Discussão:O Estranho Caso de Angélica
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Chopin
editarA importância da música como elemento transfigurador da imagem visual, ampliando e complexificando a intermedialidade e intensificando essa nota de discrepância temporal que acompanha a discrepância entre os registos realista e fantástico - e que constitui toda a pungência deste filme -, está aqui completamente esquecida. Esse notório esquecimento é, por um lado, particularmente significativo num país amúsico como o nosso (apesar de dado à celebração de celebridades, como seria o caso de Maria João Pires, a pianista). Mas, por outro lado, dá também testemunho do típico papel 'atemático' que é em geral o da música no seu efeito conjugado com a imagem cinematográfica: ela influi sem se dar por isso, a sua modalidade de intervenção é a de não aparecer.
Mas a Peso da Régua nocturna vista através do filtro romântico de Chopin (dois mundos incompatíveis e porém 'estranhamente' casados, como o serão também o da morta Angélica e o do vivo Isaac, sob a égide de Régio e de Pascoaes, cujos livros inquietos surgem em alguns planos), não é a mesma Peso da Régua da 'realidade pró-filmica'. O que remete desde logo para uma constante desse grande cineasta do Norte que é Manoel de Oliveira, que não cessa de recuar às sedimentações da 'memória esquecida' de toda a região duriense, filmando o 'presente' envolto sempre em camadas de um passado patrimonial, literário, até gestual, simultaneamente atmosférico e material. A sua arte cinematográfica consiste em apresentar esse 'cristal de tempo' (Deleuze) numa só imagem-tipo tecida destes elementos heteróclitos.
Cumpre notar que a montagem dos segmentos musicais (passagens do Scherzo e do Largo da Sonata em Si menor, de Chopin) é rigorosíssima. Encaixa milimetricamente na montagem narrativa e sentimental da pista visual, adicionando mais um aspecto da genialidade, meticulosidade e saber de Oliveira. 2001:8A0:5A07:6001:A133:9ADB:4321:C066 (discussão) 13h52min de 21 de junho de 2024 (UTC)