Dreamfall: The Longest Journey

vídeojogo de 2006

Dreamfall: The Longest Journey, é um video-jogo de aventura com elementos de acção-aventura.[1] Foi lançado para as plataformas de PC, Xbox e Xbox 360 em 17 de Abril de 2006 pela desenvolvedora norueguesa Funcom.[1] No dia 1 de Março de 2007, foi anunciada uma sequela episódica com o título de Dreamfall Chapters, e a Funcom considerou a ideia de um MMO (Massively Multiplayer Online Game), um jogo multiplayer online capaz de suportar centenas de jogadores em simultâneo, situado no universo do jogo The Longest Journey.[1]

Dreamfall: The Longest Journey
Desenvolvedora(s) Funcom
Publicadora(s) Aspyr
Diretor(es) Ragnar Tørnquist
Motor Shark 3D
Série The Longest Journey
Plataforma(s) Xbox, Microsoft Windows
Lançamento 17 abril 2006
Gênero(s) jogo eletrônico de aventura, cyberpunk video game
Modos de jogo jogo eletrónico para um jogador

O jogo é a sequência para o título anterior lançado pela Funcom, The Longest Journey, lançado em 1999, e ocorre dez anos depois dos eventos do primeiro jogo.

A história é centrada em très personagens, Zoë Castillo, April Ryan, e Kian Alvane, que vivem em dois mundos paralelos: a tecnologicamente avançada Stark e a mágica Arcadia. April foi a protagonista do primeiro jogo, enquanto que os outros dois são personagens novos. O enredo principal segue Zoë, uma residente de Stark que investiga o desaparecimento do seu ex-namorado e outras ocorrências misteriosas que a conduzem a April. Enquanto isso, em Arcadia, April luta contra o vil Império dos Azadi, enquanto Kian, um soldado Azadi de elite, é mandado assassiná-la. O jogo contém personagens que voltam a aparecer, tais como Brian Westhouse e Gordon Halloway, mas jogar The Longest Journey não é um pré-requisito para compreender a trama deste jogo.

Dreamfall foi generalmente bem recebido tanto pelos críticos como pelos jogadores. Os meios de comunicação louvaram a história e a caracterização no jogo mas criticaram os seus elementos de combate e de furtividade, e também o seu final envolto em suspense. As versões de PC e de Xbox receberam a classificação média de 75% e de 73%, respectivamente, no site da Metacritic, comparado com a classificação de 91% do jogo original. De acordo com o relatório anual de 2006 da Funcom, as vendas para PC foram "satisfatórias", enquanto que as vendas para a versão da Xbox não cumpriram as expectativas, presumivelmente porque a Xbox 360 eclipsou a Xbox original pela altura em que Dreamfall foi lançado.

Jogabilidade editar

Ao longo do jogo, o jogador controla alternativamente quatro personagens: Brian Westhouse, Zoë Castillo, April Ryan e Kian Alvane a partir de uma perspectiva de terceira-pessoa para explorar vários locais, apanhar e combinar items e resolver puzzles. Isto faz a história avançar, sendo isso mesmo visto através de cutscenes no desenvolver da história e através de diálogos. As escolhas que se fazem nos diálogos poderão afectar as relações com as várias personagens ao longo do jogo.

O sistema de interface é simples, parecendo-se muito com a jogabilidade das consolas. O jogador tanto pode interagir directamente com personagens, ou pode ouvir através de um sistema remoto. É possível escutar certas conversas a uma certa distância, mesmo isso acontecendo raramente no enredo total. Os diálogos têm, no máximo, quatro opções, sendo retratadas no ecrã, numa forma vagamente circular. O inventário é uma lista situada em baixo, com as opções de seleccionar, interagir, examinar ou voltar depois de um item ter sido seleccionado.

Síntese editar

A história é situada em dois mundos paralelos: Stark e Arcadia.

A protagonista do jogo, Zoë, habita em Stark, no ano de 2219, e tudo começa com uma série de interferências estáticas que começam a afectar esse mundo. Essas interferências contêm uma mensagem para Zoë: "Encontra a April Ryan. Salva a April." Aparentemente, só Zoë as consegue ver - uma figura fantasmagórica que habita numa casa negra, numa paisagem glacial. Zoë não faz ideia do que será, mas tudo muda quando um amigo seu desaparece. É então que Zoë se decide a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para encontrar o seu amigo, levando-a isso a uma conspiração que envolve os dois mundos e que sucede há já centenas de anos.

Historial editar

No primeiro jogo, The Longest Journey, foi estabilizado que a Terra, de facto, consiste em dois mundos paralelos: a tecnologicamente avançada Stark, onde Zoë reside, e a mágica Arcadia, onde reside April e Kian. A transição entre esses dois mundos é possível apenas em sonhos e através de uma habilidade extremamente rara chamada de "Shifting" (Deslocamento). Durante mais de doze centenas de anos, o Balanço entre os Mundos Gémeos foi preservado pelos Guardiões poderosos e pela Ordem da Sentinela. Em 2209, April Ryan, uma residente de Stark aparentemente normal mas também inconscientemente uma Deslocadora, soube através das Sentinelas que a terrível organização Vanguarda sequestrou o décimo-segundo Guardião antes que o décimo-terceiro pudesse ocupar o seu lugar. Isto colocou a existência do Balanço e dos Mundos Gémeos em grande perigo, por isso April embarcou numa aventura para encontrar ambos os Guardiões e para restaurar o Balanço. Em viagem, April ficou a saber que ela mesma era a décima-terceira Guardiã e também a filha do ancião Dragão Branco. Após uma longa e perigosa viagem, ela liberta o velho Guardião e trá-lo de volta para o seu Reino. Mas uma vez aí, eles descobrem que o próximo Guardião é, afinal, não ela mas o segundo-chefe da Vanguarda, Gordon Halloway, que a tinha perseguido ao longo da sua viagem. Depois de Gordon se reformar e de assumir os seus direitos legítimos, April vai-se embora para Arcadia.

Em Dreamfall, alguns personagens referem-se ao "Colapso", um evento catastrófico que ocorreu em Stark imediatamente a seguir aos eventos de The Longest Journey. O Colapso nunca é descrito no jogo, mas de acordo com material suplementar e com o site oficial do jogo, muitas tecnologias avançadas, tais como viagens interestelares mais rápidas que a luz, anti-gravidade, e interfaces neurais, deixaram de funcionar. O Colapso durou vários dias e foi acompanhado por ocorrências traumáticas sobrenaturais, tanto que o pai de Zoë, por exemplo, não a deixava sair à rua para proteger a sua sanidade. Como resultado, logo a seguir a essas ocorrências, as autoridades de Stark estabeleceram um agência global de polícia chamada de "EYE" para lidar com o aumento do crime e para introduzir "The Wire" (O Fio), uma rede de informação para conectar todos os aparelhos electrónicos do planeta. O Colapso coincidiu com a ascensão do teocrático e industrial Império dos Azadi -- que em Persa significa: "liberdade" -- em Arcadia. Os Azadi conquistaram os Países Arcadianos do Norte, exilando as Sentinelas da região e fazendo propaganda à sua própria religião. Isto criou um movimento da resistência, do qual April faz parte em Dreamfall.

Lançamentos editar

Dreamfall: The Longest Journey foi lançado para a Microsoft Windows no dia 17 de Abril de 2006 nos E.U.A. e no dia 18 de Abril na Europa, disponível tanto em 6 CDs como apenas num DVD. Uma Edição Limitada de Dreamfall foi também lançada, contendo a versão em DVD do jogo, um EP da banda sonora com quatro músicas de Magnet, um artista norueguês, e um livro de arte de capa dura com 92 páginas intitulado "The Art of Dreamfall". A versão do jogo para a Xbox foi lançada a 8 de Abril e a 11 de Agosto de 2006 nos Estados Unidos e na Europa, respectivamente.

Áudio editar

A maior parte da música em Dreamfall foi composta por Leon Willett, que se juntou à equipa de produção no último ano do desenvolvimento do jogo. Willett passou dez meses a compor a música, sendo o maior desafio torná-la tanto coesa e reflectindo os vários acontecimentos no jogo. Willett afirmou que, por causa duma nova premissa e de uma maneira mais cinematográfica de contar a história em Dreamfall, ele raramente considerou usar a música de The Longest Journey como inspiração.

A banda sonora, Dreamfall: The Longest Journey Original Soundtrack foi lançada em Agosto de 2006. Contêm a música original composta por Leon Willett para o jogo, e também outras faixas feitas por outros músicos, incluindo Simon Poole e Morten Sørlie, ambos envolvidos na produção de áudio no jogo. Foi nomeada para a categoria de Melhor Composição Musical de Video-Jogo nos MTV Video Music Awards de 2006, mas acabou por perder.

Todas as músicas do cantor norueguês Magnet que foram incluídas no jogo foram lançadas num EP separado pertencente à Edição Limitada do jogo. "Be With You", a única faixa composta exclusivamente para o jogo, é ouvida em várias ocasiões; no lobby do edifício do apartamento de Reza, durante as viagens de Zoë para o Japão e para São Petersburgo, e durante os créditos finais. "My Darling Curse" toca quando ela apanha um Vactrax para Newport, e "Nothing Hurts Now" é ouvida quando Zoë fica no apartamento de Damien e no fim, quando ela está deitada na sua cama a chorar.

Crítica editar

A maior parte das críticas sobre Dreamfall foram positivas, concordando com a qualidade da história, com a apresentação gráfica e com a dublagem. Embora também alguns críticos tenham lamentado as poucas opções de jogabilidade, e tenham criticado os novos elementos de furtividade e de combate do jogo como simplistas e não satisfatórios.

Referências

  1. a b c «The Longest Journey for PC Reviews, Ratings, Credits, and More at Metacritic». www.metacritic.com. Consultado em 4 de maio de 2012 

Ligações externas editar