Ecce Homo (Caravaggio)

pintura de Caravaggio

Ecce Homo (c. 1605/6 ou 1609 de acordo com a interpretação de John Gash)[1] é uma pintura a óleo realizada pelo pintor italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio. Alojada em Palazzo Bianco, Génova, a obra barroca retrata o momento em que Pôncio Pilatos apresenta Jesus Cristo aos judeus, dizendo "Ecce Homo" (Eis o homem). A expressão de Jesus Cristo na pintura é o mais serena possível, mesmo após todos os ferimentos que sofrera como relatam as passagens anteriores da bíblia. Como é característico de Caravaggio, o fundo da tela é escuro e destaca os personagens retratados em primeiro plano. Caravaggio utilizou contrastes muito fortes entre sombra e luz na obra, que tem como dimensões 128 cm × 103 cm.

Ecce Homo
Ecce Homo (Caravaggio)
Autor Caravaggio
Data c. 1605
Técnica Óleo sobre tela
Dimensões 128 × 103 
Localização Palazzo Bianco,, Génova

Monseñor Massimi organizara um concurso de pintura em abril de 1604. Com o tema do "Ecce Homo" (Cristo exposto à multidão depois de torturado pelos soldados), os artístas que nele participaram foram Caravaggio, Domenico Passignano e Ludovico Cardi, il Cigoli. Entretanto foi Ludovico quem ganhou a prova e o seu quadro encontra-se hoje no Palazzo Pitti, em Florença. A composição da obra de Caravaggio e pouco comum, assimetrica, fazendo-se corresponder ao estilo barroco. Deste modo, Cristo encontra-se flanqueado pelo carcereiro de um lado e Pilatos de outro, sendo que ambas as figuras ocupam o lado esquerdo de Cristo, deixando este sozinho no outro lado. Na parte inferior observe-se a balaustrada da varanda que Cristo e Pilatos parecem esquecer, o que permite supor que o público de Cristo seria nós mesmos. Assim sendo, Caravaggio solicita ao espectador que decida a sorte de Cristo. A razão para tal, pode estar associada a determinados acontecimentos que se sucederam naqueles anos, onde vários herejes foram queimados entre 1595 e 1600 em Roma, um deles, bastante conhecido na época, no Campo dei Fiori, uma praça muito popular, pelo que Caravaggio deveria ter reconhecido estas mortes. Este talvez seja uma das questões colocadas, onde a opção da vida ou da morte de um preso são expostas ao julgamento do povo, tal qual aconteceu com a vida de Cristo.[2]

Veja também editar

Referências

  1. John 2003
  2. «Ecce Homo» (em espanhol). Consultado em 3 de dezembro de 2014 

Bibliografia editar

  • Bernard Berenson, Del Caravaggio. Delle sue incongruenze e della sua fama, Electa ed, Firenze 1951 pp. 44 – 45
  • Roberto Longhi, l'Ecce Homo del Caravaggio a Genova, Paragone N° 51, Ed. Sansoni, Firenze 1954
  • Gash, John (2003). Caravaggio. [S.l.: s.n.] ISBN 1-904449-22-0 
  • Langdon, Helen (1998). Caravaggio: A Life. [S.l.: s.n.] ISBN 0-374-11894-9 
  • Carrasat, Patricia (2005). Maestros de la pintura. [S.l.]: Spes Editorial. ISBN 84-8332-597-7 
  • Rotondi Terminiello G., Relazione di restauro dell"'Ecce Homo" del Santuario del Bambino Gesù di Praga ad Arenzano in, Paragone, Arte N° 41 1990 pp. 48 – 49
  • Vannugli A., Il segretario Juan de Lezcano e l'Ecce Homo del Caravaggio, in España y Napoles. Coleccionismo y mecenazgo virreinales en el siglo XVII, Madrid 2009, pp.&267 - 276