplesmente porque está escrito em livros sagrados; não creiais no que imaginais, pensando que um deus vos inspirou. Não creiais em algo meramente baseado na autoridade de seus mestres e anciãos. Mas após contemplação e reflexão, quando vós percebeis que algo é conforme ao que é razoável e leva ao que é bom e benéfico tanto para vós quanto para os outros, então o aceiteis e façais disto a base de sua vida.

O Caminho é muito amplo, o Buda Sidarta Gautama sempre pregou que cada um poderia alcançar a liberação através da experiência direta. Ele frisava que seu Ensinamento era apenas "um" dos vários métodos de se alcançar a liberação. Após sua morte, os discípulos conforme interpretação própria criaram várias vertentes pregando o Dharma. Algumas vertentes inclusive baseadas em objetos de adoração, na recitação de mantras, na meditação sentada, no ascetismo, etc.

Cada um é livre para escolher qual canoa tomar para alcançar a margem da liberação. E somente um tolo após alcançar a outra margem leva a canoa consigo como sendo a verdade absoluta.

Ficaria feliz em tentar esclarecer suas dúvidas. Por favor, envie email para o endereço: eduardollara@gmail.com. Grato. --Hiroyuki Sanada 11h42min de 9 de Maio de 2008 (UTC)

Objeto de devoção. editar

Entenda apenas que o objeto de devoção, o gohonzon, é um espelho da sua vida. Não uma entidade. É como se você estivesse orando para você. Pedindo algo para você mesmo. Estabelecendo uma meta, um objetivo que você deseja alcançar.

Ao contrário de outras religiões. No budismo de Nitiren nós não pedimos para que uma força, ou um ser maior, nos conceda nossos desejos. Ex.: Senhor, eu quero arranjar um emprego. Me dê um emprego por favor.

No Budismo de Nitiren nos oramos para termos a energia e força de vontade para procurar e encontrar um emprego. Nós faremos essa mudança na nossa vida, revolução humana. Não teremos ajuda de alguma força poderosa ou sobrenatural. Nós iremos em busca e trabalharemos duro para conseguir realizar esse objetivo de arranjar um emprego.


PS: Foram feitas alterações nesse comentário ressaltando o Gohonzon como objeto de devoção do budismo de Nitiren Daishonin.

Realmente é difícil, a princípio, entendermos o conceito de Deus dentro do Budismo. Ele realmente existe, mas diferente do que as religiões cristãs ocidentais nos mostram Ele não é um ser propriamente dito que fala, pensa e observa os mortais.

Para entender melhor, vamos viajar um pouco.... Nas histórias de Guerra nas Estrelas, Star Wars. Os cavaleiros Jedi toda hora se referem a FORÇA.Que é uma religião para eles. Que a força esteja com você, use os poderes da força, etc...

A visão de deus no Budismo pode ser comparado com a Força dos filmes dos cavaleiros jedi. Ele não é um ser, mas uma energia que esta dentro de nós e ao nosso redor. Humanos, animais, vegetais, terra, água, ar. Tudo isso é Deus. Nós somos parte dessa energia universal que rege todo o universo. No budismo de Nitiren se acredita que através da recitação do Nam-Myoho-Rengue-Kyo se consegue canalizar essa energia para superar os desafios diários e alcançar objetivos.


PS: Excelente explicação. Coube apenas algumas alterações para respeitar os termos de imparcialidade.

Regressar à página "Daimoku".