Embalagem

invólucro ou proteção de produtos para distribuição, armazenamento e venda

Uma embalagem é um recipiente ou envoltura que armazena produtos temporariamente e serve principalmente para agrupar unidades de um produto, com objetivo de criar melhores condições para distribuição, transporte e armazenagem. Outras funções da embalagem são: proteger o conteúdo, informar sobre as condições de manipulação, exibir os requisitos legais como composição, ingredientes, etc. e fazer promoção do produto através de gráficos.

Diferentes tipos de embalagens de comida.

Introdução editar

A embalagem possui um impacto significativo sobre o custo e a produtividade dentro dos sistemas logísticos. Seus custos mais evidentes se encontram na execução de operações automatizadas ou manuais de embalagem e na necessidade subsequente de descartar a própria embalagem. As embalagens podem ser visualizadas tanto dentro do sistema logístico total e seu papel nos mercados industrial e de consumo; as três principais funções da embalagem (utilidade e eficiência de manuseio, proteção contra avarias e comunicação); e materiais de embalagem tradicionais, tecnologias emergentes e implicações ambientais.

O custo da embalagem afeta toda a cadeia produtiva, desde o estoque até o transporte ao ponto de vendas, influenciando inclusive na sua aquisição pelo consumidor final, que tende a apresentar preferência por embalagens melhores elaboradas, desde que isso não apresente grande impacto no preço do produto.

Perspectivas editar

A embalagem é classificada em embalagem para o consumidor, com ênfase em marketing, e embalagem industrial, com ênfase na logística.[1]

Embalagem para o consumidor com ênfase no computador editar

 
Chocolates embalados de forma a atrair atenção do consumidor.

O projeto da embalagem de consumo deve ser voltado para a conveniência do consumidor, ter apelo de mercado, boa acomodação nas prateleiras dos varejistas e dar proteção ao processo[1] A embalagem dos produtos de consumo precisa chamar a atenção no ponto de venda, informar as características e atributos do produto e despertar o desejo de compra no consumidor. Se ela falhar nesta função o produto corre o risco de desaparecer do mercado. Pesquisa da AC Nielsen apresentada no Congresso Brasileiro de Embalagem mostrou que cerca de 80% dos produtos lançados no Brasil saem do mercado em até dois anos. A embalagem é uma poderosa ferramenta de marketing que pode ajudar o produto a conquistar a preferência do consumidor e garantir seu lugar no mercado.

Embalagem industrial com ênfase na logística editar

 
embalagem de medicamentos.

Os produtos e as peças são embalados geralmente em caixas de papelão e madeira, caixas, sacos, ou mesmo barris, para maior eficiência no manuseio, são embalagens usadas pra agrupar produtos e são chamadas de embalagens secundárias. O peso, a cubagem e a fragilidade das embalagens secundárias utilizadas nas operações de linhas de produção determinam as necessidades de manuseio e de transportes[2]

As embalagens secundárias eram projetadas de forma que sua cubagem deveria ser totalmente preenchida para que não ficassem espaços evitando a avaria. A importância da padronização da embalagem secundária proporcionou substancial redução do custo total, bem como a adoção de um sistema de manuseio muito mais eficiente, tanto no depósito como na loja varejista.

Proteção Contra Avaria editar

Existe a importância das embalagens secundárias para proteger os produtos contra avarias durante o manuseio e a armazenagem, como também protege contra furtos. Para proteger a embalagem contra avarias é necessário adequá-la ao produto e selecionar seu material, levando em conta o grau desejado de proteção ao produto. É proibitivo, no entanto, o custo de proteção total para a maioria dos produtos, tendo como fatores determinantes do grau de proteção o valor e a fragilidade do produto.[2]

 
Embalagem especialmente projetada para evitar avarias em ovos, possibilitando exposição segura nas prateleiras dos supermercados.

A fragilidade de um produto pode ser medida através de testes, tanto do produto como da embalagem, com o uso de equipamentos de choque e de vibração; e seu resultado permite determinar o nível de acolchoamento ou de forração nas caixas.[2]

O ambiente também deve ser estudado quanto as suas características físicas e aos fatores que o compõem. O ambiente físico que envolve um produto é o ambiente logístico, ele influencia e é influenciado pela possibilidade de avaria. Neste ambiente ocorre a avaria por transporte, armazenagens e manuseio. Nos depósitos próprios os produtos movem-se para seus destinos num ambiente relativamente controlado. Já com transportes fretados os produtos entram num ambiente sem controle.[2]

Quanto menos controle a empresa tiver sobre o ambiente físico, maiores devem ser as precauções com a embalagem para evitar avarias, portanto, o ambiente logístico influencia as decisões relativas ao projeto da embalagem.[2]

Existem quatro causas de avarias que são as vibrações, os impactos, as perfurações e as compressões que podem ocorrer simultaneamente, esteja ele em trânsito ou sob manuseio, como também podem ocorrer falhas no empilhamento que podem causar avarias.[2]

Em trânsito as avarias podem ser significativamente reduzidas por amarração de volumes, fixação, amarração à carroceria do veículo, calços pra impedir o deslizamento, a vibração e o choque entre as mercadorias, ou simplesmente utilizando ao máximo o espaço disponibilizado nos veículos transportadores das mercadorias.[2]

Fatores externos como temperaturas elevadas, umidade e materiais estranhos podem acarretar avarias. Estes fatores externos estão fora de controle logístico e afetam o conteúdo das embalagens quando estes são expostos, podendo derreter, estragar, empolar, descascar e até fundir-se uns com os outros, perdendo cores.[2]

Utilidade e Eficiência do Manuseio de Materiais editar

A utilidade de uma embalagem está ligada à forma como ela afeta tanto a produtividade quanto à eficiência logística. Todas as operações logísticas são afetadas pela utilidade da embalagem. Desde o carregamento do caminhão e a produtividade na separação de pedidos ate a utilização do espaço cúbico no armazenamento e no transporte.[2]

A eficiência do manuseio dos materiais é fortemente influenciada pela natureza do produto, pela utilização e pelas características em termo de comunicação.[2]

Características dos Produtos editar

A embalagem dos produtos sob determinadas configurações e as quantidades padronizadas contribuem para aumentar a produtividade das atividades logísticas. A redução do tamanho da embalagem, por exemplo, pode melhorar a utilização do espaço cúbico.O peso pode ser reduzido com alterações do produto da embalagem.Substituindo-se garrafas de vidro por garrafas de material plástico, por exemplo, pode aumentar significativamente a quantidade de garrafas que pode ser transportadas.[2]

Unitização editar

É o agrupamento de caixas numa carga única, formando um só volume.[2]

Cargas Unitizadas editar

As cargas unitizadas apresentam muitas vantagens. São reduzidos o tempo de descarga e o congestionamento no ponto de destino, é facilitado o manuseio de materiais pela verificação das mercadorias, em sua entrada e no rápido posicionamento para a separação de pedidos.[2]

Fixação de cargas editar

Pode aumentar a possibilidade de avarias se não for adequadamente fixada durante o manuseio ou transporte.

Comunicação editar

É a função para a identificação do conteúdo da embalagem. À medida que os produtos se tornam mais importante é necessário o aumento de produtividade.[2]

Rastreamento editar

Um sistema de manuseio de materiais com bom nível de controle deve ter a capacidade de rastrear o produto no recebimento, na armazenagem, na separação e na expedição. O controle de toda movimentação reduz os níveis de perda e furto e pode ser muito útil para monitorar a produtividade dos funcionários.[2]

Instruções de Manuseio editar

Outro papel de embalagem para a atividade logística é transmitir instruções de manuseio e de prevenção contra avarias.

Se o produto é perigoso como no caso de produtos químicos, se é de vidro, etc.[2]

Utilização de Materiais editar

Materiais Alternativos editar

São usados os mais diversos tipos de materiais em embalagens para o uso na logística, desde o papelão tradicional até plásticos. Mas quando referimos a matérias alternativos e embalagens referimos ao meio ambiente e a pensar em novas ideias e embalagens que diminuam o custo ambiental.[2]

Materiais tradicionais editar

  • Sacos são embalagens de papel ou de material plástico que dão proteção, na forma de embrulhos, podendo conter produtos soltos. São flexíveis e facilmente descartáveis. Suas desvantagens são a pouca proteção contra avarias e sua impossibilidade para uso com uma grande quantidade de produtos.
  • Caixas de material plástico de alta densidade são embalagens com tampa similar às caixas de uso doméstico. São rígidas, resistentes e oferecem proteção substancial aos produtos. Seus pontos fracos são a inflexibilidade, o peso e a necessidade de seu retorno à origem, por motivos econômicos.[2]

Tendências Emergentes editar

  • Embalagens tipo sleeves é um tipo de embalagem aplicado sobre garrafas frascos e potes, constituído por uma manga de filme termo-encolhível (o que permite que após a sua exposição ao calor se adapte a forma da embalagem primária: garrafa, pote etc.) este filme primeiramente decorado permite a empresa ter o maior canal de comunicação com seus consumidores. Este tipo de embalagem já foi adotado por grandes empresas para todo tipo de produtos principalmente industrias lácteas e refrigerantes.
  • Embalagem por acolchoamento é um tipo de proteção tradicionalmente utilizado por empresas de mudanças, é ideal para embalar produtos de forma irregular. A embalagem por acolchoamento é adotada por empresas que prestam serviços especiais de transportes sem caixas. Elas possuem, fornecem e administram materiais de embalagem, além de carregar e descarregar, assumindo a responsabilidade por quaisquer avarias que ocorram. As vantagens são a ausência de quaisquer materiais de embalagem e de seus resíduos, a redução da cubagem e maior facilidade ao desembalar os produtos.
  • Embalagens retornáveis sempre fizeram parte dos sistemas logísticos. Tais embalagens geralmente são de aço ou plástico. A decisão de investir num sistema de embalagem retornável requer estudo da quantidade de ciclos de embarques e de custos de transporte versus custos de compra e descarte de embalagem sem retorno, bem como os custos futuros de separar, rastrear e limpar as embalagens para reutilização.
  • Paletes podem ser de madeira, plásticos e refrigerados. Os paletes exigem grandes investimentos, pois se mal construídos podem se desfazer e causar avarias nos produtos. Existem estudos para aperfeiçoarem paletes de material plástico e refrigerado, uma vez que estes paletes possuem as mesmas funções dos antigos paletes de madeira, diferenciando destes por possuírem uma vida útil maior e serem mais resistentes.
  • Embalagem shrink-wrap é executada colocando-se uma película sobre a carga unitizada de embalagens secundárias, película essa que é encolhida por meio de aquecimento, para fazer as embalagens aderirem à plataforma como um volume único.
  • Embalagem stretch-wrap é uma embalagem também à vácuo. Ela é executada envolvendo-se a carga a uma película plástica esticada, fazendo-se a carga rodar e ser envolvida pela película, o que resulta numa carga única, embalada sob pressão.[2]

Classificação dos tipos de embalagens editar

  1. Embalagem de venda ou embalagem primária: envoltório ou recipiente que se encontra em contato direto com os produtos. Ex.: frasco ou blister de remédio;
  2. Embalagem grupada ou embalagem secundária: é a embalagem destinada a conter a embalagem primária ou as embalagens primárias. Ex.: caixinha de remédio que contém o pote de remédio;
  3. Embalagem de transporte ou embalagem terciária: utilizada para o transporte, protege e facilita a armazenagem dos produtos, Ex: pallet. cantoneiras de proteção em fibra de madeira, papel, papelão ou plástico

Referências

  1. a b GOURDIN, Kent N. - Global logistics management: a competitive advantage for the new millennium. Oxford: Blackwell Publishing, 2001. ISBN 978-1-55786-883-1
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J. - Logistical management: the integrated supply chain process. Singapura: McGraw-Hill, 1996. ISBN 978-0-07-114070-6

Bibliografia editar

  • BIBLIOGRAFIA BÁSICA SOBRE EMBALAGEM DISPONÍVEL NO BRASIL
    • Anyadike, N - Embalagens Flexíveis: São Paulo: Editora Blucher 2009
    • Calver, G. - O que é Design de Embalagens: Porto Alegre: Bookman 2009
    • Carvalho, M, A. - Engenharia de Embalagens: São Paulo: Novatec 2008
    • Cavalcanti, P; Chagas, C. - História da Embalagem no Brasil: São Paulo: Abre Associação Brasileira de Embalagem 2006
    • Coles, Robert E - Estudo de Embalagens para o Varejo: São Paulo: Editora Blucher 2009
    • Gurgel, F. - Administração da Embalagem: São Paulo: Thomson 2007
    • INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. PICHLER, Ernesto F. (coord.) Embalagem para Distribuição Física e Exportação. São Paulo: IPT, 2006. (Publicação IPT 3003)
    • Mestriner, F. - Design de Embalagem - Curso Básico: São Paulo: Makron Books. 2001 (segunda edição)
    • Mestriner, F. - Design de Embalagem - Curso Avançado: São Paulo: Pearson. 2002 (segunda edição)
    • Mestriner, F. - Gestão Estratégica de Embalagem: São Paulo: Pearson. 2007
    • Moore, G - Nanotecnologia em Embalagens: São Paulo: Editora Blucher 2009
    • Negrão, C; Camargo, E,P . - Design de Embalagem – do Marketing a Produção: São Paulo: Novatec 2008
    • Stewart, B - Estratégias de Design para Embalagens: São Paulo: Editora Blucher 2009
    • Twede, D - Materiais para embalagem: São Paulo: Editora Blucher 2009
  • BIBLIOGRAFIA INTERNACIONAL SOBRE EMBALAGEM
    • ARNOLD, J. R. Tony - Introduction to materials management. Upper Saddle River, NJ: Prentice-Hall, 1991. ISBN 978-0-13-485954-5
    • MEYERS, H. GERSTMAN, R. - The Visionary Package:New York: Palgrave Macmillan 2005 – ISBN 1-4039-0677-7
    • STEWART, B. - Packaging - Manual de Diseño y producción. Barcelona, Gustavi Gili, 2008 - ISBN 978-84-252-2231-3