Elite Intelectual da Internet

grupo supremacista branco neonazista brasileiro

Elite Intelectual da Internet é um grupo supremacista branco neonazista brasileiro[1] da rede social Discord gerido por um homem de 25 anos residente de Goiás cujo atende pelo codinome Koppy[2][3], onde eram compartilhados conteúdos de abuso sexual infantil, torturas aos animais[4], automutilação, conteúdos racistas, apologia ao estupro, disseminação de ódio à minorias e propaganda neonazista[2][3]

Ficheiro:Koppy no omegle.png
Koppy, dono do grupo, mostrando um caderno com o simbolo da suástica nazista em uma transmissão da extinta rede social Omegle
 Nota: Não confundir com Elite intelectual

Caso em Lindolfo Collor editar

O grupo ficou conhecido após a popularização de um vídeo nas redes sociais, originalmente transmitido próximo da véspera de natal de 2021 para os membros do grupo[5][6] e teria sido vazado por um hacker e sido levado para uma matéria do Jornal NH[7][3], onde um adolescente de 17 anos, residente da cidade de Lindolfo Collor que também era um dos membros do grupo[8], teria furtado um cachorro[6][9] e se gravou estrangulando e matando o animal utilizando várias armas ao vivo,[2][5][8][4][1][10][6][11] enquanto outros 30 membros que assistiam o assassinato aclamavam o jovem pelo seu ato.[5][8]

Dos cinco membros identificados pela polícia que assistiam a transmissão, quatro eram sulistas (incluindo o assassino do cão) e três eram menores de idade.[12][13] A Polícia Civil local cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do adolescente no dia do Natal de 2021.[12]

Em depoimento, o mesmo teria informado que após matar o animal, teria jogado os restos mortais em um rio.[5] de acordo com a delegada Raquel Peixoto, responsável pelo caso do jovem, ele teria utilizado equipamentos da casa da mãe e se trancado no banheiro para fazer a transmissão, a mãe não teria escutado nada devido ao banheiro ficar do lado de fora da residência.[5][7]

Inicialmente acreditava-se que o animal era de rua[2], porém, com a conclusão das investigações, foi comprovado que o cachorro pertencia aos vizinhos do jovem.[13] A delegada também comentou sobre a dificuldade que teve de assistir ao vídeo onde o jovem tirava a vida do animal.[4][7]

"O ato em si não tem nem o que falar. É de uma crueldade muito grande. Foram duas ou três vezes para conseguir ver até o final. Ele estrangulou, bateu com o martelo, até chegar ao esquartejamento"

Raquel Peixoto



De acordo com a família do jovem, o mesmo estaria com depressão e já teria havido uma tentativa de interná-lo em uma clinica especializada, porém, sem sucesso[5][13] O jovem comenta que matou o cachorro como uma forma de "ritual de passagem" para conseguir entra na Elite.[13]

O caso se repercutiu na cidade onde o caso ocorreu, causando indignação em grande parte dos moradores da região devido ao assassinato do animal, com algumas pessoas que já entraram em contato com o jovem não esperando que o mesmo fosse capaz de promover o ato.[8]

Antes do assassinato do animal, o mesmo jovem já tinha gravado outros vídeos praticando violência[2] e feito ameaças via e-mail para a sede da Anvisa, após a liberação da vacina do COVID-19 para crianças[6][13], afirmando que "pagarão caro" e ameaçou "purificar a terra onde a Anvisa está instalada usando combustível abençoado".[6][13][8]

Resposta do grupo/acusado sobre as investigações editar

O grupo, juntamente com o adolescente acusado, respondam as informações transmitidas pela policia e pelos meios de comunicação com grande desdenho, principalmente após algumas reportagens feitas pelo Jornal NH[3][1] que foi um dos primeiros jornais a relatar os casos de violência animal e outros atos hediondos do grupo, com membros da Elite promovendo ameaças aos jornalistas responsais pelas reportagens dos casos e à delegada Raquel[3][6], com o autor do caso ameaçando "metralhar" escolas e creches.[6]

Outros crimes editar

Logo após a repercussão do caso em Lindolfo Collor, outras ações criminosas da Elite foram ocorrendo, como o vazamento de outros vídeos de tortura animal supostamente pertencentes ao mesmo jovem de Lindolfo, incluindo um onde ele tortura e mata um filhote de pardal o apertando, nessa live, o dono do grupo Koppy fica exaltando o assassinato, comentando:[3] A família do jovem afirma não ser ele nas imagens.[3]

Outro crime que o grupo teria cometido seria ameaças e acusações de racismo contra o ex-BBB, cantor e ator negro da Rede Globo Douglas Silva[1][14][15] em um blog vinculado ao grupo haveria os dizeres:"Desde quando são permitidos macacos como integrantes de reality shows? Douglas Silva não passa de um primata, nada mais e nada menos."[1]

Supostamente, o grupo hacker Anonymous teria feito a exposição do blog de cunho racista, juntamente com informações pessoais e caraterísticas do autor, colocando uma mensagem no blog com os dizeres. "Seu fim está próximo. Tomara que te joguem numa cela só de negros quando você for preso." No mesmo dia, a Polícia Civil do Rio de Janeiro teria informado para a Delegacia de Combate à Intolerância de Porto Alegre que identificaram o responsável.[1][15]

Referências

  1. a b c d e f Gramado, Jornal de (28 de janeiro de 2022). «Grupo neonazista volta a atacar com rastros no Vale do Sinos». Jornal de Gramado. Consultado em 17 de fevereiro de 2024. Arquivado do original em 2022 
  2. a b c d e NH, Jornal (30 de dezembro de 2021). «O que está por trás da tortura e morte de cão ao vivo em Lindolfo Collor». Jornal NH. Consultado em 17 de fevereiro de 2024. Arquivado do original em 2022 
  3. a b c d e f g Milani, Silvio. «Em outra live, adolescente tortura e mata pássaro sob incentivo de grupo neonazista». NH. Consultado em 17 de fevereiro de 2024. Arquivado do original em 2022 
  4. a b c «Adolescente é investigado por suspeita de matar e torturar cachorro em transmissão pela internet em Lindolfo Collor». G1. 28 de dezembro de 2021. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  5. a b c d e f NH, Jornal (27 de dezembro de 2021). «Adolescente tortura e mata cachorro em transmissão ao vivo pela Internet». Jornal NH. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  6. a b c d e f g Povo, Correio do (1 de janeiro de 2022). «PC investiga caso de jovem que transmitiu live torturando e matando cão em Lindolfo Collor». Correio do Povo. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  7. a b c NH, Jornal (28 de dezembro de 2021). «Até criminosos da Internet se revoltam com tortura e morte de cachorro em Lindolfo Collor». Jornal NH. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  8. a b c d e «Medo e surpresa: como moradores de Lindolfo Collor reagiram a caso de tortura de cachorro e ameaças à Anvisa». GZH. 8 de janeiro de 2022. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  9. «Justiça condena adolescente de Lindolfo Collor que torturou e matou cachorro e transmitiu ao vivo pela internet». GZH. 9 de fevereiro de 2022. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  10. «Justiça condena adolescente de Lindolfo Collor que torturou e matou cachorro e transmitiu ao vivo pela internet». GZH. 9 de fevereiro de 2022. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  11. «Jovem de 17 anos que faz apologia ao nazismo é suspeito de enviar ameaças a diretores da Anvisa». O Globo. 30 de dezembro de 2021. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  12. a b «Pelo menos quatro jovens devem ser responsabilizados por tortura e morte de cão em transmissão ao vivo». GZH. 17 de janeiro de 2022. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  13. a b c d e f «Justiça condena adolescente de Lindolfo Collor que torturou e matou cachorro e transmitiu ao vivo pela internet». GZH. 9 de fevereiro de 2022. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  14. «Autor de insultos contra Douglas Silva e outros participantes do 'BBB' faz parte de grupo neonazista, diz polícia». G1. 31 de janeiro de 2022. Consultado em 17 de fevereiro de 2024 
  15. a b «Dossiê neonazista: polícia identifica 40 moradores do RS que integram grupo extremista na deep web». GZH. 18 de fevereiro de 2022. Consultado em 17 de fevereiro de 2024