Discussão:Fonte de Angeão

A Freguesia de Fonte de Angeão foi criada pelo Decreto-Lei n.º 46 454 do (Diário do Governo,I Série, de 27 de Julho de 1965). Os lugares que constituem a Freguesia de Fonte de Angeão são: Carvalhal, Parada de Cima, Gândara e Rines.

A data de criação de freguesia é posterior à sua consituição como paróquia religiosa, que data de 22 de setembro de 1945. O cemitério, hoje pertencente à Freguesia de Fonte de Angeão foi fundado em 1942.

A constituição da Junta de Freguesia decorreu na sala das Sessões da Câmara Municipal de Vagos, no dia 10 de Setembro de 1965 pelas 14H20, estando presentes: o presidente da Câmara Municipal da mesma, Senhor Albino Fernandes de Oliveira Pinto e os vogais efectivos eleitos para a nova Junta: Senhor Claudino dos Santos Cartaxos(Presidente), Senhor Manuel Evangelista Marques Estanqueiro(Secretário) e Senhor Gabriel de Oliveira(Tesoureiro).

No dia 10 de Abril de 1966 o Senhor Manuel da Cruz Conceição substitui o Senhor Manuel Evangelista Marques Estanqueiro no cargo de secretário por este se ter ausentado para o estrangeiro.

Os corpos desta Junta foram substituidos a 15 de Novembro de 1967, pelas 19H, na sala das Sessões da Câmara Municipal de Vagos, ficando como presidente da Junta o Senhor Claudino dos Santos Cartaxo, para secretário o Senhor Manuel Frade e para tesoureiro o Senhor Manuel da Cruz Conceição.

Origens de Fonte de Angeão

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A Fonte de Angeão tem origens nos tempos dos Mouros. Um documento referido no artigo sobre Vagos na Grande Enciclopédia Luso-Brasileira refere-se, sem qualquer identificação específica , a uma "Villa Angianni", anterior ao século XII. Um outro artigo menciona uma "Fons Angelanum", da qual parece derivar o nome de Fonte de Angeão.

Esta freguesia tem uma lenda a tentar justificar o seu nome. Trata-se da "lenda da chuva".

"Um dia, depois de uma grande seca, a gentes resolveram pedir a chuva ao Senhor que tudo manda. Foram pelas terras fora, em procissão, rezando e cantando as ladaínhas com muita devoção. Às tantas, o céu começa a escurecer e, ao longe, já se ouvem trovões. E a desejada chuva, grossa como nunca se viu, começou. Mas ninguém arredou pé; antes ergueram os braços para o céu, agradecendo Deus a bendita chuvinha. E ela era tanta e tão grossa, que houve quem visse os anjos lá nas nuvens despejar os cântaros de água cá para baixo. E, no sítio onde estavam, forma-se uma grande enxurrada e, mais tarde, até lá nasceu uma fonte".

Fonte de Angeão vem referida em documentos de 1713, nos assentos paroquiais do Covão do Lobo.

A paróquia de Fonte de Angeão é formada pelos lugares de Fonte de Angeão, Gândara, Parada de Cima, Rines e Carvalhal.

Lenda da Fonte da Moura

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"Noutros tempos, havia mouros na nossa terra, lá mais para o sul. Aqui, já mandava o rei de Leão. Alguns mouros, porém, amigos dos cristãos e da terra em que nasceram e continuavam a cultivar, ficaram. Eram chamados "mudejares". Muitos deles até iam aderindo à nossa religião, misturando línguas, usos e costumes. O mesmo tinham feito os cristãos que haviam ficado nas terras conquistadas pelos mouros, onde eram conhecidos por "moçárabes" Eram os "mudejares" os que mais sofriam, quando os mouros do sul por cá faziam as suas "razias", tentando recuperar estas terras. Não perdoavam os seus irmãos de raça, que tinham ficado como amigos dos cristãos. É neste ambiente que se passam os factos narrados na lenda e que são os seguintes:

Havia uma moira muito bonita chamada Alzira (al-Zahira, em árabe)que estava noiva do dono destas terras, um cavaleiro cristão chamado D. Gião. Quando os mouros da "razia" chegam, as primeiras vítimas foram logo os pais de Alzira. ELa, porém consegui fugir para o mato, tentando esconder-se numa mina ou nascente de água, que sabia haver além de um ribeiro. D.Gião, chefe dos Cristãos derrotados, pede ajuda ao seu amigo D.Senão, que governava estas terras em nome do rei. Vencidos e de novos explusos os mouros, D.Gião e os amigos procuram Alzira por todos os recantos onde se poderia ter metido. Na mina, onde diziam ter-se escondido, apenas se descobriu a água que dela nascia. Era deliciosa, pura e cristalina. E ficou com o nome de Fonte da Moura".

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